Abril 21, 2016
Viagens - Magda Pais - Opinião
Quando a Magda me convidou para apresentar o seu livro, Viagens, fiquei com receio de não saber o que dizer. Ao que a Magda que respondeu, com a sua descontracção habitual, “é simples, fazes o mesmo que fazes no blogue, mas a falar!”.
Fiquei a pensar nestas palavras e em como realmente não vale a pena complicar. Aceitei. Li o livro e alinhavei o que haveria de dizer. A verdade é que fiz o que faço por aqui, disse ao público que devem ler o livro. E porquê, claro.
Viagens é um livro de crónicas algo intimista, em que a autora partilha os seus pensamentos e reflexões. Estas crónicas foram publicadas online no blogue StoneartPortugal.
Magda Pais escreve de forma pessoal sobre as coisas que gosta, as que não gosta, as que a divertem, chocam ou arreliam, sejam as greves dos transportes na zona da grande Lisboa, o abandono dos animais, a violência doméstica, ou os atentados terroristas por esse mundo fora.
O leitor identifica-se com a linguagem fluida e incisiva, aprecia o sentido de humor, por vezes subtil, mas quase sempre presente. Eu identifiquei-me com as dissertações do quotidiano, com os pensamentos, e com a constante vontade de questionar, de viver sempre a perguntar porquê. Seguramente cansativo, mas para a Magda, pelo que percebi, um modo de vida.
Um livro que se lê sem pressas e que se relê com a mesma vontade, principalmente as crónicas favoritas. Para mim as favoritas são sempre as relacionadas com livros. Desde o prazer de ler, passando pela imensa paixão pelos livros, o desejo de habitar numa biblioteca, e acabando irremediavelmente em detalhes mais práticos, como a falta de espaço nas estantes.
Pessoalmente gosto das conversas que nascem das leituras, assim como das discussões sobre o que se leu. Podem surgir de um post no blogue, crescer em comentários, e até sair do virtual, como o que fizémos no dia do lançamento, uma agradável conversa sobre um livro. Que vos recomendo, claro.
Sinopse
“Não é fácil encontrar num livro palavras que despem, sem dificuldade, o autor em si mesmo, trazendo-o ao pé de nós e sentando-o, ao nosso lado, conversando connosco sobre as horas que constituem os seus dias, as suas ideias, as suas opiniões. Aqui a Magda consegue-o com mestria. E vemos nele a companhia para os dias em que todos se ausentaram e a casa é só nossa, na solidão per feita para a partilha.”
M.J.
(do Prefácio)