Junho 14, 2015
Toda a Luz que não Podemos Ver - Anthony Doerr - Opinião
A leitura de “Toda a Luz que não Podemos Ver” foi, para mim, algo conflituosa. Por isso, talvez, tenha demorado tanto a começar a escrever algo sobre este livro.
Com uma série de etiquetas de prémios, incluindo o Pulitzer, não podia vir melhor referenciado. Reconheço inúmeras qualidades neste livro, uma excelente história e muito bem contada, a escrita cuidada e irrepreensível, uma dose brutal de humanidade num cenário de guerra e, principalmente, a estrutura em saltos temporais, que adoro, e que, somando descrições do início e do fim, me fez imaginar o como. E querer saber como. Como aconteceu.
Chegada ao fim não senti que verdadeiramente me tivesse ligado ao livro, o que me deixa triste. Talvez uma escrita demasiado elaborada e depurada me tenha arredado, eu que prefiro ler tudo mais a cru, que me afasto de histórias bonitas, e que esta guerra, quase poética me surpreendeu de tão bela.
Recomendo este livro a todos os que se queiram deixar maravilhar pelas palavras. Apesar de não me ter tocado particularmente, as suas qualidade são óbvias.
Sinopse
“Marie-Laure é uma jovem cega que vive com o pai, o encarregado das chaves do Museu Nacional de História Natural em Paris. Quando as tropas de Hitler ocupam a França, pai e filha refugiam-se na cidade fortificada de Saint-Malo, levando com eles uma joia valiosíssima do museu, que carrega uma maldição.
Werner Pfenning é um órfão alemão com um fascínio por rádios, talento que não passou despercebido à temida escola militar da Juventude Hitleriana. Seguindo o exército alemão por uma Europa em guerra, Werner chega a Saint-Malo na véspera do Dia D, onde, inevitavelmente, o seu destino se cruza com o de Marie-Laure, numa comovente combinação de amizade, inocência e humanidade num tempo de ódio e de trevas.”
Editorial Presença, 2015
Tradução de Manuel Alberto Vieira