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planetamarcia

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Janeiro 01, 2011

Solstício de Inverno - Rosamunde Pilcher - Opinião

 

Quando comprei este livro, no passado mês de Maio na Feira do Livro de Lisboa, decidi que o leria no final do ano, pelo Solstício de Inverno. Assim fiz, levada por algumas críticas muito positivas de outros leitores, e também motivada pelo facto de ter gostado muito do livro “Os Apanhadores de Conchas” da mesma autora, entreguei-me a esta leitura na época mais festiva do ano.

Não sou uma apaixonada pelo Natal, gosto de estar em família, coisa que faço ao longo de todo o ano. Talvez tivesse algum desejo oculto que este livro acordasse a minha predisposição para as festas. A verdade é que não se revelou tão intenso como eu esperava, não tornou memorável a minha última leitura de 2010, nem tão pouco me fez uma fã do Natal. Enfim, cada um é como é.

Trata-se de um livro de agradável leitura, com personagens bem caracterizadas e interessantes descrições dos locais. A verdade é que muitas vezes senti que tudo corria demasiado bem nas vidas destas pessoas, apesar de acontecerem algumas desgraças e tristezas, o Universo parece sempre conspirar positivamente ao longo das 500 páginas de modo a que haja sempre solução para as tristezas e um caminho para as desilusões.

Quis o destino que as vidas de Elfrida e Oscar se cruzassem e que, a inesperada viuvez deste, os levasse juntos numa viagem até à Escócia. O que a princípio é uma espécie de fuga ou a única solução face aos problemas, torna-se um modo de descobrir amigos e cultivar relações humanas. Várias coincidências levam a que Elfrida, Oscar, Carrie, Lucy e Sam se tornem uma espécie de família, solitários e tristes descobrem novas possibilidades de serem felizes. Passam juntos, na mesma casa, os dias que antecedem o Natal e dedicam-se a preparar essa quadra festiva de modo que nenhum deles esquecerá.

Uma história muito humana das formas como a amizade e o amor podem sarar as feridas e abrir novos caminhos de felicidade; e também como, inesperadamente, a vida pode mudar.

Apesar de ter achado um livro interessante não me convenceu a 100%. Acho que alguns diálogos poderiam ter sido suprimidos dada a repetição de conversas, do género A fala com B e depois B repete a conversa a C – pode ser bom para o leitor menos atento mas acredito que maçador para a grande maioria. Enfim, recomendo a quem ainda acredita no Pai Natal!

Sinopse

“Ao abandonar Londres pela bonita aldeia do Hampshire, Elfrida Phipps sente-se em casa. Tem uma pequena vivenda, o fiel cão Horace e a amizade dos vizinhos Blundell – em especial a de Oscar – para garantir que os seus dias incluam companhia e independência.
Mas uma tragédia imprevista perturba a tranquilidade de Elfrida. Ela refugia-se numa casa na Escócia, que se torna um íman para um particular grupo de pessoas, cada uma com a sua própria história. Parece a receita certa para a calamidade. Mas o grupo acaba por tornar-se maior do que a soma das suas partes e Elfrida vê-se no centro de um Natal bastante mágico.
Rosamunde Pilcher oferece-nos outra história admirável, em cujas páginas se desenrolam as aventuras de estranhas personagens dos quais nos aproximamos pouco a pouco.
Com o talento e sensibilidade singulares que a caracterizam, a autora apresenta-nos um mundo único, do qual desfrutamos com todos os nossos sentidos.”

Difel, 2001

Novembro 20, 2008

Os Apanhadores de Conchas

 

Passo a apresentar o livro que leva o troféu no que se refere à proporção custo/benefício! Como o adquiri na colecção “Biblioteca Sábado” custou-me apenas € 1,00 e o prazer que me deu a sua leitura faz dele um dos meus melhores investimentos.
É também um livro que já tinha curiosidade de ler há algum tempo dadas as várias críticas favoráveis que chegaram até mim. Devo dizer que gostei bastante, desde as personagens à forma como está estruturado. Tive pena de me deparar com alguns erros ortográficos e algumas passagens gramaticais menos conseguidas, mas esta é uma situação que entristece sempre em qualquer livro...pelo que neste caso a desilusão é atenuada pelo preço.
Não sei se o deva classificar como saga familiar mas penso que sim...ou algo dentro do género. A história gira em torno de algumas obras de arte, e se calhar arriscava mesmo a classificar o quadro “Os Apanhadores de Conchas” como a personagem principal. Decerto não será muito correcto mas o que é facto é que a história se vai desenrolando ao redor do mesmo.
Com um enquadramento histórico razoável vamos conhecendo a história de Penelope, filha de um artista e educada de forma pouco convencional para a época. Esta é a história da sua vida, dos seus amores, ilusões e desilusões, das dúvidas em relação à educação dos filhos, do desejo que por vezes tudo fosse diferente. Conhecemos o seu presente e a autora vai-nos desvendando o seu passado de uma forma progressiva que me agradou bastante.
Faz-nos pensar em como por vezes as pessoas da própria família não vêm o que é óbvio e são os amigos inesperandos que a vida nos oferece que nos fazem passar os momentos mais felizes. Uma história que é também de injustiças...ou não fosse parte passada durante a guerra... e de momentos de surpreendente prazer...assim como a vida de qualquer um de nós, e ainda bem...
Sinopse
“Depois de ter estado às portas da morte por um enfarte, Penelope Stern, filha de um pintor de fama internacional, começa a ver a vida com outros olhos. A sua estabilidade afectiva está ligada a uma série de acontecimentos ocorridos no passado. Conviveu com as suas sequelas dolorosamente, mas agora está disposta a recapitular... Decide voltar à Cornualha, onde decorreu a sua juventude, e não desistirá enquanto não conseguir comprender a sua própria história bem como a dos membros da sua famíla. Nesse passado oucupa um importante lugar um quadro pintado pelo seu pai, “Os Apanhadores de Conchas”, que agora desperta o interesse dos seus filhos pelo seu valor económico...”
Biblioteca Sábado, 2008