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planetamarcia

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Setembro 23, 2017

Octaedro, de Julio Cortázar - Cavalo de Ferro - Já nas livrarias

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Nos interstícios da realidade nascem aventuras improváveis: um rosto refletido numa janela, que desencadeia o nascer de sentimentos amorosos segundo uma lógica combinatória relacionada com os percursos da rede do metropolitano; mortos que voltam a morrer na viscosidade ilusória dos sonhos; personagens irreais que procuram a sua existência através de dolorosas mentiras — Morte, amor, relações humanas, a presença constante e imperturbável do inexplicável: todas as faces da existência humana e a certeza que fica, no final, de que nenhuma delas pode ser encarada somente através de um único prisma.

O octaedro de oito contos publicado originalmente em 1974 e, até hoje, inteiramente inédito em Portugal, é um dos livros mais representativos e celebrados de Cortázar, em que a audácia estilística se equipara ao desafio constante perante os determinismos e previsibilidade da vida quotidiana.

 

«A ti que me lês, nunca te aconteceu uma coisa começar num sonho e voltar em muitos sonhos mas não é aquilo, não é apenas um sonho? Qualquer coisa que está ali mas onde, como; qualquer coisa que acontece ao sonhar, claro, puro sonho mas depois…»

 

Julio Cortázar (1914 - 1984), escritor argentino, é considerado um dos autores mais inovadores e originais do seu tempo. Mestre no conto e na narrativa curta, a sua obra é apenas comparável a nomes como os de Edgar Allan Poe, Tchékhov ou Borges. Deixou igualmente romances como O Jogo do Mundo (Rayuela), que inauguraram uma nova forma de fazer literatura na América Latina, rompendo com o modelo clássico, mediante uma narrativa que escapa à linearidade temporal e onde as personagens adquirem uma autonomia e uma profundidade psicológica únicas.

Agosto 12, 2017

Todos os Fogos o Fogo - Julio Cortázar

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Há o antes e o depois dos acontecimentos que nos marcam e eu, de alguma forma, saí da leitura de Todos os Fogos o Fogo diferente daquilo que entrei. Haverá sempre o tempo em que eu não conhecia Cortázar e os livros que se seguem. E agora, que o meu olhar mudou, como vai ser?

Diz que é isto a literatura.

Sinopse

“Imagine-se uma dessas longas filas de automóveis parados na auto-estrada às portas de uma grande cidade para desespero dos automobilistas; e que os minutos e as horas de espera se transformam em dias, e estes em semanas e depois em meses, convertendo o espaço circundante numa espécie de não-lugar familiar; neste tempo e lugar suspenso, nascem amizades e disputas, os automóveis transformam-se em hospitais de campanha, em alcovas, em bares, organiza-se uma nova sociedade. É este o tema do famoso conto, «A Auto-estrada do Sul», adaptado ao cinema por Jean-Luc Godard, que abre o presente volume. Seguem-se outros não menos famosos, num total de oito, onde Julio Cortázar demonstra, uma vez mais, a sua enorme mestria em (con)fundir passado e presente, sonho e realidade, criando ambientes ficcionais únicos, onde as tensões e os medos da vida quotidiana se sublimam em aparentes novas realidades.”

Cavalo de Ferro, 2017

Tradução de Alberto Simões