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planetamarcia

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Agosto 13, 2016

Viver depois de ti - Jojo Moyes - Opinião

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Há momentos em que uma leitura diferente é necessária. Que não tenha particularmente a ver com o que mais se gosta, nem com a necessidade de saber mais ou aprender coisas novas e diferentes. Às vezes é preciso um livro que, mesmo não acrescentando grande coisa ao que já sou e tenho, me leve para longe. Que me leve com ele para dentro de muitas páginas fáceis de ler. Que me faça companhia, me mexa com as emoções, e me distraia de coisas em que não quero pensar.

Por vezes são necessárias pausas, intervalos na busca constante; por vezes é necessário descansar a cabeça e calar os pensamentos.

Para esta tarefa, não pensar, para mim algo bastante difícil, escolhi Viver depois de ti, da Jojo Moyes. O filme adaptado do livro estreou esta semana, parece que é daqueles de chorar baba e ranho, e eu pensei porque não experimentar um page turner lamechas para me atormentar um pouco com as desgraças dos outros?

A leitura agarrou-me de imediato (conforme esperado) e lido o primeiro capítulo já delineava uma série de coisas que, obviamente, iriam acontecer. E aconteceram. E soube-me bem esta certeira previsibilidade. Como também me deliciou a entrega à leitura e a forma como me envolvi na vida das personagens. Sinceramente era mesmo o que estava a precisar, e que sorte ter, mesmo à mão, um livro que, neste momento, me satisfez a 100%.

Li as cerca de quatrocentas páginas em três ou quatro dias, pois na verdade o livro é de consumo muito fácil. Uma vez envolvida na trama fui caindo, feliz, nos ganchos lançados pela autora no fim de cada capítulo e ao longo de todo o livro. Em resumo, não queria parar de ler, e para esse efeito o livro está mesmo muito bem conseguido. No Goodreads leva quatro estrelas minhas, não pela qualidade literária, mas por ter cumprido (com distinção) o propósito da sua leitura.

Não vos vou maçar com detalhes da história, para isso deixo a sinopse. Além do mais não vai ser difícil encontrar comentários, opiniões e críticas ao livro, bem como o trailer do filme, pois neste momento fala-se dele por todo lado.

Penso ver o filme, mas agora vou retomar a pilha de livros iniciados que está na mesa de cabeceira.

Esta pausa foi muito boa!

Sinopse

“Louisa Clark é uma jovem com uma vida banal - um namorado estável, trabalhador e uma família unida - que nunca saiu da aldeia onde sempre viveu. Quando fica desempregada, vê-se obrigada a aceitar um emprego em casa de Will Traynor, que vive preso a uma cadeira de rodas, depois de um acidente. Ele sempre tinha vivido de um modo trepidante - grandes negócios, desportos radicais, viajante incansável - agora tudo isso ficou para trás. 
Will é mordaz, temperamental e autoritário, mas Lou recusa tratá-lo com complacência e em breve a felicidade e o bem-estar dele tornam-se muito mais importantes do que ela esperaria. No entanto, quando Lou descobre que Will tem planos inconfessáveis para a sua vida, ela luta para lhe mostrar que ainda assim vale a pena viver. 
Em Viver depois de ti, Jojo Moyes aborda um tema difícil e controverso, com sensibilidade, obrigando-nos a refletir sobre o direito à liberdade de escolha e as suas consequências.”

Porto Editora, 2013

Junho 13, 2010

Um Violino na Noite - Jojo Moyes - Opinião

 

“Um Violino na Noite” é um livro sobre percursos e desejos, e sobre a forma como os mistérios do destino cruzam vidas perfeitamente distintas. Novos começos e mudanças radicais obrigam a grandes adaptações; surgem novas realidades e novas pessoas…que nem sempre são o que parecem…

No centro desta acção está “A Casa Espanhola” uma propriedade cobiçada por Matt e Laura, um casal que, com o objectivo de ficar com a casa para si, cuida do proprietário, o velho rezingão Mr. Pottisworth. No entanto, após a morte deste, a casa é deixada em herança a Isabel, a única familiar viva. Viúva e com dois filhos, e atravessar uma das fases mais difíceis da sua vida, decide mudar-se para a “Casa Espanhola”, um local negligenciado e a precisar de sérias obras.

Matt mantém o objectivo de ficar com a casa e faz tudo por essa obsessão; perde mesmo a família e o respeito dos que estão próximos. Por seu lado Isabel vê-se obrigada a crescer para além da vida privilegiada que viveu até então, adapta-se, aprende, aproxima-se dos filhos e cresce além da música, a sua grande paixão.

O que mais me agradou neste livro foi perceber, há medida que avançava na leitura, que a forma como Isabel e Matt mudam a sua forma de agir representa um peso que altera não só as suas realidades mas também as realidades das pessoas mais próximas. Como se todas as suas atitudes representassem uma cadeia de acções forte e de resultados imediatos. Se através da mudança radical que se opera na sua vida Isabel se aproxima dos filhos e olha para união familiar de outra forma, Matt passa a viver de modo obsessivo para a casa e o seu único objectivo é fazer tudo para que seja sua.

Uma leitura agradável, de escrita simples e bem elaborada. Para mim muito melhor do que “A Baía do Desejo”, título da mesma autora já publicado em Portugal pela Porto Editora (opinião aqui). Destaco também um leque de personagens muito cativantes e um enredo que está mais que visto que me agradou.

“Isabel caminhava, tentando guardar a melodia no espírito, dedilhando cordas invisíveis. Noutro tempo a música passava continuamente na sua cabeça, quase nunca interrompida pelas exigências dos filhos, pelas conversas com o marido. Agora era interrompida com frequência, desarticulada pela realidade da vida quotidiana.” (Pág. 292).

Sinopse

“Isabel Delancey, uma mulher frágil e ainda jovem, alheada das vicissitudes do dia-a-dia, vivia para a música - era violinista numa orquestra sinfónica.
O que a prendia à realidade era o amor que sentia por Laurent, o seu marido. Quando este morre num brutal acidente, Isabel vê-se obrigada a confrontar-se com a terrível situação financeira em que o marido deixou a família e a assumir o papel de mãe que sempre tinha sido desempenhado por uma ama.
A Casa Espanhola, uma propriedade que herda inesperadamente, sendo uma fonte inesgotável de problemas, vai ser ao mesmo tempo um desafio à sua coragem e determinação, transformando Isabel numa mulher madura.
Ali, vai encontrar uma solidariedade inesperada, um rancor visceral e o amor.
Um Violino na Noite é um romance que nos fala de obsessões, vulnerabilidades, paixões e escolhas. A história envolve completamente o leitor, tornando este novo livro de Jojo Moyes uma leitura compulsiva e irresistível.”

Porto Editora, 2010 

Abril 08, 2009

Silver Bay - A Baía do Desejo

 

 

Gostei de ler este livro. Esta história trouxe-me alguma serenidade e fé!
Tem um conjunto de personagens interessantes e bem descritas, um argumento algo previsível mas mesmo assim interessante; achei-o bem estruturado.
No fundo é uma história de amor, com algumas dificuldades e dramas habituais nestas coisas. Mike é a personagem que mais alterações sofre ao longo da narrativa. Começa por ser um executivo Londrino motivado apenas pelo dinheiro e poder, para chegar à última página deste livro como um ecologista sentimental… se isto pode acontecer realmente? Não sei…mas acredito que muitos acontecimentos da vida nos podem mudar e fazer ver as coisas com outros olhos.
Ou será apenas o meu lado sonhador a falar? A verdade é que acabei de ler este livro há momentos e poderá ainda estar a surtir os seus efeitos no meu coraçãozinho mole…aiai…
Bom, além do executivo citadino temos a namorada do executivo e o pai desta…que curiosamente é o patrão do primeiro. Do outro lado do mundo, na Austrália, temos Kathleen a proprietária de um hotel na Baía de Silver Bay, Liza e Hannah. Além destas personagens outras vão povoar esta história enriquecendo-a com as suas particularidades. Mais uma vez acrescento a boa capacidade narrativa da autora.
Aparentemente muito diferentes, Mike, Kathleen, Liza e Hannah vêm as suas vidas entrelaçadas e presas ao futuro de Silver Bay. Mike desloca-se à Austrália para dar inicio à construção de um empreendimento turístico que mudará para sempre o local e a vida dos seus habitantes.
Este livro descreve a transformação de um homem calculista e frio num ser apaixonado e altruísta. Ou será que Mike já possuía estas características mas o facto de nunca se ter envolvido realmente com alguém, de nunca ter amado ou olhado para ou outros e ver para além da aparência exterior lhe estaria a bloquear sentimentos que ele já teria dentro de si?  Poderá o meio em que estamos inseridos influenciar-nos assim tanto? Bons temas para discussão eu acho…
Acho que esta é a história crescimento emocional de Mike, da sua descoberta do amor e de si próprio, contada na voz das várias personagens num ambiente de natureza viva e quase selvagem.
Para não correr o risco de revelar demasiado, deixarei as outras personagens para explorar por quem se quiser dedicar a esta leitura. A história de Liza é também muito interessante…
Sinopse
“Mike Dormer chega a Silver Bay, uma pacata vila costeira da Austrália, com um único e secreto intuito que abalará por completo a vida dos seus habitantes.

Mas Silver Bay reserva-lhe um destino diferente.

Liza McCullen e a sua filha Hannah, de dez anos, residem no familiar Hotel Silver Bay - tão excêntrico como a sua proprietária Kathleen - onde Mike se hospeda. As suas personalidades enigmáticas exercerão um fascínio inexplicável sobre o pragmático executivo londrino, que se deixará envolver irremediavelmente pelos membros da pequena comunidade de Silver Bay e pela magia que descobre no seu modo de vida. Em pouco tempo, Mike sentir-se-á dividido entre a culpa e o desejo, a responsabilidade... e a paixão inesperada. Paralelamente, a vida de Liza sofrerá uma reviravolta inevitável.

Prisioneiros de uma perigosa teia de segredos e mentiras, estarão eles preparados para enfrentar os acontecimentos que se avizinham?”
 
Porto Editora, 2009