Outubro 16, 2011
O Que Seria Eu Sem Ti? - Guillaume Musso - Opinião
Li todos os livros do Guillaume Musso editados cá. Houve uma altura, se calhar por ter lido vários de seguida, que achei que me começava a cansar, por terem todos uma fórmula muito idêntica.
Seja como for, este “Que Seria Eu Sem Ti?” encantou-me de tal modo que me senti como se fosse a primeira vez que lia um livro de Musso. Deixei-me envolver nas vidas das personagens e nos seus percursos conturbados típicos dos livros do autor. A fórmula dos seus livros é de facto muito semelhante mas há alguns deles que têm o poder de me maravilhar completamente. Este é um deles.
Gabrielle e Martin vivem, ainda jovens, um grande amor. Por diversas razões afastam-se e seguem percursos de vida diferentes, em países diferentes. Os anos passam e esse amor nunca morreu, vive atormentando cada um deles como só os assuntos mal resolvidos podem fazer. Por uma sequência de coincidências reencontram-se passados mais de 10 anos. Mas haverá verdadeiramente coincidências na vida? Ou será que, cegos, seguimos o percurso traçado sem lhe poder fugir?
Pois, ler livros de Guillaume Musso é meditar em dúvidas, duvidar das próprias dúvidas e ponderar se, afinal, há alguma razão para duvidar…porque se calhar é tudo demasiado claro e simples, o ser humano tende a complicar e evitar a sua rota…mas não lhe pode fugir…ou pode?
Não sei, de qualquer modo não consigo concluir, resta-me desejar atingir a maturidade de conseguir viver bem apesar da dúvida…
A certeza que tenho é que este livro me fez muito feliz. Muito bom deixar-me lembrar de forma tão bela do poder do amor, e da felicidade de aproveitar os momentos que verdadeiramente preenchem e completam as nossas vidas. É um ensinamento fundamental saber encher a alma de sorrisos e “deixar cair” o que nos envenena. Viver cada dia dos máximos e não permitir que os mínimos nos afectem. Sou uma mera aprendiz desta sabedoria… mas este género de leituras renova-me, faz-me pensar e acreditar que posso optar por me alimentar só do melhor…
Não seria um livro de Guillaume Musso se não envolvesse os mistérios da morte, até porque é uma forma de lembrar que devemos aproveitar a vida. Guillaume cria uma fronteira muito ténue entre a vida e a morte, como se fosse quase um local de paragem, reflexão e até decisão. Como se estivesse nas nossas mãos optar pelo regresso ou pela definitiva viagem. Poderá ser uma viagem com dia e hora marcada? Onde estamos quando não morremos mas também já não estamos vivos? Sinceramente receio escrever demais mas achei lindo.
Estamos sempre a tempo de escolher ser felizes. É muito bom acreditar nisto.
“O amor separa-se da morte por apenas três letras.”
Na conclusão da uma história brilhante Guillaume oferece aos leitores uma mensagem de agradecimento muito especial. Para mim é um escritor com o coração ligado aos dedos. Tem o dom de escrever directamente da alma.
Sinopse
“Gabrielle tem dois homens na sua vida. Um é o pai, o outro, o seu primeiro amor. Um é um grande polícia, o outro um célebre ladrão. Desapareceram os dois há muito, deixando-lhe um vazio imenso no coração. No mesmo dia, à mesma hora, ressurgem para lhe inquietarem a vida. Conhecem-se, detestam-se, defrontam-se num desafio mortal. Gabrielle recusa-se a escolher entre os dois, gostaria de os manter na sua vida, de os aproximar, de os amar a ambos. Mas existem duelos em que a morte é o desfecho inevitável. A não ser que…
Dos telhados de Paris ao sol de São Francisco. Um primeiro amor que ilumina toda uma vida. Uma história envolvente, repleta de amor e fantasia.”
Bertrand, 2010