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planetamarcia

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Maio 24, 2011

A Sociedade Literária da Tarte de Casca de Batata - Mary Ann Shaffer e Annie Barrows - Opinião

 

Desde a primeira vez que ouvi falar deste livro que tive uma imensa vontade de o ler. As opiniões de outros leitores são todas excelentes e, para quem gosta de ler, um livro sobre uma Sociedade Literária é bastante apelativo.

Toda a narrativa é composta por cartas, uma forma bastante original de contar uma história. De facto, e apesar de parecer estranho, absorvemos com muita facilidade a realidade das personagens, as suas vidas, desejos e sonhos. Deixei-me arrebatar por este livro delicioso desde a primeira página.

Os habitantes da Ilha de Guernsey, uma das Ilhas do Canal da Mancha, encontraram formas muito particulares de sobreviver e encarar a ocupação Alemã durante a II Guerra Mundial. A formação da Sociedade Literária da Tarte de Casca de Batata começou por ser uma dessas maneiras de contornar as regras impostas, e acabou por se tornar um Clube Literário em que os seus membros desenvolveram uma verdadeira paixão pelos livros.

Juliet é escritora e, numa fase de menos inspiração em que procura um tema para escrever, toma por acaso conhecimento desta curiosa Sociedade e procura saber do que se trata. Estabelece contacto com um dos seus elementos e começa a receber várias cartas dos restantes membros, cada um à sua maneira, descreve o seu percurso e funções não só na Sociedade mas também no dia-a-dia da Ilha.

Os tempos duros de carestia vividos durante a Guerra são abordados de uma forma especial, dado tratar-se de um grupo de pessoas que têm fortes laços de amizade e que procuram sempre soluções. Juliet vai desenvolvendo verdadeiras amizades com estas pessoas e acaba por decidir conhecê-los a todos pessoalmente, viajando até à Ilha. Sente-se em casa desde o primeiro momento, é acolhida de forma muito calorosa, trata-se de facto de um grupo de pessoas extraordinárias que valorizam a amizade e a lealdade acima de tudo. A vida de Juliet muda, ela própria acaba por chegar à conclusão que precisava de se encontrar, de valorizar outras coisas, de acreditar, de amar. Por vezes o destino tem estranhas formas de nos mostrar o caminho, Juliet encontra o seu.

O que mais me fascinou foi a forma particular como tudo isto chega ao leitor. Como já referi são apenas cartas, cartas construídas de forma a transmitir todos os pormenores como se fosse uma construção; em cada carta vamos juntando peças, compondo um puzzle, unindo laços. Sinto que esta leitura aguçou a minha criatividade e estimulou a minha atenção, além de me ter proporcionado páginas e páginas de um prazer simples mas completo. Recomendo a todos sem quaisquer reservas!

Sinopse

“Londres, 1946. Depois do sucesso estrondoso do seu primeiro livro, a jovem escritora Juliet Ashton procura duas coisas: um assunto para o seu novo livro, e, embora não o admita abertamente, um homem com quem partilhar a vida e o amor pelos livros. É com surpresa que um dia Juliet recebe uma carta de um senhor chamado Dawsey Adams, residente na ilha britânica de Guernsey, a comunicar que tem um livro que outrora pertenceu a Juliet. Curiosa por natureza, Juliet começa a corresponder-se com vários habitantes da ilha. É assim que descobre que Guernsey foi ocupada pelas tropas alemãs durante a segunda Guerra Mundial, e que as pessoas com quem agora se corresponde formavam um clube secreto a que davam o nome de Sociedade Literária da Tarte de Casca de Batata. O que nasceu como um mero álibi para encobrir um inocente jantar de porco assado transformou-se num refúgio semanal, pleno de emoção e sentido, no meio de uma guerra absurda e cruel.

Fascinada pela história da dita Sociedade Literária, e ainda mais pelos seus novos amigos, Juliet parte para Guernsey. O que encontra na Ilha mudará a sua vida para sempre.

Uma história comovente sobre o poder da amizade, dos livros e do amor.”

Editora Objectiva, 2010