Janeiro 05, 2008
Rio das Flores
Está concluído o primeiro livro que li este ano! Sinto que será dificil superá-lo!
Apesar das mais de 600 páginas lê-se muito rápido, a vontade de virar cada página e avançar na história é enorme.
Este livro é composto de várias coisas que me agradam: conta a história de uma familia durante 30 anos, com personagens vivas que crescem evoluem ao longo da narrativa, e que parece que ficam connosco a cada vez que se fecha o livro; faz um enquadramento histórico-social excelente tanto a nível nacional como mundial.
Aprofundei alguns conhecimentos que tinha e fiquei a saber coisas que nem imaginava da nossa história recente. Destaco uma das que considerei uma descrição interessante de Salazar, entre muitas outras imperdíveis:
"E assim, todas as noites ao serão, no Palácio de S. Bento - onde criava galinhas e patos como se ainda vivesse na aldeia e sempre assistido em tudo pela sua governanta dos tempos da Universidade de Coimbra -, aquele desconfiado beirão sentava-se na sua poltrona de sempre, descalçava as botas de polaina do século passado que insistia em usar ainda, substituía-as por umas pantufas de lã e ficava a ler e a responder a correspondência diplomática que lhe chegava dos seus embaixadores espalhados pelo mundo. Aos 47 anos de idade, fizera de si próprio o primeiro ministro dos Negócios Estrangeiros que nunca tinha posto um pé no estrangeiro." in Rio das Flores pág. 571
Diogo é o personagem que me diz mais, calculo que se passe o mesmo com a maioria das pessoas que se identifique com esta história.
A sua vontade de sair do país, de conhecer o mundo e de encontrar locais e pessoas com que se identifique prendeu-me desde o inicio do livro, ou não fosse eu também uma criatura sedenta de saber e de novas vivências.
Recomendo este livro a toda a gente.
Nem tudo o que vende muito é mau, até porque nós leitores não somos parvos!
Pensem lá os críticos o que quiserem dos tops, há mais livros maus que não vendem do que bons, ou não?
Oficina do Livro, 2007