Maio 29, 2011
Onde a Vida se Perde - Paulo Ferreira - Opinião
Não sabia bem o que esperar deste “Onde a Vida se Perde”. A curiosidade pelo trabalho de Paulo Ferreira trouxe este livro até mim. Li-o rapidamente. E gostei.
Pedro está a morrer, é-lhe diagnosticado cancro e tem 6 meses de vida. O tema é sem dúvida apelativo e aguçou a minha curiosidade.
Fui construindo uma imagem de Pedro muito pouco positiva. Com uma faceta de maníaco-compulsivo e até hipocondríaco, cheguei a achar que a doença poderia ser fruto das suas psicoses… no entanto, e o que importa reter, é que se trata de um homem que procura ficar em paz consigo próprio. E porque todos temos a nossa forma muito particular de percorrer esse caminho, Pedro quer reunir as mulheres que foram importantes na sua vida.
Ficamos a conhecer Mia, Rita, Carmen e Alice, o percurso das suas relações com Pedro, e a forma como este nem sempre soube fazê-las felizes. De facto, dadas as inúmeras frustrações e desgostos, não sei bem como é que estas mulheres acederam a participar em tal encontro.
Gostei da escrita de Paulo Ferreira, fluida e muito clara, a sua simplicidade atrai-me muito. Não escondo que esperava mais, talvez uma personagem principal mais forte, com mais carácter, uma vida mais rica, interessante e preenchida.
Continuarei a acompanhar o percurso deste escritor e estou certa do seu sucesso.
Sinopse
“Seis meses de vida é tudo o que resta a Pedro para viver. A sua vida foi subitamente interrompida por um diagnóstico - uma sentença de morte: seis meses. O que pode, o que precisa de fazer nesses últimos dias? Não fará nada, senão cancelar as férias e organizar um jantar muito especial. Convidará quatro mulheres que são quatro percursos da sua caminhada sentimental. E o que pretende ao juntá-las? O perdão? A punição ritual da inconstância, do egoísmo, da insinceridade? Ou é apenas um reflexo, um impulso, o derradeiro gesto do náufrago que se agarra ao que está mais próximo? Durante esse tempo que o separa da morte, Pedro mantém um diálogo com Mia, Alice, Rita, e Carmen, enquanto se conta toda a história com quatro histórias lá dentro: de solidão, de frustração, de amor em estado bruto. Onde a Vida se Perde é um belíssimo e comovente romance.”
Quetzal, 2011