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planetamarcia

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Abril 25, 2017

O Ano da Dançarina - Carla M. Soares - Opinião

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De todos os livros da Carla M. Soares (e eu li todos os que estão publicados) este é, sem dúvida, o meu preferido. Há livros assim, que mandam na minha vontade logo na primeira página, que não me saem da cabeça durante as horas que estamos afastados, que me deixam com saudades de voltar à leitura, de me envolver mais e mais na história e nas personagens.

O Ano da Dançarina é um romance delicioso que se lê com ritmo e alguma compulsão. A escrita da autora continua fluída e cuidada, tendo adquirido bastante segurança que se nota em alguns trechos mais destemidos. Nota-se que a pesquisa histórica foi intensa, mas nunca senti que a informação foi colocada “à martelada” (e é muita informação), mas antes perfeitamente doseada na trama com a ajuda de personagens bem estruturadas.

Quem dera só ler livros assim, com gosto e vontade de galopar pelos parágrafos. E ficar triste por chegar à última página.

Gostei dos detalhes, das descrições das ruas na Lisboa de 1918, dos locais, do vestuário, do enquadramento social e político, de ver surgir em cada personagem uma personalidade influenciada pelo meio, de conhecer os Lopes Moreira, no seu estatuto privilegiado, contudo terra-a-terra, de sentir as dores da guerra em quem nela participou, bem como as ramificações da perda em quem está próximo. Gostei de ler a dor de quem é arrasado por uma epidemia, bem como pelos que assistem com o sofrimento da impotência. Chegaram até mim as amizades, as inimizades, a fúria, a paixão, o amor.

Poucos são os livros que convidam o leitor a uma tão intensa possibilidade de construir, de imaginar e sonhar e, sou honesta, gostava que todas as minhas leituras fossem assim, tão amplas e satisfatórias.

Gostei muito e convido-vos a descobrir a Dançarina, que não é exactamente o que parece.

Sinopse

“No ano de 1918, o jovem médico tenente Nicolau Lopes Moreira regressa da Frente francesa, ferido e traumatizado, para o seio de uma família burguesa de posses e para um país marcado pelo esforço de guerra, pela eleição de Sidónio Pais e pela pobreza e agitação social e política. 
No regresso, Nicolau vê-se confrontado com uma antiga relação com Rosalinda, dançarina e amante de senhores endinheirados, e com as peculiaridades de uma família progressista. 
Enquanto a Guerra se precipita para o fim e, em Lisboa, se vive a aflição da epidemia e da difícil situação política, a família experimenta o medo e perda, e Nicolau conhece um amor inesperado enquanto trava as suas próprias batalhas contra a doença e os próprios fantasmas. Este é um romance de grande fôlego, histórico, empolgante e profundo, sobre a superação pessoal e uma saga familiar num tempo de grande mudança e turbulência em Portugal.”

Marcador, 2017

Abril 25, 2017

Minotauro - O Homem que Duvidava, de Ethan Canin

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O Homem que Duvidava é a mais recente obra do norte-americano Ethan Canin e conta-nos a história de Milo Andret, um génio matemático incompreendido, obcecado pela sua mente brilhante, e da sua família, iluminada e atormentada por este dom ao longo de diversas gerações. Considerado um dos melhores livros de 2016 segundo a Amazon, foi aclamado pelos críticos literários mais proeminentes, desde o The Guardian Books, que vê esta «ficção grandiosa» como «rara nos dias de hoje», até ao The New York Times Book Review, que o destaca como um «romance maravilhosamente bem escrito».

Milo Andret é dotado de uma mente extraordinária. Criança solitária entre as florestas do Michigan nos anos 1950, pouco valorizava o seu próprio talento. Contudo, após ingressar na Universidade de Berkeley, apercebe-se da extensão, e dos riscos, do seu dom tão singular. A Califórnia dos anos 1970, revela-se um jogo sedutor, desvelando a Milo o encanto da ambição, mas também da indulgência. A investigação que lá inicia elevá-lo-á à categoria de lenda; a mulher que lá conhece (assim como o seu arquirrival) atormentá-lo-á para o resto da vida. De facto, a verdade é que o brilhantismo de Milo se encontra finamente entrançado com um desejo obscuro que em breve ameaçará o seu trabalho, a sua família e até a sua própria vida.

O Homem que Duvidava narra o percurso de uma família, revelando que a ambição caminha de mãos dadas com a destrutividade, a obsessão namora com o tormento e o amor encanta-se com a dor.

Ethan Canin nasceu em Ann Arbor, no Michigan. Talento precoce, chamou a atenção, logo na escola preparatória, de uma das professoras: a aclamada autora Danielle Steel.

O Homem que Duvidava é o seu livro mais recente, uma obra aclamada pela crítica, revelando-se um dos mais maduros autores americanos da sua geração.

Abril 16, 2017

Os Desafios da Europa – Uma Colectânea que precisa do vosso apoio

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No passado mês de Dezembro soube que o meu Conto, Gaveta de Mistérios, foi um dos selecionados pelo Júri do Prémio Literário e de Ilustração Eça de Queiroz, promovido pela Junta de Freguesia dos Olivais e pela Editora Livros de Ontem.

Este Prémio, além de ser uma homenagem ao escritor que lhe dá nome, tem o objectivo de promover a criatividade, o gosto pela leitura e a criação literária. Interessei-me logo pelo tema, pela sua actualidade e pelas muitas possibilidades de criação que oferece. Foram mesmo indicados alguns subtemas, a meu ver bastante pertinentes: racismo, emigração, refugiados, cultura e tradições, políticas, mitologias, valores europeus.

De acordo com o regulamento do Prémio, os cinco Contos escolhidos (três premiados e duas menções honrosas) fariam parte de uma Colectânea que seria sujeita a um processo de crowdfunding. E é neste ponto que estamos, pois já está a decorrer a campanha que, se bem-sucedida, possibilitará a publicação da obra e fará deste livro uma realidade.

Apoiar é muito fácil e pode fazer-se com qualquer montante a partir de € 1,00. Divulgação também é apoio e basta o passa-palavra. Divulgações em blogues e redes sociais são, obviamente, bem-vindas.

Não preciso de vos dizer como eu gostava de ver este livro publicado, pois não? E como gostava de ver o público a apoiar novos autores, gente com imaginação, vontade de criar e muitos projectos na cabeça.

Deixem-me só acrescentar que os apoios a partir de e € 5,00 têm direito a recompensa, e que com € 13,00 já asseguram o vosso exemplar deste livro (que depois da campanha custará € 15,00). Partilho o link com todos os detalhes da campanha, e faço figas para que tenha o vosso interesse: http://www.boaboa.pt/desafios-europa 

Felicito os Contistas Luísa Semedo, João de Almeida, Quita Miguel e Márcia Costa, companheiros nesta viagem.

Abril 14, 2017

Rapariga em Guerra - Sara Novic - Opinião

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Impressionou-me. Sim, é o que me fazem alguns livros, normalmente aqueles que não consigo largar desde que abro a primeira página. Foi o que aconteceu com Rapariga em Guerra, que li rapidamente, envolvida pela história de uma menina de dez anos que, na Croácia, perdeu a infância para a guerra. Na verdade Ana perdeu muito mais do que a infância, mas não são esses anos mágicos uma perda já demasiado cruel?

Uma escrita simples e envolvente como a meninice, em que embrenhei com prazer e me apresentou uma mudança brusca na realidade de Ana, dos pais, da irmã bebé e dos amigos mais próximos. Há um encanto cruel nos acontecimentos sob o olhar perspicaz de uma criança, na forma como os raids aéreos se tornam mais uma peça da rotina, e de como as brincadeiras se adaptam às circunstâncias. A escassez de alimentos e a proliferação do ódio são realidades que Ana não compreende e, quando sente o verdadeiro poder do ódio, aquele que sustenta esta guerra, deixa de ser menina.

Rapariga em Guerra é, para mim, um livro sobre o poder das memórias. É sobre a forma como o que Ana viveu a acompanha sempre, e lhe condiciona as emoções. Porque há acontecimentos que marcam e a partir dos quais nada fica igual, e nasce uma dor que os anos vão esbatendo, mas que renasce como se se voltasse a premir um gatilho.

Há passados que estarão sempre na sombra de quem os viveu, mas conseguirá Ana vencer os fantasmas?

Muito bom. Recomendo sem reservas. E convido-vos para participar na tertúlia sobre este livro e A Serpente do Essex, na próxima quinta-feira, dia 20 de Abril.

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 Sinopse

“Uma saga de guerra, um relato da passagem à idade adulta, uma história de amor e de memória, Rapariga em Guerra percorre todas estas facetas e revela-se um romance de estreia ao mesmo tempo perturbador e cheio de esperança, escrito com a força da verdade.
Zagreb, 1991. Ana Juric é uma menina de dez anos com um espírito descontraído, que vive com a sua família na capital da Croácia. Mas, nesse ano, a Jugoslávia é abalada pela guerra civil, destruindo a infância idílica de Ana. A paz do dia a dia é manchada pelo racionamento, pelos constantes raids aéreos e os jogos de futebol são substituídos pelo fogo das armas. Os vizinhos começam a desconfiar uns dos outros e a sensação de segurança começa a desvanecer-se. Quando a guerra lhe bate à porta, Ana tem de encontrar um novo caminho num mundo perigoso.
Nova Iorque, 2001. Ana é agora uma estudante universitária em Manhattan. Apesar de todas as tentativas para deixar o passado para trás, não consegue escapar às recordações de guerra e aos segredos que guarda até dos que lhe são mais próximos. Perseguida pelos acontecimentos que lhe roubaram a família para sempre, regressa à Croácia depois
de uma década de ausência, na esperança de fazer as pazes com o lugar a que um dia chamou casa. Enquanto enfrenta o passado, procura reconciliar-se com a história difícil do seu país e com os acontecimentos que lhe interromperam a infância, há tantos anos.
Avançando e recuando no tempo, este livro é um retrato franco e generoso de um país devastado pela guerra, mostrando-nos, com uma escrita brilhante, a impossibilidade de separar a história de um país e a história do indivíduo. 
Sara Novic revela destemidamente o impacto da guerra numa menina e o seu legado em todos nós. É a estreia de uma escritora que olhou para o passado recente e encontrou uma história que ressoa ainda hoje.”

Minotauro, 2017

Tradução de Rita Carvalho e Guerra

Abril 10, 2017

O Leitor do Comboio - Jean-Paul Didierlaurent - Opinião

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Ler no comboio (ou em qualquer local) é perfeitamente normal, na verdade é essencial, para quem gosta de livros.

Guylain Vignolles lê em voz alta, todos os dias, durante o percurso de comboio. As suas leituras têm a particularidade de não terem qualquer seguimento, são textos avulsos sem ligação que vai lendo sentado sempre no mesmo lugar, o banco solitário e desdobrável no fim dos outros lugares. Guylain foi-se tornando, à medida que eu avançava na leitura, uma espécie de herói. Talvez pela sua simplicidade ou pela forma como encara o dia a dia, ou ainda pelos motivos das suas atitudes. São muitas as analogias que esta narrativa tece com a realidade profissional de uma grande maioria das pessoas, desde a sensação de vazio, passando pela falta de realização profissional e, claro, a dificuldade de se relacionar com as chefias e com os colegas de trabalho, devido ao constante acotovelar para se ser o melhor (mesmo que isso signifique ser muito pior pessoa) aos olhos de quem manda.

Uma escrita simples, mas que toca no cerne das questões, que me deliciou ao mesmo tempo que me ía acordando para os sentimentos mais pessoais de Guylain, tantas vezes semelhantes aos meus, na verdade penso que semelhantes a qualquer um de nós.

Guylain trabalha numa fábrica que destrói livros. O seu acto de rebeldia é salvar algumas páginas por dia, que lê em voz alta no comboio. Essas leituras proporcionam-lhe um caminho novo na sua vida solitária, que, até então apenas partilhava com um peixinho de aquário. E um dia (porque há sempre um dia que na vida e nas histórias muda tudo) encontra um objecto que lhe proporciona outras leituras, outras descobertas, e um caminho sem volta na solidão. Porque a verdade é que estamos todos cada vez mais sós, e parece que é preciso que aconteça algo inesperado ou surpreendente para encarreirarmos no caminho essencial das ligações humanas.

O Leitor do Comboio mostra, com ternura e simplicidade, que, se calhar, não estamos no caminho certo.

Gostei bastante.

Sinopse

“O poder dos livros através da vida das pessoas que eles salvam. Uma obra que é um hino à literatura, às pessoas comuns e à magia do quotidiano.
Jean-Paul Didier Laurent é um contador de histórias nato. Neste romance, conhecemos Guylain Vignolles, um jovem solteiro, que leva uma existência monótona e solitária, contrariada apenas pelas leituras que faz em voz alta, todos os dias, no comboio das 6h27 para Paris.
A rotina sensaborona do protagonista desta história muda radicalmente no dia em que, por mero acaso, do banquinho rebatível da carruagem salta uma pendrive que contém o diário de Julie, empregada de limpeza das casas de banho num centro comercial e uma solitária como ele… Esses textos vão fazê-lo pintar o seu mundo de outras cores e escrever uma nova história para a sua vida.
O Leitor do Comboio revela um universo singular, pleno de amor e poesia, em que as personagens mais banais são seres extraordinários e a literatura remedia a monotonia quotidiana. Herdeiro da escrita do japonês Haruki Murakami, dotado de uma fina ironia que faz lembrar Boris Vian, Jean-Paul Didierlaurent demonstra ser um contador de histórias nato.”

Clube do Autor, 2017

Tradução de Inês Castro

Uma leitura Roda dos Livros – Livros em Movimento

Abril 09, 2017

A Breve e Assombrosa Vida de Oscar Wao - Junot Días - Leitura Conjunta - Opinião

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Apesar da leitura ser uma actividade solitária, a partilha do que se leu exige que se deixe a solidão de lado. Ter um blogue aproximou-me de outros leitores bloggers, pessoas que, como eu, fazem da leitura, não só um passatempo preferido, como essencial.

E por isso esta leitura foi feita a três. Posso dizer que li a Breve e Assombrosa Vida de Oscar Wao com a Ana e a Isaura, companheiras da blogosfera e, agora, parceiras de leituras conjuntas. Sim, porque espero que esta tenha sido a primeira de muitas.

Foi bom ir trocando ideias à medida que as páginas passavam, se bem que, confesso, fui a mais lenta. Já as minhas companheiras tinham terminado, ainda estava eu entregue à narrativa de Junot Días. E muito bem entregue, pois o livro é espetacular. Assombroso, vá.

Curiosamente já lhe tinha pegado há uns tempos. Mas por alguma razão (que agora não consigo conceber) deixei-o de lado ao fim de umas cinquenta páginas. Queria voltar a ele, principalmente depois de ler os Contos do autor, que me deixaram impressionada com a qualidade da escrita. E assim, acabei por ser eu a sugerir este livro para a nossa primeira leitura conjunta, porque sabia que a Isaura também o tinha. À Ana a sugestão também agradou e chegámos ao fim desta aventura muito satisfeitas com o livro escolhido. Vamos lá ver se da próxima vez encontramos um título que provoque opiniões opostas para aumentar a discussão.

De qualquer modo resta-me dizer que esta experiência foi positiva e enriquecedora, que adoro a escrita crua, impiedosa e por vezes até dolorosa de Díaz. Foi uma profunda viagem à realidade social e política da República Dominicana durante o último século, um passeio para conhecer Oscar, as suas raízes familiares e o seu temperamento peculiar. E foi bom rever Yunior. Deviam conhecê-lo. Atrevam-se!

Sinopse

“Oscar Wao é enorme. E dominicano.
Gozado pelos colegas e isolado do mundo, sonha com raparigas e aventuras extraordinárias, sente vergonha por não estar à altura da reputação viril dos machos dominicanos, mas não consegue mais do que uma vida de desilusões.
Para Oscar, o drama é um fado demasiado familiar.
A sua breve e assombrosa vida está marcada a ferro e fogo por uma maldição ancestral, o fukú, que, nascido em Santo Domingo, é transmitido de geração em geração, como uma semente ruim.
Alimentada pela sorte dos seus antepassados, quebrados pela tortura, pela prisão, pelo exílio e pelo amor impossível, a história de Oscar escreve-se fulgurante e catastrófica, e integra a grande História, a da ditadura de Trujillo, a da diáspora dominicana nos Estados Unidos e a das promessas incumpridas do Sonho Americano.”

Porto Editora, 2009

Tradução de Victor Cabral

Abril 09, 2017

Revista Inominável #7

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 A Inominável #7 já está online e desta vez (pela primeira vez) não tem tema, ou melhor, tem muitos temas, todos aqueles que os Inomináveis quiserem.

Divirtam-se a descobri-la, eu tenho para mim que está cada vez melhor. Como é da praxe, vou fazer especial publicidade aos colunistas cá de casa: eu, na página 66, com a habitual coluna sobre livros, deste feita sobre os livros que nos escolhem; o Gil, com mais uma lição de fotografia, na página 58.

É muito bom fazer parte deste projecto. Obrigada a todos os Inomináveis que melhoram a revista a cada número!

Toca a ler!

Abril 02, 2017

A verdade sobre o caso Harry Quebert - Joël Dicker - Opinião

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Tive uns dias livres e já algum tempo que andava com vontade de ler um policial, nada de literariamente exigente, apenas entretenimento para uns dias de férias. A verdade sobre o caso Harry Quebert reúne um considerável número de opiniões muito favoráveis, foi-me amplamente recomendado, e tem suficiente número de páginas para não me deixar “pendurada” antes do tempo. Pereceu-me uma boa opção, além de ler uma leitura muitas vezes adiada.

Infelizmente o livro não esteve à altura das minhas expectativas. Seria bom que fosse apenas porque esperava por algo espetacular e a leitura tivesse ficado aquém, sendo um “problema” de expectativas demasiado elevadas, mas a verdade é que a maior parte do livro me pareceu uma sucessão de factos pouco credíveis, que me chegou a entediar. Confesso que, na recta final, fiquei verdadeiramente agarrada aos desenvolvimentos e algumas coisas acabaram por fazer sentido, não sendo despropositado que algumas coisas não batessem certo, contudo, para mim, não é suficiente que, num livro de mais de seiscentas páginas, apenas cem sejam entusiasmantes.

É um livro que não acrescenta nada de novo, vive de constantes twists e alimenta o leitor com (demasiadas) reviravoltas. A partir de certa altura é espectável que nada seja o que parece e que, ao virar da página, tudo mude radicalmente, o que acaba por ser cansativo e pouco surpreendente. A escrita é fluída, mas bastante banal. Os diálogos são pobres. Lê-se bem e não deixa pontas soltas, mas não entendo a razão de tanto sucesso.

Gostei da estrutura em contagem decrescente e das “lições” de escrita.

Não satisfez a minha sede de um bom policial.

Sinopse

“Verão de 1975. Nola Kellergan, uma jovem de quinze anos, desaparece misteriosamente da pequena vila costeira de Nova Inglaterra. As investigações da polícia são inconclusivas. Primavera de 2008, Nova Iorque. Marcus Goldman, escritor, vive atormentado por uma crise da página em branco, depois de o seu primeiro romance ter tido um sucesso. Junho de 2008, Aurora. Harry Quebert, um dos escritores mais respeitados do país, é preso e acusado de assassinar Nola, depois de o cadáver da rapariga ser descoberto no seu jardim. Meses antes, Marcus, discípulo de Harry, descobrira que o professor vivera um romance com Nola, pouco tempo antes do seu desaparecimento. Convencido da inocência de Harry, Marcus abandona tudo e parte para Aurora para conduzir a sua própria investigação.”

Alfaguara, 2013

Tradução de Isabel St. Aubyn

Abril 01, 2017

Marcador - O Ano da Dançarina, de Carla M. Soares

OAnoDaDancarina-Kfr.jpg

Todas as famílias têm uma grande história.

No ano de 1918, o jovem médico tenente Nicolau Lopes Moreira regressa da Frente francesa, ferido e traumatizado, para o seio de uma família burguesa de posses e para um país marcado pelo esforço de guerra, pela eleição de Sidónio Pais e pela pobreza e agitação social e política.
No regresso, Nicolau vê-se confrontado com uma antiga relação com Rosalinda, dançarina e amante de senhores endinheirados, e com as peculiaridades de uma família progressista.
Enquanto a Guerra se precipita para o fim e, em Lisboa, se vive a aflição da epidemia e da difícil situação política, a família experimenta o medo e perda, e Nicolau conhece um amor inesperado enquanto trava as suas próprias batalhas contra a doença e os próprios fantasmas. Este é um romance de grande fôlego, histórico, empolgante e profundo, sobre a superação pessoal e uma saga familiar num tempo de grande mudança e turbulência em Portugal.

Disponível a 5 de Abril.