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planetamarcia

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Julho 31, 2016

Novos Habitantes - Julho 2016

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Um habitante singular chegou este mês à estante. Na verdade chegou atrasado, pois foi comprado em Junho, na Feira do Livro, por uma amiga.

Em Julho suspendi as compras de livros e, por isso, foi bom haver este atraso para ter um livro para a fotografia.

Mas por outro lado é uma pena não estar com ela, a amiga, tantas vezes como gostaria.

Agosto é o mês do meu aniversário. Quem quiser contribuir para a pilha (desejando muito que haja pilha) está à vontade! :)

Julho 24, 2016

Contos à Moda do Porto - Miguel Miranda - Opinião

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Continuo a descobrir os Contos.

Uma dedicação talvez tardia, mas que possivelmente antes não me daria tanto prazer. Não sei se há momentos mais propícios a apreciar a narrativa curta, se assim for, estou na minha fase de Contos. Parece-me que a vou fazer durar pois já há sempre, pelo menos, um livro de histórias curtas na mesinha de cabeceira.

Quando encontrei este livro numa loja de artigos usados, chamaram-me a atenção a capa e o título, de que gostei de imediato. Depois foi a surpresa de nunca ter ouvido falar de tal colectânea, sendo Miguel Miranda um autor relativamente conhecido, mas de quem, confesso nunca ter lido nada. Antes desta obra.

Por ser pequeno, esta edição é de bolso, coloquei-o mala para quando surgisse uma oportunidade de lhe pegar durante o dia. Numa viagem de regresso a casa li o primeiro conto, um pouco extenso, com cerca de trinta páginas. Logo a partir das primeiras linhas, imediatamente envolvida na narrativa, tive receio que a duração da viagem não fosse suficiente para o terminar. E não podia deixar de saber o final nesse dia. Não podia mesmo. A viagem foi à justa. A vantagem de usar transportes públicos é mesmo poder ler.

A minha relação com os outros Contos foi mais ou menos semelhante. Entreguei-me na ânsia de chegar ao fim, e depois, a umas páginas de terminar, adiava o ponto final. Alguns tive mesmo vontade de reler de imediato. E não houve nenhum que considerasse inferior e tivesse desejado passar à frente. Penso que uma tal unanimidade é rara, pelo menos nunca me havia acontecido.

A qualidade da escrita é extraordinária, as personagens são ricas, bem construídas e todas (umas mais outras menos) têm um delicioso toque grotesco que embala a leitura numa satisfação ímpar. Miguel Miranda surpreendeu-me pela habilidade com que doseia o humor e a ironia, como usa o calão e trabalha o sotaque sem cair no ridículo. Longe de mim considerar o sotaque de Porto ridículo, até porque sou uma grande fã de sotaques (se calhar por não ter), mas colocá-lo por escrito de forma tão realista e verosímil não é fácil, certamente.

Por todos estes motivos, mais aqueles que agora não me lembro, mas que certamente existirão, recomendo que se atirem a estes Contos, todos passados no Porto. Arrebataram o Grande Prémio do Conto Camilo Castelo Branco e acho indecente que não tenham uma promoção e divulgação à altura. Pelo menos a mim passavam completamente ao lado, se não tivesse havido uma alma com desejo de os partilhar comigo através de uma dessas lojas-depósito. Tristes lugares para enterrar livros, que vou encarando como temporários poisos de renascença.

Leiam que não se vão arrepender. É garantido!

Sinopse

“Histórias urbanas que aconteceram dentro dos olhos do autor e não só. Escorrem da prosa traços em diagonal que ligam numa amálgama as gentes, os seus medos, as suas crenças. 
O traço vigoroso, polido, limpo de superficialidades com que o autor dotou estes contos, fazem dele um modelar exemplo de imaginação viva e brilhante, garante de uma excepcional e singular comunicação com o leitor.“

Porto Editora, 2014

Julho 22, 2016

Mário de Carvalho na Comunidade de Leitores Leya em Grupo

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Em Julho voltámos a ler em grupo, e eu já estava cheia de saudades da Comunidade!

Como proposta dois livros do Mário de Carvalho, Fantasia para dois Coronéis e uma Piscina, e A Sala Magenta. Fiz o tpc e li ambos com inesperada rapidez.

Do autor apenas tinha lido Quem diz o contrário é porque tem razão e, apesar de ter gostado muito (adorado, vá), tinha uma ideia preconcebida e absurda (de resto como normalmente o são as ideias preconcebidas) de que me iria custar horrores ler estes livros.

Não custou. Adorei. Li de uma penada, tão absorvida e maravilhada que nem parei para sublinhados e demais gatafunhagens. Agora, olhando para os livros aqui ao laasalamagenta.jpgdo, gostava de ter selecionado um excerto ou outro para partilhar. Mas nada, estão tão limpos como quando os comprei, pelo que fica o registo e o testemunho do imenso prazer que é entrar em livros escritos de forma exemplar e irrepreensível. É um bilhete só de ida numa viagem que não acaba, porque livros assim ficam comigo sempre.

Estes vão para a estante sem a opinião da praxe, apenas este apontamento com a recomendação de que os descubram. Boas notícias, Mario de Carvalho já publicou mais de vinte livros, há muito para descobrir.

A sessão com o autor foi espetacular. Um grande conversador que nos arrancou mais perguntas do que o habitual. O moderador agradece. Acho.

Foi mesmo bom voltar. Já disse que tinha saudades?

 

Julho 19, 2016

Roubaram-me A Boneca de Kokoschka - Discreto assumir de culpa?

Apenas uma nota, no seguimento do meu post de ontem.

Após alguns comentários no goodreads, um dos quais foi meu, Luís Blue Yorkie acrescentou o link da minha opinião do livro A Boneca de Kokoschka como fonte na "sua" review.

Podem verificar aqui.

Dá a sensação que o fez devido aos comentários sobre o plágio óbvio. Ao que parece, e citando alguns elementos da comunidade Goodreads, ainda terá bastantes reviews para atualizar. Contudo, deveria ter tido este "cuidado" logo de início, ao invés de divulgar o meu texto como se fosse seu.

No blogue continua tudo na mesma.

Obrigada a todos os que me enviaram comentários e mensagens de apoio.

 

Julho 18, 2016

Roubaram-me A Boneca de Kokoschka – Plágio na blogosfera

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Ando por aqui há quase 9 anos e gosto deste cantinho. Sim, cantinho. O planetamarcia é um blogue à dimensão de um cantinho de leituras, daqueles que gostamos de ter na sala para partir nessa maravilhosa viagem que é ler.

Sou pequenina e não me importo. Nunca me importei. Acho que até gosto da liberdade que dá ser apenas um pequeno ponto(inho) da blogosfera.

Sempre me mantive à margem de discussões (que as há), e de qualquer lavar de roupa suja virtual. Mas agora tenho de fazer este post. Infelizmente.

Em Setembro de 2013 partilhei a minha opinião do livro A Boneca de Kokoschka, de Afonso Cruz. Ora vejam aqui.

Em 2016 a minha opinião teve honras de ser traduzida para inglês e foi publicada neste blogue. Este privilégio não fica por aqui e estende-se também ao goodreads. Confirmem aqui.

Gosto muito que me leiam. Não há motivos para continuar se não tiver leitores. E também gosto que partilhem as minhas opiniões, mas acho que o mínimo é citarem a fonte, não?

E no caso da tradução, por muito que me encante a projecção mundial, acho que o mínimo dos mínimos é mesmo pedir autorização. Depois do meu ok, eu própria traduzo, sempre será melhor do que escarrapacharem com o texto (coitado) no tradutor.

Agradeço à Carmo que me alertou para esta situação desagradável. Ao que parece o rapaz azul já é conhecido por este tipo de atitudes. E mesmo com os avisos e a “caça” que aqui e ali lhe vão fazendo, continua descaradamente a copiar textos como se nada fosse.

Amigos bloguistas, estejam atentos. Não há limites para a falta de vergonha!

Julho 18, 2016

Oficina do Livro - As Histórias que não se Contam, de Susana Piedade

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Ana pergunta-se como seria hoje o seu dia-a-dia se tivesse sabido detetar no namorado os indícios da doença que o levou inesperadamente. Isabel, seis meses depois da tragédia que lhe virou a vida do avesso, ainda se sente culpada por não ter chegado a horas ao infantário naquela tarde de chuva. Marta, que ousou abandonar, ainda adolescente, uma casa onde era maltratada, não tem agora a coragem de confessar que o amor em que apostou tudo está longe de ser um mar de rosas. São três mulheres jovens, com a vida inteira pela frente, mas para quem o presente se tornou um fardo difícil de carregar e o futuro um tempo sem qualquer esperança. Quem poderia entender a sua dor incomparável? Para quê, então, contarem as suas histórias?
Com uma linguagem cuidada e uma estrutura francamente original, este belíssimo romance de estreia, finalista do Prémio LeYa em 2015, traz para a cena questões de grande atualidade que afetam muitas mulheres e não devem ser silenciadas.
Já nas livrarias

Julho 09, 2016

Histórias Indianas - Cristina Drios - Opinião

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Estas histórias encantaram-me. Li-as de uma assentada e com um imenso prazer.

São oito viagens a uma Índia descoberta por um olhar atento aos detalhes. De pequenos pormenores vi nascer personagens que brincaram com a minha imaginação, deixando-me fantasiar enquanto me embalavam no exotismo dos cheiros e dos ambientes.

É permitido saltar da riqueza para a pobreza, ou do calor prazeroso para a humidade sufocante, como quem abre e fecha uma porta. É essa a grande vantagem dos Contos. A rapidez com que se descobrem tantas coisas e a facilidade de regressar, de voltar atrás no caminho para novas e insuspeitas descobertas.

Parece fácil. Mas não é. É sempre mais difícil dar muito quando se escreve menos. Contos são mistérios que tenho vindo, com calma, a descobrir. Que quero estar sempre a ler, independentemente do tamanho de outras leituras que possa ter em curso. É uma arte difícil. Dar tanto ao leitor em menos linhas, em menos páginas, mas proporcionando tanta agitação da imaginação, a nossa contribuição para tornar cada história, cada livro, único e muito pessoal.

Só os melhores Contos o conseguem. São esses que guardamos. Deste livro guardo todos, mas muito especialmente o Obsessão e o 205.

Cristina Drios escreve com uma beleza inspiradora. A narrativa, por vezes densa, marca um ritmo que não se consegue abandonar. Já me tinha conquistado com Os Olhos de Tirésias, e estas Histórias Indianas aumentaram o meu interesse de a continuar a ler. Cá fico na expectativa de novos trabalhos.

Editora Objectiva, 2012

Julho 03, 2016

A casa-comboio - Raquel Ochoa - Opinião

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Li A Casa-comboio há uns dois meses. Fui adiando este texto, e as memórias desta história foram ficando no fundo das histórias com que vivo todos os dias. Não que tenha esquecido, não se esquecem os livros de que se gosta, e muito menos os que ensinam, preenchendo os espaços para tudo o que temos a aprender.

Não tenho presente os nomes de todas as personagens, nem todos os pormenores desta história, mas não vou esquecer a saga da família Carcomo e o seu percurso pelo mundo.

Este não será um texto brilhante, em grande medida pelas partidas da minha memória, mas é importante (para mim) dizer a quem não leu A Casa-comboio, que o deve fazer.

É, possivelmente, o livro mais conhecido de Raquel Ochoa (o meu exemplar é da sétima edição), que lhe valeu o Prémio Literário Revelação Agustina Bessa Luís. Gosto da escrita fluída e simples, atenta nos detalhes mas não demasiado elaborada, que permite uma leitura veloz, mantendo o interesse na narrativa e dando o alento necessário para prosseguir, página após página, com redobrado entusiasmo.

Gosto de livros que, como este, me levam para lugares e épocas que não conheci e me deixam o bichinho de querer saber mais. Admito o meu conhecimento superficial sobre a tomada, pela Índia, dos territórios portugueses de Goa, Damão, Diu, Dadrá e Nagar- Aveli, e muito agradeço à família Carcomo por me ter deixado entrar na sua casa-comboio e nas suas vidas, e me ter deixado sentir um pouco a dor da perda e do “regresso” a um país que nunca foi o seu. Mas agradeço também o cheiro das comidas e o exotismo das paisagens. E as histórias dentro das histórias só possíveis numa família grande e, por isso, carregadinha das memórias de um passado que tem de ser contado. Agradeço à Raquel por ter contado esta história.

Recomendo que leiam A Casa-comboio. Este livro tem tudo para gostarem dele.

“- A casa-comboio é o ecossistema da nossa família – cientificava Honorato, brincando às frases sérias. Uma casa rectangular, muito comprida, que progredia ao longo de um corredor, com uma pequena sala de visitas à entrada, dando logo acesso a uma cozinha do lado esquerdo, com grandes bancadas de mármore branco onde se podia esventrar javalis e cabras, e uma casa de jantar enorme do lado direito, onde os lugares vagos pediam o crescimento da família. Depois passava-se à ala dos quartos, novamente divididos pelo corredor, dois de cada lado. Por fim, uma divisão já com um varandim, com um espaço utilizado como lavadouro e dois bancos de mármore corridos, frente a frente.” (Pág. 74);

“- Devíamos ter uma vida para ler todos os livros que quiséssemos, outra para escrever tudo o que entendêssemos, uma vida para ouvir música, outra vida para fazer filhos e cuidar deles, outra para viajar.” (Pág. 330);

Sinopse

“Uma família indo-portuguesa. Um século de história. Quatro gerações que evocam 450 anos de aventura mítica, nos quais a Índia longínqua era portuguesa. Em pano de fundo, a partida, o acaso e a sorte de quem se vê constantemente obrigado a fazer as malas, o desenraizamento, a inquietação, o inesperado, a imprevisibilidade dos destinos que se cruzam. A imagem dada pelo título é elucidativa: uma casa em movimento. Uma beleza poética singular. Uma verdadeira revelação.”

Gradiva, 2015

Julho 02, 2016

Novos Habitantes - Junho 2016

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Para evitar a pilha épica optei por duas pilhas de livros este mês. E não, a culpa não é só da Feira do Livro. Mas na verdade, a maioria dos livros de Junho vieram de lá. Como não fazer compras na Feira? Ou melhor, como não fazer compras na Feira sendo uma fraca (fraquíssima) viciada em livros?

Poderia dizer, como uma amiga minha: “eu tenho um problema”. Ou parafraseando uma outra quando se fala de determinado livro: “tenho mas não li”. Pensando ainda noutra amiga, que por não conseguir ter muitos livros por ler evita as compras, eu podia olhar para as minhas pilhas de Junho e podia envergonhar-me, ou sentir tristeza por ser uma viciada em livros louca e fora de controle. Mas se querem saber, o que eu sinto é mesmo felicidade!!!

Não se pode morar nos olhos de um gato e Contos Imperfeitos vieram da Livraria A das Artes, num passeio de férias a Sines. Quem tem um Livreiro tem tudo!

Ganhei A Imensa Boca dessa Angústia num passatempo do Facebook da Livraria Leya na Buchholz. Tenho para mim que vou adorar este livro.

Comprei o Guia Ler e Ver Lisboa no Museu do Fado, no dia da visita a Alfama com a Joana Bértholo. Está lido e visto. Mas de Lisboa ainda falta ver muita coisa, e ainda bem!

A Guerra do Fim do Mundo é o segundo volume da Colecção Livros RTP, e foi oferecido na sessão da Comunidade Leya em Grupo dedicada a esta colecção.

Para lá de Bagdad foi oferta da Porto Editora. As Raparigas Esquecidas foi oferta da Topseller.

Os quatro livrinhos da Colecção Vampiro vieram no saco em dias de compras no espaço Porto Editora na Feira da Livro. Top, não?

Os restantes vieram da Feira do Livro de Lisboa.

Contudo, há um habitante que não foi fotografado. Conto-vos tudo no próximo mês!

Agora há que arranjar espaço nas estantes. Bom, talvez vá primeiro ler um bocadinho…