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planetamarcia

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Janeiro 27, 2015

Marcador - Viagem ao Coração dos Pássaros, de Possidónio Cachapa

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Um romance que nos remete para o universo único de uma personagem, a um tempo visionária e visceralmente ligada aos outros e à Natureza.
VIAGEM AO CORAÇÃO DOS PÁSSAROS fala sobre as inclinações do mundo, do amor e do ser humano, que emerge das encostas húmidas e desconhecidas da paisagem madeirense, povoadas de personagens fantasmagóricas.
Através de um conjunto de histórias imaginativas e poéticas somos confrontados com as principais questões que dominam desde sempre o pensamento humano.

«Revisitar o universo de Kika, da sua mãe, com as suas visões e mergulhar na paisagem desconhecida da Madeira e do seu imaginário antigo e pleno de mitos foi para mim uma oportunidade de me questionar sobre o meu posicionamento no mundo. Escrevi, como sempre o faço: com respeito pelo lugar e pelas pessoas que os habitam. Por isso, os diálogos materializam o sotaque madeirense e o tom rude e visionário de alguns dos seus habitantes das zonas rurais. Kika vê o que ninguém vê, sem deixar de ser um produto físico da terra que a germinou. E vive as suas emoções com a perplexidade de quem se move em território desconhecido, umas vezes ameno outras cruel. Como todos nós, afinal...»

POSSIDÓNIO CACHAPA - Escritor, argumentista e realizador, português. Nasceu em Évora, na planície alentejana, onde passou a infância e o início da adolescência, antes de partir para os Açores e daí para outros lugares do mundo, presentes, frequentemente, na sua obra. Autor de diversos romances, contos e novelas, entre os quais se destacam Nylon da Minha Aldeia (1997), adaptado ao cinema, e Materna Doçura (1998), além de diversos contos, crónicas, livros infantis e peças de teatro. Entre outros filmes realizou Adeus à Brisa, sobre a vida e obra de outro escritor, Urbano Tavares Rodrigues. A sua obra está traduzida em vários países, sendo objeto de teses universitárias internacionais e de adaptações a vários géneros artísticos.

Título: Viagem ao Coração dos Pássaros 

Autor: Possidónio Cachapa 

Editora: Marcador 
Nº de Páginas: 175 

Formato: 15,5x23,5 cm 

PVP: 15€ 

Janeiro 18, 2015

O osso da borboleta - Rui Cardoso Martins - Opinião

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Por vezes há livros que não me dizem nada. E se de início a leitura não me envolve, e aqui vejo o claro inconveniente de ter muitos livros por ler, deixo de lado e passo para outro. O osso da borboleta foi um desses livros que me custou começar, não percebi o início, francamente não sabia o que estava a ler, não entendi, não me identifiquei.

Foram vários os motivos que me fizeram continuar. Alguma futilidade, pois os livros da Tinta-da-China são lindos e é um prazer tê-los nas mãos. Algum sentido prático, pois este é o livro da leitura em grupo para a sessão de Fevereiro da Comunidade de leitores Leya e grupo. E, a partir de uma certa altura, o verdadeiro interesse, na medida em que a acção se passa numa cidade que, pelas descrições, me começou a ser demasiado familiar, e que decidi que, para mim, seria a cidade onde cresci.

A partir deste momento criei o meu palco, e um palco conhecido ainda por cima, portanto tinha de continuar a conhecer as personagens que vivem, se movimentam e interagem nas ruas que eu conheço, habitam casas localizadas em bairros que eu sei onde ficam, conversam sobre edifícios e locais que eu sei quais são.

A partir daqui criei uma ponte válida para continuar, para conhecer um livro que se revelou, aos poucos, uma maravilha, oscilando entre passado e presente de forma hábil, construindo vidas para as quais eu fui atribuindo caras, permitindo-me o meu próprio exercício ficção/realidade. Se teria sido uma leitura mais interessante considerando uma cidade desconhecida, sem ruas definidas na minha cabeça, nem rostos reais a quem atribuir estórias? Talvez. Mas assim criei uma forma peculiar e interessante, e até pessoal, de prosseguir a leitura.

Foi o primeiro livro que li de Rui Cardoso Martins e, após um começo sinuoso, a escrita peculiar do autor foi-me convencendo e agradando cada vez mais. Apesar de não ter mencionado acima, o estilo pouco óbvio e a forma de dar só um pouco de cada vez ao leitor, foram também determinantes para que, mesmo sem dar por isso, me fosse agarrando mais ao livro. Constrói a narrativa de forma lenta mas sustentada, criando bases e razões para as atitudes das personagens, aguçando o interesse e dando a sensação de fim, de que tudo se vai fechar e fazer sentido.

Se no inicio é apresentado um homem que vive isolado e escondido num sótão, envolvido num mistério e secretismo que pode funcionar como uma construção caricata para suscitar a dúvida e fazer o leitor prosseguir, apesar de, como já referi, esta personagem inicial não me ter impulsionado para a leitura, antes me provocou estranheza e até algum asco, a narrativa vai fazendo surgir outras personagens com vidas que se tocam no presente mas com passados que se vão descobrindo devagar, numa leitura, agora sim, prazerosa e suculenta.

Se estivesse ao meu alcance classificar um livro de forma objectiva, “O osso da borboleta” seria um gráfico ascendente, demonstrativo do crescente empolgamento que me proporcionou. É sem dúvida um exemplo a reter de que, por vezes, vale a pena insistir, superar dificuldades e resistências para descobrir algo superior, que me levou muito além do que pude esperar. Um autor para continuar a descobrir.

Sinopse

“Uma cidadezinha atlântica portuguesa, hoje. Tem praia, casino, pescadores, bandidos, o rasto dos refugiados judeus da Segunda Guerra. Nesta terra consumida pela grandeza do passado — ou a falsa memória de que já foi grande — um homem escondeu-se do mundo, num sótão. Fala com as pombas e com deusinhos gregos, tem um Olimpo de vitrine. É ladrão mas não o admite. Quem não fez isto e aquilo e aqueloutro naquela altura? A vizinha de baixo arrasta as pantufas da velhice e da solidão, insulta as suas flores. Já foi a mais bela mulher da cidade. Purificação, ou melhor, Borboleta, antiga especialista em palpites de jogo. O passado vem ter com ela: um deus da província e do dinheiro sujo quer esmagá-la. Borboleta sai à rua e defende-se. Morre o cão, acaba a raiva. 
O Osso da Borboleta é um relato em directo do último século de um país, Portugal, que não encontra lugar no mundo. Da aflição das pessoas que procuram a felicidade, de fracasso em fracasso. Uma comédia humana em que, para nossa alegria, o mal pode ser envenenado e a vida continuar.”

Tinta-da-China, 2014

Janeiro 15, 2015

Porto Editora - O mais recente (e íntimo) livro de Rosa Montero

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Aclamado pela crítica e pelos seus pares, A ridícula ideia de não voltar a ver-te foi considerado o melhor livro de memórias pelos leitores do jornal El País, apesar de ser um livro desprendido de género: não é um romance, nem ensaio, nem biografia, embora englobe a visão mais íntima e pessoal da escritora. Original e autêntico, reúne histórias, lembranças, fotografias e hashtags.

Quando Rosa Montero leu o diário que Marie Curie começou a escrever depois da morte do marido, sentiu que a história dessa mulher fascinante era também, de certo modo, a sua própria história.
Assim nasceu A ridícula ideia de não voltar a ver-te: uma narrativa a meio caminho entre a memória pessoal da autora e as memórias coletivas, ao mesmo tempo análise da nossa época e evocação de um percurso íntimo doloroso. São páginas que falam da superação da dor, das relações entre homens e mulheres, do esplendor do sexo, da morte e da vida, da ciência e da ignorância, da força salvadora da literatura e da sabedoria dos que aprendem a gozar a existência em plenitude.
Um livro libérrimo e original, que nos devolve, inteira, a Rosa Montero de A Louca da Casa – talvez o mais famoso dos seus livros.

Rosa Montero nasceu em Madrid em 1951 e estudou Jornalismo e Psicologia. Desde 1976 que colabora em exclusivo com o jornal El País, tendo obtido em 1980 o Prémio Nacional de Jornalismo e em 2005 o Prémio Rodríguez Santamaría de Jornalismo, como reconhecimento dos méritos de toda a sua carreira profissional. Figura central da literatura espanhola contemporânea, a sua vasta obra de romancista está traduzida nas mais diversas línguas.
Por A Louca da Casa recebeu o Prémio Grinzane Cavour de literatura estrangeira e o Prémio Qué Leer para o melhor livro espanhol, distinção que também lhe foi atribuída, em 2006, por História do Rei Transparente.

Título: A ridícula ideia de não voltar a ver-te
Autor: Rosa Montero
Tradutor: Helena Pitta
Págs.: 176
PVP: 14,40 €

Janeiro 10, 2015

O Cavalheiro Inglês - Carla M. Soares - Opinião

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A minha primeira leitura de 2015 foi muito bem escolhida. Confesso que leio cada vez menos romances deste género, por receio de uma certa banalidade, demasiados lugares-comuns e enredos previsíveis. Contudo, por vezes, é muito bom entrar no universo de uma história de amor arrebatadora. Sabe bem. Para mim, foi até algo terapêutico.

As quatrocentas páginas de “O Cavalheiro Inglês” voaram sob os meus dedos. A intensidade da história e a construção do romance obrigaram a uma leitura quase compulsiva. Dos três romances publicados da autora este foi, sem dúvida, o que mais me agradou, com o qual criei mais empatia e que, por isso, li de um fôlego.

Com doses bem medidas de mistério e paixão, o leitor entra na vida de Sofia, uma menina de boas famílias na Lisboa de final do século XIX. Num retrato de época bem conseguido, Sofia destaca-se pela sua inteligência e interesse pelos assuntos vedados às mulheres, ou seja, tudo o que vai para lá dos bailes da sociedade e da preparação do seu casamento. Penso que a empatia com Sofia foi um dos principais objectivos de Carla M. Soares, e essa empatia é, de facto, imediata. A partir daqui, com o leitor interessado, curioso, e ávido de percorrer a história de uma menina sedenta de coisas diferentes mas que, por imposição familiar, se vê presa num casamento de interesses, o livro não pode mais ser deixado de lado. E claro, o surgimento do misterioso Inglês, um verdadeiro herói que salva, contra tudo e todos, a jovem em perigo.

Simples e previsível, como tem de ser uma história de amor que se deseja a cada página que acabe bem.

No que refere à escrita, considero este o romance mais maduro de Carla M. Soares. Nota-se uma evolução em relação aos anteriores que resulta num estilo mais cuidado e elegante, e que, acredito agradará a um leque mais vasto de leitores.

Um livro que me trouxe paz e felicidade. Perfeito para sossegar o espírito de leituras mais exigentes e duras. Leve sem ser banal. Intenso e apaixonado sem ser lamechas. Gostei muito.

Sinopse

“PORTUGAL. 1892. Na sequência do Ultimato inglês e da crise económica na Europa e em Portugal, os governos sucedem-se, os grupos republicanos e anarquistas crescem em número e importância e em Portugal já se vislumbra a decadência da nobreza e o fim da monarquia.
Os ingleses que permanecem em Portugal não são amados.
O visconde Silva Andrade está falido, em resultado de maus investimentos em África e no Brasil, e necessita com urgência de casar a sua filha, para garantir o investimento na sua fábrica.
Uma história empolgante que nos transporta para Portugal na transição do século XIX para o século XX numa descrição recheada de momentos históricos e encadeada com as emoções e a vida de uma família orgulhosamente portuguesa.”

Marcador, 2014

Janeiro 03, 2015

Firmin - Sam Savage - Opinião

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Firmin é um livro maravilhoso. Já muitos o disseram, não é novidade. Foi exactamente o que eu esperava, uma delícia sem surpresas nem desilusões. Um livro para quem vive as leituras de modo intenso e sabe o que pode significar encontrar o livro da sua vida. Eu ainda não encontrei, mas Firmin fez-me sentir mais perto.

Firmin é um rato. Talvez o verdadeiro “rato de biblioteca”, neste caso de livraria. Nasceu na Pembroke Books, um espaço que imagino paradisíaco, salas repletas de livros velhos, novos, raros e até proibidos. Um mundo inesgotável de descobertas, seria talvez como ir sempre ao mesmo alfarrabista e, de cada vez, fazer novas descobertas. Vendo bem, isto até acontece frequentemente nos alfarrabistas.

Firmin sabe ler. Apanhou o encantamento dos livros, foi o único da ninhada a desenvolver essa espécie de poder ou característica humana, aprendeu a ler. Com as leituras desenvolveu uma devoção pelos livros, pelo poder de o transportarem para tantos locais diferentes com a força da imaginação. O curioso é que esta personagem, apesar de ser um animal, ainda por cima um animal pouco simpático, para muitas pessoas até assustador, desenvolve uma capacidade de observar e reflectir quase humana, ou pelo menos comum a alguns seres humanos, aqueles que se predispõem a pensar, a descobrir, a amar.

Muito bonito e quase poético sem ser lamechas, emociona pela busca constante, pela forma como um rato ou ratazana, como por vezes é tratado, penso que, para aumentar o fosso entre homens e ratos, procura a felicidade. Aprendendo lendo. Acreditando no poder da amizade. Desiludindo-se. Sofrendo. Um bicho que encarna o que todos nós procuramos, gostando de livros ou não. Mas é claro que, nós os que adoramos livros, vamos sempre encontrar um (grande) pedaço de nós em Firmin.

“(…) foi-me muito difícil aceitar a pura estupidez de uma vida vulgar, sem história, de modo que comecei bastante cedo a consolar-me com a ideia ridícula de que tinha um Destino. E resolvi viajar pelos livros, no espaço e no tempo, à procura dele. (…) Deixei os livros entrar nos meus sonhos e por vezes sonhei que eu é que estava nos livros” (Pág. 54, 55, 56)

Sinopse

“Nascido na cave da Pembroke Books, uma livraria da Boston dos anos 60, Firmin aprendeu a ler devorando as páginas de um livro. Mas uma ratazana culta é uma ratazana solitária.
Marginalizado pela família, procura a amizade do seu herói, o livreiro, e de um escritor fracassado.
À medida que Firmin desenvolve uma fome insaciável pelos livros, a sua emoção e os seus medos tornam-se humanos. É uma alma delicada presa num corpo de ratazana e essa é a sua tragédia.
Num estilo ora sarcástico ora enternecedor, Firminé uma história sobre a condição humana em que a paixão pela literatura, a solidão e a amizade, a imaginação e a realidade, fazem parte de um mundo que acarinhava os seus cinemas de reprise, os seus personagens únicos e a glória amarelada das suas livrarias. Firmin é divertido e trágico. Como todos nós.”

Planeta, 2014

Tradução de Sofia Gomes

Ilustrações de Fernando Krahn

Janeiro 02, 2015

Porto Editora publica edição original de O Principezinho

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Nos primeiros dias de 2015, chegará às livrarias uma edição muito especial de O Principezinho: pela primeira vez, os leitores portugueses terão ao seu dispor a versão deste livro tal como Exupéry o escreveu e o entregou à editora americana em 1943.
Esta edição da responsabilidade da Porto Editora tem por base um trabalho de investigação que fixa texto e ilustrações conforme a edição de 1943, a que se seguiu uma cuidada tradução e revisão linguística desta obra.
Traduzido para mais de duas centenas de línguas, O Principezinho foi escrito e ilustrado por Antoine de Saint-Exupéry durante o período de exílio nos Estados Unidos, onde foi publicado pela primeira vez no dia 6 de abril de 1943 pelas Edições Reynal & Hitchcock em Nova Iorque, nas línguas inglesa e francesa.
Apenas três anos mais tarde, em 1946, e já depois do desaparecimento de Exupéry em 1944 durante uma missão aérea na Segunda Guerra Mundial ao largo da Córsega, surge uma publicação em França. Não dispondo dos originais da obra (texto e ilustrações), que se encontravam em Nova Iorque, a editora Gallimard seguiu um exemplar da edição
americana. No entanto, no decorrer deste trabalho, perderam-se pormenores nas ilustrações e surgiram algumas gralhas que estão refletidas em edições entretanto publicadas.
Com a edição do texto original de O Principezinho surge uma nova oportunidade para (re)descobrir uma história intemporal que marcou gerações de leitores e conquistará novos leitores.
De destacar que esta edição da Porto Editora é valorizada pelo prefácio escrito por Valter Hugo Mãe, no qual partilha o quão marcante foi a descoberta de O Principezinho.
Este livro conhecerá duas edições com a chancela da Porto Editora: uma disponível nos primeiros dias de janeiro no âmbito da Coleção Educação Literária; outra, que chegará às livrarias no final de janeiro, numa versão cartonada e de formato maior.

Título: O Principezinho
Autor: Antoine de Saint-Exupéry
Ilustração: Antoine de Saint-Exupéry
Coleção: Educação Literária
Págs.: 112
PVP: € 9,90
PVP (edição cartonada): € 12,90

Janeiro 02, 2015

Planeta - 28 Dias, de David Safier

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28 dias para viver toda uma vida.
28 dias para descobrir o amor verdadeiro.
28 dias para se converter numa lenda.
28 dias para responder à maior de todas as perguntas: que género de pessoa quer ser?

David Safier que é conhecido pelos seus livros cheios de humor, e arrancou sorrisos de milhões de leitores com Maldito Karma, Jesus Ama-me e Uma Família Feliz, agora leva-nos ao limite da emoção com um grande romance, sobre o amor e a coragem, ambientada num dos episódios humanos mais esmagadores da História.
A história passa-se em Varsóvia, 1943. Mira uma jovem de dezasseis anos, sobrevive graças ao contrabando de alimentos no gueto onde os nazis aprisionaram os judeus.
O seu único objectivo é o de proteger a mãe e a irmã mais nova.
Quando os habitantes do gueto começam a ser deportados para os campos de concentração, Mira junta-se à Resistência.
Na maior aventura das suas vidas conseguem fazer frente às SS muito mais tempo do que haviam imaginado. 28 dias.
28 dias nos quais Mira terá de decidir a quem pertence o seu coração. A Daniel, um rapaz que toma conta das crianças órfãs, ou a Amos, um membro da Resistência cujo objectivo é matar tantos nazis quanto possa.

Nas livrarias a partir de 7 de Janeiro