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planetamarcia

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Setembro 27, 2013

LeYa em Grupo - Comunidade de Leitores nas Livrarias LeYa na Buchholz e LeYa na Barata, em Lisboa, com o jornalista Luís Ricardo Duarte

 

LEYA EM GRUPO – COMUNIDADE DE LEITORES 

2 Out. - 18 Dez., livrarias LeYa na Barata e LeYa na Buchholz, em Lisboa

Estão abertas as inscrições para a Comunidade de Leitores “LeYa em Grupo”, a realizar entre 2 de outubro e 18 de dezembro nas livrarias LeYa na Buchholz e LeYa na Barata, em Lisboa.

Apresentação

LeYa em Grupo é uma Comunidade de Leitores, organizada pela LeYa e dinamizada pelo jornalista Luís Ricardo Duarte, que procura acompanhar a atualidade literária portuguesa. Os livros para leitura  coletiva serão escolhidos entre as novidades recém-chegadas às livrarias ou lançadas há poucos meses.  Além do debate em torno das linhas de força de cada romance, a discussão centrar-se-á também no contexto cultural em que estas obras surgem e as suas ramificações nas diversas tradições literárias. Para cada autor, será facultado um dossier biográfico para melhor compreensão da sua escrita.

Objetivos

Promover a leitura; Divulgar a Literatura Portuguesa e Lusófona; Acompanhar a atualidade editorial

Calendário de sessões e plano de leituras

> Apresentação: o que lemos quando lemos  (LeYa na Buchholz, 2 de outubro; Leya na Barata, 9 de outubro)

> Índice Médio de Felicidade, de David Machado (LeYa na Buchholz, 16 de outubro; Leya na Barata, 23 de outubro)

> A Desumanização, de Valter Hugo Mãe (LeYa na Buchholz, 30 de outubro; Leya na Barata, 6 de novembro)

> O Lago Avesso, de Joana Bértholo (LeYa na Buchholz, 13 de novembro; Leya na Barata, 20 de novembro)

> Assim, mas sem ser assim, de Afonso Cruz (LeYa na Buchholz, 27 de novembro; Leya na Barata, 4 de dezembro)

> “O universo de Gonçalo M. Tavares” (LeYa na Buchholz, 11 de dezembro; Leya na Barata, 18 de dezembro)

Periodicidade, horário e duração das sessões

Sessões quinzenais realizadas às quartas-feiras, às 18h30 (90 minutos)

Locais

Livraria LeYa na Barata – Av. Roma, 11A, Lisboa

Livraria LeYa na Buchholz - Rua Duque de Palmela, n.º4, Lisboa

Organização

Leya

Dinamização

Luís Ricardo Duarte nasceu em Lisboa, em 1977, e cresceu em Setúbal. É licenciado em História, variante História da Arte, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), onde foi diretor do jornal Os Fazedores de Letras. Fez formação complementar em Literatura, ainda na FLUL, e em Jornalismo, no CENJOR. Colaborou em diversas publicações, sendo jornalista do JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias, desde 2003. Passa os dias a ler e a escrever. E gosta disso.

Preço

30 Euros (Inclui participação em seis sessões, documentação e oferta de vales no valor de 15 euros para compras 

nas livrarias LeYa na Buchholz ou Leya na Barata)

Informações e contactos

> Livraria LeYa na Buchholz |Leya.buchholz@leya.com | facebook.com/LeYanaBuchholz | T. 21 356 3212

> Livraria LeYa na Barata | barata@livrariabarata.com |facebook.com/leyanabarata | T. 21 842 8350

Setembro 25, 2013

Último Acto em Lisboa - Robert Wilson - Opinião

 

Muitas podem ser as razões para interromper a leitura de um livro. Contudo devemos deixar sempre em aberto a hipótese de um dia a retomar. Se algumas vezes senti que investi em livros que não foram escritos para eu os ler, há livros que comecei a ler em momentos pouco propícios para chegar à última página.

Não sei qual a explicação para ter desistido de ler o “Último Acto em Lisboa” da primeira vez que lhe peguei. Mas depois de agora o ter concluído, tendo-o praticamente devorado em dois dias, dou por mim com ainda menos explicações do que as que tinha antes.

A verdade é que este é sem dúvida dos melhores livros que li este ano. Um policial histórico (não sei se tal coisa existe) com uma estrutura inteligente e sólida, bem pensado, com um trabalho de investigação admirável e, muito importante, surpreendente até ao final.

Um livro que me manteve presa à leitura muitas mais horas seguidas do que aquelas que é suposto, no sentido de ter uma vida normal, e fazer coisas tão fundamentais como comer ou dormir. Pode dizer-se que este livro me alimentou. Que me tirou o sono não há dúvida nenhuma.

É a segunda vez este ano que me surpreendo por um autor estrangeiro escrever tão bem sobre Portugal. O primeiro caso foi “Esteja eu onde estiver” de Romana Petri, e agora Robert Wilson, que se destaca largamente do primeiro exemplo pois vai muito além daquilo que é possível interpretar estudando comportamentos e pessoas. Wilson escavou a nossa história recente, e não aquela que (pouco) vem nos livros. Sabe quem foi Salazar e investigou a sua linha de pensamento, foi além dos seus actos e expõe as suas motivações, estratégia política e mentalidade.

Wilson começa a narrativa com saltos cronológicos. Da Alemanha em plena II Grande Guerra para Portugal na década de noventa. O lapso temporal vai reduzindo à medida que os capítulos avançam, sabe-se que as personagens têm de estar relacionadas, sente-se que tudo podem ser pistas e, na verdade, um nome aqui, um detalhe ali, vão fazendo sentido. Encontra-se um fio condutor, uma razão para a especulação do volfrâmio na zona da Guarda na década de 40, ter ligação com um homicídio em Paço d’Arcos na década de noventa.

A vinda de Klaus Felsen para Portugal por ordem das SS, o volfrâmio das nossas minas, o ouro dos Judeus fruto das pilhagens Nazis, a Gestapo, a PIDE e a perseguição política em Portugal, os presos políticos, a Revolução de Abril. Tudo se explica de forma admirável e relaciona de forma óbvia em alguns pontos. Noutros pontos cabe a Zé Coelho, Inspector da Polícia Judiciária, juntar as peças e estudar os suspeitos; percorrer um caminho sinuoso de estórias e história, e chegar à conclusão certa.

Bem pensado e bem escrito. Brilhante. É sinceramente de se lhe tirar o chapéu.

“No caos que se seguiu à nossa gloriosa revolução abundavam as ideias, os ideais, as visões. Foram murchando.” (Pág. 83).

“- Quero eu dizer que o professor Salazar não vai deixar que isto continue assim. O Governo não vai permitir que as pessoas saiam das suas casas e deixem de cultivar as suas terras. Não pode deixar que os salários e os preços disparem e se descontrolem. Salazar tem medo da inflação.

- Inflação?

- É uma doença dos bolsos.

- Explique-me isso.

- É uma doença que mata o dinheiro.” (Pág. 128)

“Por isso estou nesta profissão, porque com os anos comecei a acreditar nela. A caça à verdade ou pelo menos a busca da verdade. Gosto das conversas. Maravilha-me o génio natural que as pessoas têm para falsificar. Quem pensa que os futebolistas são uns artistas a representar, com os seus truques, quedas e fintas devia assistir à representação dum assassino.” (Pág. 186)

Sinopse

“1941
Klaus Felsen, o proprietário de uma fábrica em Berlim, é forçado a alistar-se nas SS e a dirigir-se a Lisboa, cidade de luz, onde ao ritmo dos dias convergem nazis e aliados, refugiados e especuladores, todos dançando ao compasso do oportunismo e do desespero. A sua missão é infiltrar-se nas geladas montanhas do Norte de Portugal, onde se trava uma luta traiçoeira pelo volfrâmio, elemento essencial à blitzkrieg de Hitler. Aí encontra Manuel Abrantes, o homem que põe em movimento a roda de ambição e vingança que irá girar até ao final do século.
Final dos anos 1990.
O inspector Zé Coelho, da Polícia Judiciária, investiga o crime sexual cometido contra uma jovem adolescente em Lisboa. Esta pesquisa conduzirá Coelho por terrenos lodosos da História a um crime mais antigo - enterrado com os ossos de um passado de fascismo - e a um pavoroso motivo enterrado ainda mais fundo. E, uma vez à superfície, o passado e o presente irão convergir com implicações arrepiantes e consequências insondáveis.”

Gradiva, 2002

Setembro 19, 2013

Porto Editora - Ficção - "A Sentinela" é o novo livro de Richard Zimler

 

A 4 de outubro, chegam às livrarias o mais recente romance de Richard Zimler, A Sentinela, e ainda O Último Cabalista de Lisboa, que catapultou o autor para o sucesso internacional. É com estes dois livros que a Porto Editora inicia a publicação da obra deste escritor americano radicado em Portugal, cujos livros podem ser encontrados por toda a Europa, Estados Unidos e Brasil.
Conhecido pelos seus romances históricos, Richard Zimler surpreende-nos desta vez com A Sentinela, um policial psicológico passado na Lisboa dos nossos dias, em que o olhar do autor está sempre presente, denunciando os erros que têm vindo a marcar a nossa sociedade.

 

Título: A Sentinela
Autor: Richard Zimler
Tradução: José Lima
Págs.: 424
PVP: 16,60 €

6 de julho de 2012. Henrique Monroe, inspetor-chefe da Polícia Judiciária, é chamado a um luxuoso palacete de Lisboa para investigar o homicídio de Pedro Coutinho, um abastado construtor civil. Depois de interrogar a filha da vítima, Monroe começa a acreditar que Coutinho foi assassinado ao tentar defender a perturbada adolescente do violento assédio sexual de algum amigo da família. Ao mesmo tempo, uma pen que o inspetor descobre escondida na biblioteca da casa contém alguns ficheiros com indícios de que a vítima poderá também ter sido silenciada por um dos políticos implicados na rede de corrupção que o industrial montara para conseguir os seus contratos.
Tendo como pano de fundo o Portugal contemporâneo, um país traído por uma elite política corrupta, que sofre sob o peso dos seus próprios erros históricos, Richard Zimler criou um intrigante policial psicológico, com uma figura central que se debate com os seus demónios pessoais ao mesmo tempo que tenta deslindar um caso que irá abalar para sempre os muros da sua própria identidade.

EVENTOS DE LANÇAMENTO
Lisboa:
Dia 8 de outubro, às 18:30, no El Corte Inglés de Lisboa.
Apresentação de Daniel Sampaio
Porto:
Dia 2 de novembro, às 17:00, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no âmbito do Porto de Encontro.
Apresentação de Elisa Ferreira

 

Richard Zimler nasceu em 1956 em Roslyn Heights, um subúrbio de Nova Iorque. Fez um bacharelato em Religião Comparada na Duke University e um mestrado em Jornalismo na Stanford University. Trabalhou como jornalista durante oito anos, principalmente na região de São Francisco. Em 1990 foi viver para o Porto, onde lecionou Jornalismo, primeiro na Escola Superior de Jornalismo e depois na Universidade do Porto. Tem atualmente dupla nacionalidade, americana e portuguesa. Desde 1996, publicou dez romances, uma coletânea de contos e dois livros para crianças.

Setembro 17, 2013

Profundo como o mar - Jacquelyn Mitchard - Opinião

 

É difícil imaginar a dor que o desaparecimento de um filho pode causar nos pais e na restante família. “Profundo como o mar” é um livro conhecido, que foi inclusive adaptado ao cinema, mas que eu ainda não tinha lido. Já habitava a minha estante há uns tempos, mas foi a aquisição inesperada de “Sem Tempo para dizer Adeus”, da mesma autora e sequência deste livro, que me fez finalmente lê-lo.

Ben desaparece aos 3 anos. No átrio de um hotel fica entregue aos “cuidados” do irmão mais velho, Vincent, enquanto a mãe convive com antigos colegas de escola. A mãe mergulha num abismo de dor e culpa. Toda a família é arrastada para uma sensação de frustração e impotência perante o, ao que tudo indica, rapto de Ben.

A relação do casal Beth e Pat degrada-se. Vincent não tem um crescimento considerado normal; a partir do momento em que o irmão os deixa a educação e crescimento de Vincent são pautados pela dor, pela culpa, e também pelo abandono a que a mãe submete todos. Apenas a pequena Kerry (irmã mais nova), por ser muito pequena, não pode detetar a diferença de comportamentos, e a sua educação/crescimento decorre num ambiente de profunda dor; Kerry, ao contrário de Vincent, nunca conheceu outra realidade, não tem memórias de a sua família ser feliz.

Gostei de ler este livro, mas por vezes confesso que o achei demasiado exaustivo. Em algumas descrições fez-me mesmo perder o interesse na leitura. Penso que os sentimentos de perda e vazio poderiam ter sido explorados de forma mais intensa, dando mais poder ao drama mas utilizando menos páginas. Vincent é sem dúvida a personagem que considero mais interessante. Uma criança que cresce com o estigma de ter deixado o irmão “ir embora”, nunca foi considerado culpado pelos pais mas cresce a sentir-se responsável pela perda de Ben. Inevitavelmente torna-se um adolescente com problemas de integração social, com vários episódios de delinquência.

De forma surpreendente Ben é encontrado. Passados 9 anos e de forma inesperada a família reencontra-se. Ben foi raptado mas bem tratado, e para ele a família é o “pai” com quem vive. Não se lembra de Beth e Pat nem dos irmãos.

Mais do que a história do desaparecimento de Ben, “Profundo como o mar” é um testemunho do seu regresso, da felicidade de encontrar um filho perdido e da tomada de consciência que é impossível recuperar o passado, e que Ben nunca estará completamente de volta.

Apuradas as responsabilidades em tribunal Ben é entregue à família biológica. Existem os laços de sangue mas na verdade são perfeitos estranhos. Neste ponto achei que a exploração da dor e da mágoa foram novamente exaustivos, penso que não seriam necessárias tantas páginas para descrever a dor e quanto profundamente avassalador foi o percurso desta família.

Um livro mediano que, a meu ver, acaba por saturar mais do que impressionar e não explora da melhor forma os sentimentos de quem lê. Considero-o pouco intenso para drama e pouco empolgante para um livro de mistério. Um livro “morno”.

Sinopse

“Bastou apenas um instante para que, naquele irrequieto átrio de hotel onde Beth iria rever os seus ex-colegas de liceu, Ben, o seu filho de três anos de idade, largasse a mão do irmão mais velho e desaparecesse sem deixar um único rasto visível. A sua ausência viria a fecundar com sementes de disfuncionalidade um terreno familiar aparentemente banal, votando todos os seus elementos a uma profunda agonia. Até que um dia, nove anos depois do desaparecimento, toda a família é obrigada a enfrentar um novo choque…”

Presença, 1998

Setembro 15, 2013

Morte com Vista para o Mar - Pedro Garcia Rosado - Opinião

 

Primeiro livro que leio de Pedro Garcia Rosado e a verdade é que sinto alguma tristeza de apenas agora o ter descoberto. Tendo em conta que “Morte com vista para o mar” é já o seu oitavo romance, sinto-me a entrar num comboio em andamento.

Ler um livro em dois dias não é novidade para mim, mas a verdade é que é cada vez menos frequente. O nível se exigência de quem lê constante e sucessivamente vai-se elevando de forma inevitável, e o género policial/thriller é provavelmente um dos mais difíceis no que toca a “agarrar” o leitor atento (grupo em que julgo estar incluída). Quem lê policiais que ser surpreendido, ficar preso à história, acordar e dormir a pensar o que vai acontecer, ser assustado, viver angustiado até à última página. A verdade é que já tantas ideias foram exploradas e escritas que é difícil satisfazer todos estes pressupostos. Criar uma história, torna-la credível e verosímil, e “recheá-la” de morte e violência na medida certa não é fácil.

Garcia Rosado não preenche todos os requisitos que enumerei. Na verdade não fui surpreendida quando foi revelado o autor do crime, consegui estar umas páginas à frente da maioria das revelações-chave da trama. Mesmo assim o nível de entusiasmo não esmoreceu e foi com o prazer único de quem lê um livro bem escrito que virei a última página, e desejei começar de imediato a ler “Morte na Arena”, o segundo título com as mesmas personagens.

O tema não podia ser mais atual. A corrupção nas autarquias é, infelizmente, sempre atual, mas em ano de eleições torna-se mais próximo e real. A manipulação da realidade à medida dos interesses megalómanos, o contornar das dificuldades através de luvas e subornos é o espelho de uma sociedade doente e podre, em que o dinheiro dita as regras e vai tendo sempre a última e única palavra.

Gostei muito das personagens, principalmente de Gabriel Ponte com quem criei grande empatia. Um “herói” bastante humano, construído de forma inteligente, e é ele, com os mistérios do seu passado, com as pistas que vai deixando, que realmente me agarrou e fez desejar saber tudo sobre a sua vida. Misterioso e intrigante, Gabriel tem uma história que vamos descobrindo a conta-gotas, absorvendo peças e construindo um puzzle. Bem pensado e ainda com peças para juntar no próximo livro.

Em resumo, uma história atual, perfeitamente credível e enquadrada na realidade portuguesa, personagens que podiam ser os nossos vizinhos, expressões com que me identifiquei e sinceramente gostei muito de ler um policial de qualidade de um autor português.

Previsível mas consistente. Eu não lhe encontrei “pontas soltas” ou contradições.

Recomendo vivamente.

Sinopse

“Nas traseiras de uma moradia isolada nas Caldas da Rainha, um professor de Direito reformado aparece morto à machadada na casa onde vivia sozinho. Patrícia, inspetora-coordenadora da PJ, pede ajuda ao seu ex-marido Gabriel Ponte, antigo inspector da Polícia Judiciária, que assim regressa ao mundo da investigação criminal.
Meses antes, o professor tinha contactado Patrícia, sua antiga aluna e amante, para denunciar a existência de um esquema de corrupção e de lavagem de dinheiro em torno do projeto de um empreendimento turístico gigantesco nas falésias da costa atlântica.
As primeiras provas apontam para que este homicídio seja resultado de um affair com uma mulher casada, mas poderá o professor ter sido assassinado por saber demais?”

Topseller, 2013

Setembro 15, 2013

Novidade D. Quixote - Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie

 

Ainda adolescentes, Ifemelu e Obinze apaixonam-se. A Nigéria vive dias sombrios sob o jugo de uma ditadura militar e quem pode abandonar o país fá-lo rapidamente. Ifemelu, bela e ousada, vai estudar para os Estados Unidos. Para trás, deixa o país que limita os seus sonhos, a família que adora e Obinze, a quem chama Teto, um nome que testemunha uma intimidade absoluta e irrepetível.

Obinze, introvertido e meigo, planeava juntar-se-lhe, mas a América do pós-11 de setembro fecha-lhe as portas. Sem nada a perder, ele arrisca uma vida como imigrante ilegal em Londres.

Anos mais tarde, na recém-formada democracia nigeriana, Obinze é um homem rico e poderoso. Nos Estados Unidos, Ifemelu é autora de um blogue de culto.

Nas livrarias a 24 de Setembro

Setembro 15, 2013

Novidade Oficina do Livro - A Segunda Morte de Anna Karénina, de Ana Cristina Silva

 

Violante tinha, desde criança, um talento raro para a representação e, com a ajuda de Luís Henrique, um grande actor com quem acabou por se casar, tornou-se uma das mais aplaudidas actrizes portuguesas do princípio do século xx. Contudo, os que a vêem brilhar e afirmar o seu génio no palco dos maiores teatros nacionais desconhecem o terrível segredo que minou a sua vida e levou para longe o marido numa noite que podia ter acabado em tragédia.

A Segunda Morte de Anna Karénina é um romance sobre o amor sem limites, a traição e os custos da vingança – e também uma obra arrojada sobre as tensões homossexuais reprimidas, sobre as vidas desperdiçadas de tantos portugueses na Primeira Guerra Mundial e sobre as diferenças – se é que existem – entre o teatro e a vida real.

Nas livrarias a 17 de Setembro

Setembro 15, 2013

Novidade D. Quixote - O Jogo do Reverso e Pequenos Equívocos sem Importância, de António Tabucchi

 

A D. Quixote, no âmbito do seu plano de publicações da obra de António Tabucchi, reuniu em dois volumes a totalidade dos contos do autor. O primeiro, que agora é lançado, junta dois dos seus títulos mais emblemáticos: O Jogo do Reverso e Pequenos Equívocos sem Importância. Neles, com a sua escrita tão singular, Tabucchi, que recebeu alguns dos mais importantes prémios internacionais e está traduzido em mais de quarenta países, aborda questões que atravessam toda a sua obra: o outro lado das coisas, os equívocos, o que está para lá das aparências.

Nas livrarias a 17 de Setembro

Setembro 15, 2013

Novidade D. Quixote - A Infância de Jesus, de J.M.Coetzee

 

Depois de cruzarem oceanos, um homem e um rapaz chegam a uma nova terra. Recebendo ali um nome e uma idade, são alojados num campo do deserto enquanto aprendem espanhol, a língua do novo país. Agora chamados Simón e David, dirigem-se ao centro de realojamento da cidade de Novilla, onde os funcionários são corteses, mas não necessariamente prestáveis. Simón assume então a incumbência de localizar a mãe do rapaz.

Embora, como todos os que chegam a este novo país, pareça estar completamente limpo de todos os vestígios de recordações, tem a convicção de que a reconhecerá quando a vir. E, de facto, ao passear pelo campo com o rapaz, Simón vislumbra uma mulher que tem a certeza de tratar-se da mãe dele, persuadindo-a a assumir esse papel.

E será a nova mãe de David a aperceber-se de que esta é uma criança excepcional, um rapaz inteligente e sonhador, com ideias muito invulgares sobre o mundo.

Nas livrarias a 17 de Setembro

Setembro 14, 2013

A Boneca de Kokoschka - Afonso Cruz - Opinião

 

Não tenho muito a dizer sobre este livro. A verdade é que me encantou de uma forma que me esvaziou…de palavras. Não tenho como o qualificar, nem quero. Uma escrita brilhante que evolui para o inesperado, um passeio pela mente do autor, ou pelo menos por onde Afonso Cruz nos permite passear.

Um livro que tem outro livro lá dentro, mas que a cada frase se poderia iniciar um livro novo. Enciclopédico, cheio de sentidos e possíveis interpretações, um livro pouco óbvio que exige atenção mas que dá muito mais do que pede. Recomendo uma entrega total, a escrita cumprirá a sua função: maravilhar.

Inesperado e surpreendente. Único.

“E aquelas vinte e duas letras era tudo o que era preciso, garantia Isaac, debaixo do soalho. Deus faria o resto. Lá em cima, o que ele faz é jogar scrabble. As pessoas dão-lhe umas letras, julgam que sabem o que querem, mas não sabem, e Deus com aquelas peças reorganiza tudo e faz novas palavras. Tudo se resume a um jogo de salão.

E Deus nem é um grande jogador, como se pode ver pelas bombas que caem lá fora.” (Pág.25)

“Ainda escrevi outra novela que contava a história de um homem que nunca nasceu. A mãe engravidou até morrer. O filho foi vivendo sempre dentro do útero. Aquilo era uma parábola das nossas limitações, do medo do desconhecido, de arriscar, essas coisas. Sabe, Sr. Dresner, nós vivemos todos muito abaixo do limiar possível. Vivemos na garagem de um palácio, ou numa cave, é isso que fazemos, como um feto que nunca sai do útero. Esta personagem era apenas mais um de nós que não queria sair do seu mundo para ver a luz.” (Pág.85)

“A destruição é evidente em tudo o que nos rodeia, é um processo fácil. A construção é que é muito difícil. À nossa volta, o que há é ódio, morte: o universo é um predador. Uma das únicas coisas que combate esta entropia é a vida. Junta células, junta organismos, cria cidades. comunidades, aglomerados. O resto desfaz-se.” (Pág. 173)

Sinopse

“O pintor Oskar Kokoschka estava tão apaixonado por Alma Mahler que, quando a relação acabou, mandou construir uma boneca, de tamanho real, com todos os pormenores da sua amada. A carta à fabricante de marionetas, que era acompanhada de vários desenhos com indicações para o seu fabrico, incluía quais as rugas da pele que ele achava imprescindíveis. Kokoschka, longe de esconder a sua paixão, passeava a boneca pela cidade e levava-a à ópera. Mas um dia, farto dela, partiu-lhe uma garrafa de vinho tinto na cabeça e a boneca foi para o lixo. Foi a partir daí que ela se tornou fundamental para o destino de várias pessoas que sobreviveram às quatro toneladas de bombas que caíram em Dresden durante a Segunda Guerra Mundial.”

Quetzal, 2010

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