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planetamarcia

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Janeiro 28, 2013

Porta da Baía - João Oliveira Lopes - Opinião

É quando leio um livro que me agrada, como é o caso de a “Porta da Baía”, que me entristece a forma como os livros são divulgados hoje em dia. Considero-me uma pessoa bem informada em relação ao que se vai editando por cá. Recebo e procuro bastante informação. No entanto, nunca tinha ouvido falar deste livro, nunca o vi em nenhuma livraria real ou virtual, nunca li nenhuma opinião por essa blogosfera imensa de apaixonados por livros.

É nestas alturas que me apercebo da quantidade de livros excelentes dos quais nunca ouvi ou ouvirei falar. O que é uma pena. Neste caso concreto tive a sorte de a “Porta da Baía” me ter sido recomendado (e emprestado) por uma amiga.

É um livro extenso, com mais de 500 páginas, que li relativamente rápido devido à forma como me cativou desde o início. Não sendo um exemplo de brilhantismo literário, é um livro bem escrito com um enredo que me surpreendeu pela imaginação do autor.

Tem um pouco de tudo: mistério, amor, viagens, pode quase considerar-me um épico familiar dado que atravessa e conta a história de três gerações da mesma família; é um romance de época pois está historicamente enquadrado com acontecimentos reais, que, inevitavelmente, influenciam o percurso das personagens.

Há um segredo. É passado no momento da morte à geração seguinte, sempre aos homens da família Mendes de Sousa. A vontade de perceber e saber mais sobre esta estranha sociedade secreta confere uma grande energia à leitura numa fase inicial. Depois, é sem dúvida a vida de Afonso Real, o terceiro na linhagem desta família, que mantém o interesse até ao final.

Afonso vive a um ritmo acelerado devido aos negócios, mas a vida de playboy também lhe consome muitas energias. Não deixa de aproveitar o sucesso que tem junto das mulheres apesar de ser casado e pai de dois filhos. Mas o percurso e as escolhas de Afonso serão a sua aprendizagem, a dor das perdas que vai sofrendo vão moldando a sua perspetiva da vida e do que realmente importa. No final, o que é um homem a quem tiraram tudo o que ama?

Uma espécie de análise sobre a futilidade mas também sobre o poder do dinheiro. Sobre o que se pode comprar e sobre o que efetivamente está à venda. Quase tudo. Menos a vida.

Gostei bastante e recomendo.

Sinopse

“Fruto de uma aptidão natural para os negócios, Afonso Real construiu um império que envolve as empresas que criou, alimentando um sonho que começou com o seu avô Eduardo e continuou com o seu pai, Pedro.
Porta da Baía é um romance que atravessa três gerações da mesma família. Com início no ano da implantação da República, cruza a Guerra Civil de Espanha e a descolonização portuguesa, terminando com a passagem de Macau para território da China.
A sua fortuna, ligada ao submundo do crime organizado e aos amores de uma família, culminam na vida de um "playboy" que, lidando com uma luta que dura há anos entre duas Tríades mostra, apesar de uma dupla existência, um lado humano.
Lisboa, Paris, Salamanca e Macau são cidades-chave para uma história que todos conhecem: todo o homem tem um segredo.”

Chiado Editora, 2012

Janeiro 27, 2013

Novidade Planeta - "Na Cama dos Reis", de Juliette Benzoni

«Este livro é uma jóia inventiva e de episódios deliciosos.

A ideia de partida: narrar em pormenor as noites de núpcias de grandes figuras históricas e, em primeiro lugar, de reis e rainhas. Resultado? Pequenos contos maravilhosos e a História que se desenrola.» Le Figaro Littéraire

Muito já se publicou sobre o casamento. Mas pouco, ou quase nada, sobre os momentos íntimos no segredo das alcovas depois das cerimónias oficiais.

Juliette Benzoni, historiadora e romancista, soube encontrar o fio condutor dos escritos e memórias de várias personagens da História, desde noites de núpcias de deuses, de reis a príncipes.

Noites grandiosas de Alexandre, o Grande, noites resignadas de Luís XVI, noites reticentes, noites de lágrimas, noites estranhas, noites entusiastas e desesperadas.

Noites dramáticas, da tenda de Átila, o Huno ao quarto de Mayerling, que terminam em amor ou ódio instilados no sangue.

Juliette Benzoni já publicou mais de 60 romances, traduzidos em mais de 25 línguas.

É reconhecida pela sua escrita rigorosa, penetrante e envolvente, que cativa o leitor nas suas tramas e aventuras mais ousadas.

248 páginas

PVP: 17,76 €

Já nas livrarias

Janeiro 26, 2013

Porto de Encontro - Dulce Maria Cardoso é a convidada

O primeiro “Porto de Encontro” de 2013 tem como convidada Dulce Maria Cardoso, a autora de O Retorno. A XIV edição do ciclo de conversas “Porto de Encontro” está agendada para a tarde do próximo domingo, 27 de janeiro, às 17:00, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett (aos jardins do Palácio de Cristal, no Porto).

A conversa será moderada pelo jornalista Sérgio Almeida, contando com a participação especial de Inês Nadais e, para leituras, de Ana Deus.

Janeiro 23, 2013

Porto Editora - Ficção - O insólito mundo do esquecimento

No dia 28 de janeiro, a Porto Editora publica Cinzas do Passado, do escritor suíço, inédito em Portugal, Martin Suter. Trata-se de um romance envolvente, digno de rasgados elogios por parte da imprensa estrangeira, cujo protagonista é vítima da doença de Alzheimer.

Cinzas do Passado é uma história emocionante, inspirada na própria experiência do autor – o pai sofria da doença de Alzheimer –, e insere-se dentro do que Martin Suter designa «a sua trilogia neurológica». É também um enigmático thriller, comparável a um filme de Hitchcock, com um mistério que só a progressão da doença do protagonista poderá resolver, à medida que as suas memórias mais antigas vão ressurgindo.

Este livro (Small World, no original) foi adaptado ao cinema por Bruno Chiche, que contou com Gérard Depardieu no papel principal.

Janeiro 20, 2013

Nada a Temer - Julian Barnes - Opinião

“O Sentido do Fim” é provavelmente o livro mais conhecido de Julian Barnes. Ainda não li. Mas tendo surgido a oportunidade de ler outro título do autor, aproveitei para me dar a mim própria a conhecer o que é “considerado um dos mais relevantes escritores britânicos do nosso tempo”.

Na capa uma expressão quase como uma imposição: “Quando se tem medo da morte, há um romance que se deve ler: este.”

Eu não sei bem se tenho medo da morte. Quer dizer, acho que todos temos medo do que desconhecemos. Apesar de sabermos que vamos morrer, o que aqui está em causa é o como. Será que vamos sofrer durante muito tempo? Estaremos sozinhos? Deve haver qualquer coisa que não nos faz pensar demasiado nisso, caso contrário estaríamos em constante sobressalto a temer o fim, pois que para morrer só uma coisa é necessária: estar vivo.

“Nada a Temer” é uma espécie de ensaio, uma dissertação sobre a morte, que acaba por ser um livro sobre a vida, sobre a forma como se vive com a perspetiva da morte.

O autor partilha algumas situações bastante pessoais, e estas foram as minha partes preferidas deste romance. Conhecemos alguns episódios da sua vida e da sua experiência, dá exemplos da vida familiar e da sua própria infância; se calhar só possíveis de partilhar por já ter os pais mortos, aqui senti que a morte funciona, para ele, como algo libertador. Os filhos poderão ser um prolongamento da vida? Surgem questões sobre como agradar e estar à altura do que é esperado de nós, como filhos, e do que esperamos dos nossos filhos como o futuro, como o que fica de nós depois de desaparecermos.

Apreciei menos as partes ilustradas com exemplos de vida de outros escritores ou de figuras que não conhecia, talvez por não me sentir à vontade e por não estar a par das vidas e do trabalho dessas figuras, achei estas partes um pouco maçadoras.

Por vezes senti que tudo poderia servir de base a Barnes para escrever sobre a morte, mas não como uma obsessão, até porque o tema acaba por se tornar estranhamente positivo, morrer como uma necessidade da natureza e todos vamos contribuir. Estranho? Doentio? Acho que não. Acima de tudo o brilhantismo literário que alguém que acredito possa escrever sobre qualquer coisa, aprofundar qualquer tema e fazer o leitor pensar, e até sentir que está a participar, tal a intensidade com que tenta acompanhar o ritmo e a exposição de pensamentos.

Um livro que li devagar, concentrada, só quando tinha total silêncio. Não parei de me surpreender a cada página com a sublime construção de frases e forma particular de expor ideias.

Sinopse

“Nada a Temer é, entre muitas coisas, uma memória de família, um diálogo com o irmão filósofo, uma meditação sobre a mortalidade e o medo da morte, uma celebração da arte, uma discussão com e sobre Deus e uma homenagem ao escritor francês Jules Renard. E aos pinguins.”

Quetzal, 2011

Janeiro 20, 2013

Conheça os 60 naufrágios que marcaram a história marítima portuguesa

 

José António Rodrigues Pereira, antigo director do Museu da Marinha, apresenta neste livros os 60 naufrágios que marcaram a história marítima portuguesa. Muitos foram acidentes espectaculares provocados por falhas humanas ou batalhas navais, mas todos eles marcaram a nossa história e a forma corajosa como os portugueses enfrentam o mar. 

Janeiro 16, 2013

Porto Editora - Ficção - Novo romance de Susana Fortes

Susana Fortes estreia-se no catálogo da Porto Editora com o seu mais recente romance, A Marca do Herege, que será publicado a 21 de janeiro. A escritora apresenta-nos uma trama policial passada em Santiago de Compostela, onde o assassínio de uma jovem e o desaparecimento de um manuscrito de Prisciliano vão colocar em evidência crentes e hereges, o passado e o presente.

A autora é uma das convidadas do encontro Correntes d’Escritas 2013, que se realiza em fevereiro na Póvoa de Varzim.

Janeiro 16, 2013

Porto Editora - Ficção - Corrupção, segredos e crime na Alemanha nazi

Philip Kerr é um dos principais autores do policial histórico da atualidade, conhecido por eleger a Alemanha do Terceiro Reich como um dos seus cenários prediletos. Se os mortos não ressuscitam, que já está à venda nas livrarias, é o segundo livro do escritor britânico na Porto Editora.

A história de Se os mortos não ressuscitam tem início na Berlim nazi, atmosfera que o autor descreve com especial e reconhecida mestria. A trama passa depois para a Cuba dos anos cinquenta, onde o protagonista, o detetive Bernie Gunther, se irá cruzar com figuras de um passado que tenta ocultar a todo o custo.

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