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planetamarcia

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Outubro 31, 2012

Novidade Caminho - "Tudo Tem o Seu Tempo", autobiografia de Ana Maria Magalhães

Tudo Tem o Seu Tempo a autobiografia de Ana Maria Magalhães, editada pela Caminho, já chegou às livrarias. O lançamento será no dia 5 de novembro, pelas 18.30 horas, na Livraria Leya na Barata e a apresentação será feita por Isabel Alçada.

“Pertenço a uma enorme família, cheia de curiosas ramificações. Cresci num ambiente singular. Transporto comigo histórias engraçadas que merecem um registo. Tenho uma dívida de gratidão para com todos os que por vontade expressa ou por acaso converteram a minha infância e juventude no tesouro que ninguém me pode roubar. Quando senti necessidade de deixar um testemunho aos filhos e aos netos, fiz apelo à memória retrospetiva apoiada nas agendas onde anoto o meu dia a dia desde criança e procurei parentes que não via há muito a fim de preencher lacunas e pedir fotografias. Esses encontros, bem agradáveis, proporcionaram-me descobertas que ampliaram o projeto e obrigaram à leitura de papelada coberta de pó no fundo das gavetas. Tirei dúvidas, aprofundei as relações com o passado, escolhi o que me pareceu mais significativo e esclarecedor. “Ana Maria Magalhães

Ana Maria Magalhães nasceu em Lisboa em 1946 numa família daquilo a que hoje chamaríamos classe média alta. Fez os estudos secundários num colégio de freiras e licenciou-se em Filosofia na Faculdade de Letras de Lisboa. Foi até há poucos anos professora de Português e História no Ciclo Preparatório. Tornou-se conhecida em todo o país pela sua actividade literária destinada aos leitores mais jovens. Em parceria com Isabel Alçada publicou muitas dezenas de livros destinados a este público. Dessa vasta produção destaca-se, pelo número de títulos publicados e pelas tiragens alcançadas (cerca de oito milhões de exemplares) a coleção Uma Aventura, que começou a publicar-se em 1982 e teve um considerável impacto na literatura portuguesa para jovens. O presente livro é o relato da sua infância e juventude até aos 20 anos de idade.

436 páginas

PVP C/ IVA 18,90€

Outubro 28, 2012

Táxi - José Couto Nogueira - Opinião

Um livro que chegou até mim de forma muito especial e que li de uma assentada. Infelizmente já não se encontra disponível para venda na sua forma tradicional (para os adeptos das novas tecnologias facilmente encontram o e-book), talvez nalgum alfarrabista, biblioteca ou por empréstimo.. De qualquer modo, pela forma como me cativou e envolveu, não posso deixar de o recomendar sem qualquer reserva.

“É uma sensação mega e micro ao mesmo tempo, o mundo inteiro concentrado numa ilha. Qualquer coisa pode acontecer aqui mesmo – não à distância de uma viagem transatlântica mas na proximidade da rua seguinte. Em Nova Iorque pode-se ganhar tudo ou perder tudo – a cabeça, a vida – mas nunca se pára de aprender. O que houver de melhor e de pior, do que quer que seja, há aqui.

Coisas pensamos, perdidos no trânsito. À procura de passageiros, pessoas que querem ir de um lado para o outro. Cada um, uma história. Que talvez nunca cheguemos a saber qual é. Ou que talvez apenas fiquemos a conhecer um bocadinho. O que a pessoa quiser mostrar, o que não conseguir esconder. Pode não ser nada de fundamental, mas é sempre fascinante. As possibilidades são infinitas.” (pág. 127)

Quem nos oferece esta história, ou melhor, esta sucessão de histórias, é alguém de quem nunca chegamos a saber o nome. Penso que o facto de não se identificar o narrador é propositado na medida em que Nova Iorque é, não só o palco, mas também e principalmente a grande personagem deste livro.

A cidade brilha e destaca-se nas palavras deste homem que a descobre e que avalia, sedento, as vidas das pessoas que o rodeiam. Não satisfeito com o que o dia-a-dia lhe oferece decide ser motorista de táxi, tornando-se o cientista de um laboratório vivo com todo o género de espécies humanas.

Cru e direto, talvez pouco indicado a leitores mais sensíveis, mas definitivamente para aqueles que gostam de lidar com a verdade. Um retrato fiel da nossa sociedade, sem medo de tratar a decadência por tu nem deixando nenhum tema de parte, das drogas ao sexo, da frustração profissional ao desejo de felicidade.

O leitor tem a oportunidade de conhecer lugares e pessoas desta cidade através de fantásticas descrições de um observador nato, um verdadeiro “scanner” que varre ambientes e suga a alma dos que se cruzam no seu caminho.

Num estilo diferente lembrou-me algumas vezes o género de Paul Auster. Não gosto de comparações mas lembrou. E deu-me vontade de agarrar um livro de Paul Auster e ler como se não houvesse amanhã. E claro, mais um de José Couto Nogueira, pena serem poucos e estarem em vias de extinção (os mais antigos), mas não adianta discutir aqui as políticas editoriais portuguesas. Um autor que, editado noutro país, teria decerto um reconhecimento diferente.

Procurem, sejam persistentes e leiam. Vale muito a pena descobrir.

Sinopse

“O herói deste romance é a cidade de Nova Iorque.

Metrópole eclética e abrangente, personagem em cujas veias correm 10 milhões de pessoas, a cidade oferece as histórias mais variadas, os habitantes mais surpreendentes.

O narrador, um motorista de táxi que sabe observar e prefere não se envolver, percorre vertiginosamente as noites da cidade, ao sabor dos acontecimentos, enquanto toma nota das teorias e das elucubrações que justificam ou desculpam as muitas peripécias que vai vivendo.

Escrito numa linguagem cinematográfica, firme, segura como um documentário simultaneamente realista e poético, Táxi é a viagem em tempo real pelos sonhos e realidades de uma sociedade que se procura.”

Publicações Dom Quixote, 2001

Outubro 27, 2012

Amália, O Romance da sua Vida - Sónia Louro - Opinião

Foi com grande curiosidade que iniciei esta leitura. O meu conhecimento sobre a vida de Amália Rodrigues era bastante reduzido, conheço uma parte do seu trabalho, colossal marco da nossa cultura, mas pouco ou nada sabia da pessoa Amália Rodrigues.

A ideia generalizada que eu tinha não era muito abonatória, confesso. Uma constante associação a uma atitude de arrogância e distância em relação ao público. Mas nada como ler e saber mais para mudar de ideias, ou confirmá-las.

Se por um lado me deparei com várias descrições de uma Amália humilde e tímida, em diversas ocasiões são apontados comportamentos que vão de encontro à ideia que exprimi acima. Continuo sem estar muito esclarecida em relação a este ponto, apesar do livro ser exaustivo no que toca a todos os passos da carreira da fadista, para mim esta dúvida persiste. Amália foi uma diva, com comportamentos de diva por esse mundo fora; tinha uma voz única, presença forte em palco, sinceramente não penso que a timidez lhe fosse abonatória na função de uma das grandes embaixadoras do nosso país.

Saber os detalhes das paixões e amores de Amália suscita curiosidade mas não tem o meu particular interesse. Senti que o tempo passa devagar neste livro, que percorremos mesmo todos os passos da vida da fadista. Achei interessante mas talvez demasiado exaustivo.

Este é o segundo livro que leio da Sónia Louro, gosto da escrita da autora e admiro muito o trabalho de pesquisa que prepara para os seus livros. Contudo, tenho de admitir que “O Cônsul Desobediente” me empolgou muito mais. A verdade é que o percurso de Aristides de Sousa Mendes me interessa e comove muito mais do que a vida de Amália Rodrigues. Não se pode sequer comparar.

Confirmo mais uma vez o talento de Sónia Louro, de quem espero ler mais livros, mas a verdade é que o meu interesse pela vida de Amália Rodrigues não foi suficiente para manter o nível elevado de interesse que gosto de ter quando leio. De nenhuma forma retiro mérito à autora, que me fez inclusive estar constantemente a trautear os fados da Amália, mas a verdade é que há figuras da nossa história e da nossa sociedade que me atraem muito mais.

Pelo mito, pelo percurso, por ser possivelmente a nossa grande diva de sempre, recomendo e aconselho esta leitura.

Sinopse

“Este é o romance sobre a vida de Amália, a fadista mais amada e, simultaneamente, mais desconhecida em Portugal. Operária numa fábrica de rebuçados, estreia-se a cantar em 1939. Movida apenas pela vontade de cantar e sem qualquer ambição, nem sonha que um dia será a maior artista portuguesa de sempre.
Ganhando rapidamente projecção internacional, deixa multidões rendidas à sua voz. E também os corações se rendem ao seu magnetismo: do simples povo a estrelas como Charles Aznavour ou Anthony Quinn. Mas enquanto destroça corações, o seu vive apenas desilusões. Várias vezes contempla o suicídio. Recebendo propostas milionárias para ficar a trabalhar no estrangeiro, o amor a Portugal fá-la sempre regressar. Ano após ano arrebata galardões, conquista os críticos e cruza-se com as grandes personalidades do seu tempo: Édith Piaf, Hemingway, Frank Sinatra.
No final da vida, o que pode querer alguém com o mundo a seus pés? A felicidade que nunca sentiu? A autoconfiança que nunca teve? Amália deixou-nos no dia 6 de Outubro de 1999 com uma só ambição: que a chorássemos quando morresse. Uma vida tão bela quanto inspiradora.”

Saída de Emergência, 2012

Outubro 27, 2012

Passatempo Natal 2012 - Civilização Editora

A Civilização quer alegrar muitos apaixonados pela leitura neste Natal. 

O passatempo “Pai Natal” destina-se a todos os leitores que adquiram, pelo menos, um livro da Civilização Editora entre o dia 1 de Outubro e o dia 25 de Dezembro de 2012.

Os 2.000 primeiros clientes a participar recebem um livro de oferta, de entre uma lista de 100 possíveis.

Todos os pormenores aqui.

Outubro 26, 2012

Novidade Caminho - Labirinto de Mágoas. As Crises do Casamento e Como Enfrentá-las, de Daniel Sampaio

“Por que razão se parte para a união conjugal num ambiente de festa, pleno de expectativas de um florescimento individual e de uma felicidade a dois, e em cerca de metade dos casos se termina em divórcio?” Daniel Sampaio

Numa época como a nossa, em que cerca de metade dos casamentos terminam em divórcio, o problema torna-se sério e não deixa ninguém indiferente.

Pode dizer-se que todos nós, direta ou indiretamente, somos atingidos pelo fenómeno e pelas suas consequências, e que todos nós, ainda que em diferente medida, temos que o enfrentar. Que fazer então? Neste livro que agora entrega ao público – Labirinto de Mágoas. As crises do casamento e como enfrentá-las – Daniel Sampaio conduz-nos numa reflexão tão profunda quanto ampla sobre todos os aspetos da questão: como se manifestam, e quais são, os primeiros sintomas da desagregação do casal; como detetar esses sintomas e como adotar perante eles uma atitude crítica; como lidar com os filhos dentro de um casamento que se desagrega; que papel pode ter a família de cada um dos cônjuges; qual o papel e virtudes da terapia conjugal; como conduzir um divórcio (se for esse o caso) com o menor número de danos.  O livro conta ainda com um capítulo dedicado aos conflitos próprios da conjugalidade gay e lésbica, da autoria de Pedro Frazão.

O livro será apresentado em Lisboa no dia 30 de outubro, pelas 18h30 na Livraria Leya na Barata e a obra será apresentada por Isabel Narciso e Laurinda Alves.

A obra será ainda apresentada em Faro, Viseu, Leiria e Aveiro.

Daniel Sampaio escreve sobre as famílias, os casais e os jovens  dos nossos dias. Nos seus livros, tem dado especial atenção aos comportamentos de risco na adolescência e às questões da escola.

Dos títulos que publicou destacam-se Ninguém Morre Sozinho (uma obra de referência sobre o suicídio adolescente), Inventem-se Novos Pais, A Arte da Fuga, Tudo o Que Temos Cá Dentro e Lavrar o Mar. A versão teatral do seu livro Vagabundos de Nós foi levada à cena em 2004 e galardoada com o Prémio de Teatro Marcelino Mesquita, da Sociedade Portuguesa de Escritores e Artistas Médicos.

Em 2008 publicou A Razão dos Avós, um livro oportuno sobre o diálogo entre gerações. Seguiram-se Porque Sim (2009), um conjunto de crónicas muito abrangentes sobre os jovens, a família e a educação, temáticas que retomou em 2011 com o novo livro de crónicas intitulado Da Família, da Escola e Umas Quantas Coisas Mais e com a obra Memórias do Futuro, Narrativa de Uma Família (2010). Em 2011, em colaboração com Gonçalo Sampaio publicou Crime na Escola, o seu primeiro livro para jovens.

Daniel Sampaio está editado no Brasil e em Itália.

240 páginas

PVP C/ IVA 13,90€

Outubro 26, 2012

Dali e Eu, uma História Surreal- Stan Lauryssens - Opinião

Absolutamente surreal e estranho, este livro só não constituiu para mim uma surpresa na medida em que já tinha lido algumas opiniões que me “prepararam” para o seu conteúdo.

A vontade de o ler nesta altura surgiu no seguimento de uma recente viagem a Madrid; fui a algumas exposições e os quadros de Salvador Dali “lembraram-me” que este exemplar aguardava na minha estante.

Li relativamente rápido pois o livro é pequeno e o seu conteúdo algo chocante proporciona uma leitura a bom ritmo.

A vida de Dali foi excesso. Mas a não sei até que ponto os excessos descritos correspondem à verdade. Não só por em algumas situações me parecer mesmo demais, mas também porque todas as descrições são baseadas em conversas que o autor teve com outras pessoas que, supostamente, privaram com Salvador Dali. E já se sabe que “Quem conta um conto acrescenta um ponto”.

Mas isto no que refere à vida “privada” de Dali pois o objetivo principal deste livro, desta possível biografia de Stan Laureyssens é descrever a experiência do autor como negociante de arte, em exclusivo da arte de Dali.

Seja como for tudo me parece excessivo. As descrições das depravações sexuais de Dali e Gala são absolutamente surreais; Salvador Dali vivia, comia e dormia surrealismo. Achava-se um génio e agia com a excentricidade que achava dever atribuir-se aos seres especiais. Sedento de dinheiro foi o maior trapaceiro da sua própria obra, criando falsificações/cópias com a sua assinatura, levando a uma especulação monetária absolutamente irreal.

A mentira foi a maior arma utilizada por Stan Lauryssens, que se tornou negociante de arte por acaso e “especialista” em Dali sem saber nada de arte ou sequer conhecer a sua obra. Apenas sabia que Dali vendia e rendia. Descrições de como extorquir milhões a clientes a vender algo que não existe com promessas de rentabilidade inventadas, leva-me a concluir que há muitos ignorantes dispostos a aplicar o seu dinheiro em algo que esperam que lhes traga estatuto. Uma sucessão de futilidades que, com o tempo, se concretizaram em ameaças e mesmo na prisão de Stan.

Hábil na fuga e nas suas técnicas de vendas muito próprias, demonstra que um vigarista o é para sempre, e a sede de ganhar (muito) dinheiro merece que se corram grandes riscos.

Reforço a ideia de que questiono a veracidade de algumas descrições, pela perplexidade e espanto em que me deixaram. Mas a verdade é que este pequeno livro não está de todo mal escrito, apesar de não estar muito bem organizado cronologicamente, e vale pela forma como surpreende. Surrealismo em todas as páginas!

Sinopse

“Durante mais de uma década, Stan Lauryssens amealhou uma fortuna na qualidade de negociante de obras de Salvador Dalí. Os quadros que vendia eram de proveniência duvidosa, mas em breve Stan descobriria que a mais duvidosa de todas era o próprio Dali. À medida que os anos passavam e ele se aproximava do círculo íntimo do pintor, os bastidores de um mundo onde comércio e conspiração andam lado a lado eram-lhe revelados - assim como os segredos que permitiam a Dalí manter o seu extravagante estilo de vida muito depois de a sua criatividade ter começado a esmorecer…”

Presença, 2010

Outubro 26, 2012

Novidade Casa das Letras - O Bairro da Estrela Polar, de Francisco Moita Flores, disponível a 29 de Outubro

Diana nasceu no Bairro da Estrela Polar. Algures em Lisboa. Um daqueles bairros cercados por estradas com muito movimento, isolado da cidade, voltado sobre si, feito de gente que veio de todos os lados do mundo. No Estrela Polar, existe o café “Futuro de Portugal”, dirigido por Bazófias, carteirista reformado, burlão de grandes talentos. É aqui que se reúne a quadrilha agora encabeçada por Diana, líder conhecida como a “Robin dos Bosques”, que rouba aos ricos para dar aos pobres.

Comandados pela bela Diana, Tosta Mista, Zé Cigano, Francisquinho, Batman, Clara, Manela e Paulo monopolizam o tráfico de droga no bairro, deixando a polícia sempre desorientada, e organizam-no para que o crime seja actividade rentável para a crise.

Uma história dos nossos dias, que consegue cruzar a violência com o humor, a ternura e a união de personagens pícaras do submundo do Portugal do Século XXI.

Outubro 25, 2012

António Lobo Antunes apresenta Não é Meia Noite Quem Quer, em Penafiel

O escritor António Lobo Antunes estará este fim-de-semana em Penafiel, onde será apresentado o seu mais recente romance, Não é Meia Noite Quem Quer, no âmbito da 5.ª Edição do Escritaria, que este ano homenageia o autor de Memória de Elefante.

A apresentação da obra, a cargo de Ana Paula Arnaut, terá lugar na noite de sexta-feira, às 21h00, no Museu Municipal de Penafiel. Antes disso, porém, por volta das 15h00, António Lobo Antunes participa numa Conferência de Imprensa, na qual se disponibilizará para responder às perguntas dos jornalistas que ali estiverem presentes.

Durante três dias, de 26 a 28 de Outubro, Penafiel transformar-se-á, por assim dizer, na cidade António Lobo Antunes. Ali estarão vários especialistas da obra do escritor, nacionais e estrangeiros, entre outros, Maria Alzira Seixo (Professora Catedrática da Universidade de Lisboa e Crítica Literária), Maria Luisa Blanco (Directora Editorial do Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia), Jeff Gordon Love (Professor Universitário e Escritor), que marcarão presença numa palestra subordinada ao tema “Escritaria, Vida e Obra de António Lobo Antunes”.

A arte de rua, ou arte pública, uma das imagens de marca do Escritaria, inundará as ruas de Penafiel fazendo com que um qualquer cidadão descubra, no mais improvável dos locais, algo que o remeta para o universo literário de António Lobo Antunes. A saber:

Post-its Gigantes nos Edifícios – Serão afixados em edifícios da cidade contendo pequenos textos, pedidos a um conjunto de personalidades relevantes do meio cultural.

Escritaria nas Paredes – À semelhança das edições anteriores, uma frase do escritor ficará materializada no espaço da cidade perpetuando o acontecimento e enriquecendo de modo original o quotidiano dos habitantes.

Montras de Literatura – As montras aderentes das lojas da cidade vão estar decoradas com objectos relacionados com a vida e obra de António Lobo Antunes.

Letras no Divã – Uma instalação tridimensional, feita a partir de uma cama, que é uma reflexão – de cariz artístico – sobre a relação entre a escrita de Lobo Antunes e a sua actividade enquanto psiquiatra.

Palavras com Asas – Os aerogramas que António Lobo Antunes escrevia diariamente à sua mulher enquanto esteve na Guerra em Angola regressam, quatro décadas volvidas, agora dirigidas aos visitantes do Escritaria.

Letra Leve – Nos balcões dos estabelecimentos comerciais e dos edifícios de atendimento ao Público estarão, para quem as quiser levar, várias das crónicas de António Lobo Antunes.

Estantónia – Na avenida principal de Penafiel, a céu aberto, estará uma estante antuniana, uma instalação tridimensional de trinta metros de comprimento contendo a obra completa de António Lobo Antunes.

Jardins de Palavras – Um pouco por toda a cidade, nos bancos de jardim, haverá fragmentos de literatura para quem se senta. São crónicas em grande formato devidamente ilustradas.

Poeira das Letras – É uma instalação intimista, centrada numa animação videográfica da autoria de Rui Martins, que propõe aos visitantes um momento de pausa e reflexão sobre a obra de António Lobo Antunes.

Sobre o livro

O enredo do livro desenvolve-se em três dias, sexta-feira, sábado e domingo. Uma mulher com perto de cinquenta anos vai passar o fim-de-semana na casa de férias da família, numa praia não identificada. A casa, modesta, foi vendida e ela quer despedir-se dela, mas também relembrar tudo o que ali se passou – a sua infância com os pais e os irmãos, o suicídio do irmão mais velho, o irmão surdo-mudo, o complexo e dramático relacionamento dos pais, a menina da casa em frente, sua amiga do tempo de férias. Vem depois a sua vida actual, mal casada, sem filhos, professora numa escola como tantas outras, com uma relação frustrante e sem entusiasmo com uma colega mais velha… O falhanço que é a sua vida reflecte-se na casa há muito desabitada e nos sonhos de todos eles, ali irremediavelmente enterrados. A despedida da casa pode levá-la a imitar o irmão mais velho e, no domingo, atirar-se das arribas e encerrar ali uma vida sem futuro.

Sobre o autor

António Lobo Antunes nasceu em 1942, em Lisboa. Ficcionista e autor de alguns ensaios literários que equacionam a análise psicológica com a criação artística. Formado em Medicina Psiquiátrica, exerceu actividade clínica durante a guerra colonial em Angola, e, posteriormente, em Lisboa, no Hospital Miguel Bombarda. Depois da publicação de Os Cus de Judas (1979), Lobo Antunes tornou-se um dos escritores portugueses mais lidos, vendidos e traduzidos em todo o mundo. Em 2005 foi distinguido com um dos mais importantes prémios literários do mundo: o Prémio Jerusalém. Em 2007 foi galardoado com o Prémio Camões, o mais importante prémio literário de língua portuguesa. Em 2008 foram-lhe atribuídas, pelo Ministério da Cultura francês, as insígnias de Comendador da Ordem das Artes e das Letras francesas

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