Abril 29, 2010
Tartan - As Velas da Liberdade - Nuno e Pedro Silveira Ramos - Opinião
A vontade de ler “Tartan – As Velas da Liberdade” surgiu logo que soube do seu lançamento. Iniciei esta leitura com uma grande curiosidade e entusiasmo. Adorei!
“Tartan” é um livro de aventuras, de viagens e de emoções. Relato de uma fuga, de uma busca por algo melhor, da procura por parte daqueles que acreditam poder concretizar os impossíveis. Se poucos acreditavam conseguir chegar de Angola a Portugal num pequeno veleiro, seis provaram que a determinação e a vontade são as principais armas para atingir objectivos.
Cativada pela sinopse, que me deixou com altas expectativas, este relato conseguiu surpreender-me pela escrita de alta qualidade. Já li alguns livros de viagens e outros tantos de histórias de vida, que não são muito mais do que descrições…a verdade é que é isso mesmo que se espera de um livro deste género, uma descrição quase jornalística dos factos, uma sequência cronológica de acontecimentos, pedaços de informação para o leitor processar. Nuno e Pedro Silveira Ramos fizeram destes factos das suas próprias vidas um romance envolvente que se lê avidamente.
Considero importante a divulgação deste “episódio” pouco conhecido mas que faz parte da nossa história recente. O enquadramento histórico é bom, com facilidade percebemos o clima vivido em Angola após a independência, e as razões que levaram seis jovens a planear sair de um país que não oferecia condições e se desmoronava de dia para dia. Uma decisão louca? Uma história de coragem? Um salto para o desconhecido? Uma decisão pautada pela necessidade de ser livre? Um livro que nos faz perguntas e nas entrelinhas nos mostra as respostas. Obrigatório ler!
Sinopse
“Angola, 1978. Em plena guerra civil e no dia das comemorações do terceiro aniversário da independência, seis rapazes fogem de Luanda num veleiro de apenas 13 metros. Orientados por uma bússola, um mapa rudimentar e um rádio a pilhas, cruzam um oceano de dúvidas, medos e anseios, em busca da liberdade e da vida. O seu destino é Portugal, onde acabam por chegar depois de mil e uma vicissitudes.
Mais de 30 anos depois, a publicação desta história ajuda-nos a compreender um período pouco explorado da nossa História e da nossa memória colectiva.”
Porto Editora, 2010