Mais um livro que li num sopro, sedenta de chegar ao fim, mas que me deu um imenso prazer a percorrer.
“Escolhi o teu amor” pertence a um dos meus géneros de histórias preferido. Não sei se lhe poderei chamar história, pois cada palavra, cada página parecem tão reais; saídos da alma de quem escreve de uma forma que me fez viver este romance como se fosse uma confidência, uma partilha.
Ellen casou com Andy, irmão da sua melhor amiga, Margot. Mas Ellen tem uma história mal resolvida com o passado e, quando encontra casualmente o ex-namorado Leo, coloca em causa o casamento e a sua suposta felicidade.
Escrito na primeira pessoa e fazendo uso de uma linguagem fluida e muito envolvente, Emily Giffen consegue criar uma grande proximidade com o leitor. Gostei da forma como tudo parece ser um constante desabafo, uma partilha de pensamentos; Ellen esquematiza tudo, procura respostas e causas para os seus actos, não receia admitir a dúvida e procura perceber o que a fará feliz, o que realmente deseja.
Ellen é uma observadora; através dela a autora descreve-nos pessoas, lugares, acções, sentimentos e pensamentos. Ainda amará Leo? Ou será esta uma história mal acabada a que falta uma última conversa, um ponto final? Levando as dúvidas ao extremo pondera retomar o contacto com o passado mas receia perturbar a sua relação actual, o seu casamento, e colocar em causa a família que a acolheu e a adora.
É um livro sobre escolhas. Sobre o poder do amor e da sorte. Sobre como uma situação inesperada nos faz pensar nos nossos actos, e em como encararíamos o passado se a situação presente fosse diferente. Ellen questionaria voltar para Leo se estivesse a viver um momento particularmente feliz com Andy? Mas não está, e o poder dos momentos felizes do passado com Leo assumem uma força que a fazem estar permanentemente em dúvida. Fiel a si própria escolhe o caminho certo. Ou será que não? Eu achei que sim…
Sinopse
“Como se pode voltar a amar verdadeiramente alguém se ainda não esquecemos quem partiu?
"Escolhi o Teu Amor" é uma história envolvente sobre uma mulher na encruzilhada da vida e das emoções e sobre as razões que, por um lado, nos fazem escolher amar quem amamos e, por outro, nos impedem de esquecer quem nos partiu o coração.
A relação de Ellen e Andy não é só aparentemente perfeita.
Eles amam-se verdadeiramente. Não há dúvidas de que a sua relação é repleta de entrega e devoção mútuas.
Até que um dia acidentalmente, Ellen cruza-se com Leo, o ex-namorado com quem manteve uma relação problemática e obsessiva; o mesmo homem que um dia, sem explicação, a deixou e lhe despedaçou o coração.
Leo, que Ellen nunca esqueceu e que, oito anos depois, reaparece por acaso e faz com que ela questione se a vida que tem é, afinal, a vida que quer e merece.”
“Uma Jane Austen contemporânea” Cincinnati Enquirer
Porto Editora, 2009