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planetamarcia

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Junho 10, 2009

Não se Ecolhe quem se Ama

 

 

Será que não se escolhe quem se ama? Coração e cérebro são órgãos completamente distintos e com vontades e desejos próprios? Porque perdemos a razão quando envolvidos em questões de amor?
Este livro não responde a nenhuma destas questões. Penso que não é essa a sua pretensão. Faz um bom desenvolvimento do tema, aborda questões que penso que todos nos colocamos um dia, descreve situações de vida com as quais toda a gente se identifica. Cada capítulo descreve separadamente a perspectiva de cada personagem e, com o decorrer da leitura, vamos relacionando vidas, juntado as peças e, claro, conhecendo mais profundamente a história de cada um.
Desde um casamento falhado, a amores não correspondidos, morte, e ainda, aquele amor que sempre esteve lá mas estava escondido à espera de uma oportunidade, esta é a história de encontros e desencontros, mal-entendidos e, acima de tudo, amizade.
A escrita desta autora é fluída mas cuidada, as descrições são bem conseguidas, o que me proporcionou bons momentos de prazer literário. O tema do livro permite um desenvolvimento interessante e até alguns “devaneios filosóficos” que Joana Miranda soube aproveitar e desenvolver.
Impossível não admirar Matilde, personagem em redor da qual se movimentam todas as outras, uma mulher que procura o lado mais emocional da vida, que arrisca sempre pelo lado do amor, que se magoa mas que acredita no seu caminho.
Gostei muito da seguinte passagem, já mesmo no final:
“(…) A pouco e pouco a ferida aberta sara. Uma das vantagens do esquecimento é conseguirmos esquecer aquilo que não nos apetece recordar. Mais vale não sermos de todo amados a sê-lo pouco e/ou mal. As pessoas não nos podem dar tudo o que queremos delas, o que esperamos que nos dêem. No âmago de si espera, secretamente, que um dia surja na sua vida um homem com quem, finalmente, consiga ser feliz. Sem se esquecer de, enquanto esse dia não chega, viver em pleno cada novo dia da sua nova vida. Sem fantasmas. Carpe Diem! À noite, pede a um deus sem face que procure o seu amor pelos confins dos céus, que lhe peça que desça pela aragem morna da noite até ao silêncio do seu coração.”
Sinopse
“Matilde tinha uns olhos escuros, brilhantes, profundos como a noite. O cabelo, da cor das Deusas do Olimpo. As asas, de ouro, bordadas a fios de seda. Os pensamentos, povoados de sonhos. O desejo, incandescente, de voar, de rasgar, horizontes cada vez mais altos. Matilde, como Ícaro, era dotada de asas, e como Ícaro, por inusitada coragem, experimentou a dor de chegar perto do sol. Do mesmo Sol que dá a vida, e que a tira. Viveria tudo outra vez. Exactamente da mesma forma. Não trocaria o que viveu com Vladimir Krapov por nenhuma outra existência do fogo que sempre queima as asas que ousam desafiar as leis do universo e da vida. A sua luz era tão intensa que Matilde duvidava não ser ela própria criação daquele moscovita de quarenta e cinco anos que um dia lhe arrebatou a alma. Este novo romance de Joana Miranda oferece-nos momentos de puro deleite, numa escrita que flui, poderosa e rica que já nos tinha sido dada a apreciar nas suas obras anteriores - A Outra Metade da Laranja, Sem Lágrimas Nem Risos e O Espelho da Lua.”
Editorial Presença, 2005

 

Junho 08, 2009

O Quarto Arcano - O Anjo Negro

 

 

O Quarto Arcano é uma receita requintada. Daquelas inventadas por um chef conceituado, com os melhores ingredientes, um paladar irrepreensível e efeitos colaterais de puro prazer.
De facto, considero-o um livro bastante completo. E continuando a brincadeira de o comparar a uma receita culinária, passo a citar os ingredientes: romance histórico bem conseguido, cheio de intriga palaciana, mistério, espionagem e conspiração; personagens fortes e bem construídas; erotismo explícito (para ajudar aos efeitos colaterais de puro prazer…)
O Quarto Arcano – O Anjo Negro é uma história bem pensada e bem escrita. Tem vários pontos fortes bem conjugados que, a meu ver, são tudo para o tornar um livro de sucesso.
Provavelmente agradará mais a mulheres do que a homens, o personagem principal Blackraven é o estereótipo do “homem ideal”: bonito, invencível, forte, rico, poderoso, nobre, sexualmente irresistível,…enfim páginas e páginas de suspiros e deleite… um homem que faz tudo bem e deixa atrás de si dezenas de admiradoras e amantes. Mas claro, tudo muda no dia em que este espírito livre (e libertino) se apaixona por Melody, uma força da natureza que lhe faz frente sem qualquer receio para defender os seus ideais de igualdade e justiça. Entre os dois têm lugar várias cenas tórridas bastante descritivas, confesso que por vezes achei que caía um pouco no romance de cordel, mas a certa altura a autora acaba com as lamechices.
Gostei muito de toda a envolvente deste romance, a forma como nos vai sendo descrito o passado das personagens e assim explicando as razões de algumas coisas acontecerem.
Percorrendo dois continentes e um oceano, as histórias destas personagens percorrem o tempo e o espaço, remontam a épocas anteriores e explicam árvores genealógicas de casas reais da Europa. Muito completa e pormenorizada, a história de espionagem e intriga é como um romance paralelo ao romance principal, que vai servindo de suporte e explicação do mesmo.
Passado numa época em que ideais como a igualdade começam a assumir o seu papel, a revolta e luta dos escravos pela liberdade tem uma componente marcante e fundamental no desenrolar da acção.
Aponto apenas um defeito, o facto do volume seguinte ainda não estar editado, pois a minha vontade de continuar a ler e saber o que vai acontecer em seguida é quase incontrolável. Espero que a Porto Editora faça chegar “O Quarto Arcano – O Porto das Tormentas” até aos seus leitores o mais breve possível!
Sinopse
“No princípio do século XIX, diferentes processos revolucionários espalham-se pelas colónias espanholas da América, desejosas de se tornarem independentes da Coroa de Espanha. Buenos Aires será uma das primeiras capitais a concretizar esse sonho. É nesse contexto que decorre o romance de Florencia Bonelli, a mais popular autora histórico-romântica do panorama literário latino-americano.

Roger Blackraven é um abastado homem de negócios inglês, com interesses particulares em Buenos Aires, onde é amo e senhor de terras e gentes, que o temem e respeitam. Mas a sua vida vai cruzar-se com o Anjo Negro…

O Anjo Negro é Melody Maguire, uma exótica crioula ruiva, filha de um pai irlandês evadido do seu país para escapar à justiça inglesa. Assim apelidada pelos escravos, Melody luta pelo fim da escravatura. Roger representa para ela tudo o que mais odeia: é inglês, mulherengo, dono de escravos, um déspota - e, no entanto, não consegue evitar a atracção escaldante que nasce entre os dois.

Romance histórico profundamente comprometido, romance sentimental com as cores e os cheiros da América Latina, muitas vezes imbuído de uma carga de erotismo fortemente explícito, O Quarto Arcano
revela aos leitores portugueses uma das mais populares escritoras argentinas.”
Porto Editora, 2009
 

Junho 08, 2009

Um Menino Diferente

 

 

Gostei muito de ler este pequeno livro. Pequeno apenas na sua dimensão física, pois cumpre os seus objectivos que alertar e educar para o respeito pelas diferenças.
Com um formato apelativo e ilustrações excepcionais, “Um menino diferente” é uma história ternurenta e positiva sobre uma criança que, apesar de algumas limitações, se adapta e ultrapassa as suas dificuldades.
Lê-se rápido e faz pensar como é tão fácil simplificar o que já é de si simples, mas por vezes complicamos.
Sinopse
“O Afonso é um menino diferente e muito especial, pois consegue fazer coisas que os outros meninos não conseguem.

As árvores, as flores, as nuvens e até os cães... são diferentes uns dos outros, tal como o Afonso é diferente de todos os meninos.

O Afonso foi o primeiro da aula a aprender a ler, com uma rapidez nunca vista, o único a descobrir coisas impossíveis de encontrar... até um tesouro capaz de transformar a sua escola na mais bonita do mundo!
Mas, para o Afonso, brincar no computador, lavar a cabeça ou fazer festinhas ao seu cão pode ser um verdadeiro problema...

Porque será o Afonso um menino diferente?”
Porto Editora, 2009

 

Junho 06, 2009

Tertúlia na Feira do Livro do Porto

 

Foi com enorme prazer que aceitei o convite da Porto Editora para participar na Tertúlia “Blogosfera: um novo espaço de divulgação literária”, que teve lugar na Feira do Livro do Porto, ontem dia 5 de Junho.
A conversa decorreu de forma intimista e informal. Foram abordados temas relacionados com os blogues, como a motivação para a sua construção e manutenção; a função destes no panorama de divulgação literária actual; o papel das editoras face a esta forma de estar; e claro, a análise da posição dos blogues em relação aos veículos de divulgação dos meios de comunicação tradicionais.
Numa época em que o distanciamento físico é enorme, em que por falta de tempo cada vez nos reunimos menos para conversas e debates, esta Tertúlia veio recuperar uma essência que eu pessoalmente gostaria que não se perdesse.
Quem me conhece sabe o prazer que tenho em falar sobre livros; participo activamente em Fóruns virtuais, e sempre que é possível gosto de conhecer pessoalmente as pessoas por detrás dos “nicks”.
O debate foi moderado por Rui Azeredo, jornalista e responsável pelo blogue Porta Livros, e teve como convidados o jornalista Sérgio Almeida do JN, Maria Manuel Magalhães do blogue Marcador de Livros, Paulo Ferreira do Blogtailors e eu. Contámos também com participação de Paulo Gonçalves, responsável pela Gabinete de Comunicação e Imagem da Porto Editora. A conversa esteve aberta aos leitores e visitantes da Feira.
Gostaria de agradecer à Porto Editora por este convite, e por ter proporcionado um serão tão agradável.
Iniciativas como esta são de louvar e de repetir; penso que neste ponto poderei falar também pelos “colegas” dos blogues literários que formam esta nossa comunidade de apaixonados pelos livros.
Deixo abaixo alguns registos fotográficos do evento.
Maria Manuel Magalhães e eu
Rui Azeredo e Maria Manuel Magalhães

 

 Da esquerda para a direita: Sérgio Almeida, eu, Rui Azeredo, Maria Manuel e Paulo Gonçalves 

 O grupo activamente participativo na conversa 

 Momento de descontracção após a Tertúlia

 

Junho 05, 2009

Camões revisitado

 

 

 

No Dia de Camões, o Espaço Porto Editora na Feira do Livro do Porto acolhe o lançamento de uma antologia para os mais novos.

 

A Porto Editora apresenta, no próximo dia 10 de Junho, quarta-feira, a partir das 15h30, o livro Poesia de Luís de Camões para Todos, com selecção e organização de José António Gomes e ilustração de Ana Biscaia. No dia em que o país celebra Camões, o Espaço Porto Editora na Feira do Livro do Porto dá a conhecer aos mais novos alguns dos melhores textos do grande poeta português.
A antologia de poemas camonianos destina-se, preferencialmente, ao público infanto-juvenil e, para facilitar a leitura, assume a liberdade de actualizar algumas grafias antigas salvaguardando, obviamente, a rima. A acompanhar o texto, um belíssimo trabalho de ilustração da responsabilidade de Ana Biscaia, na linha de qualidade artística que distingue a colecção Oficina dos Sonhos.
Poesia de Luís de Camões para Todos é a nona obra da colecção Oficina dos Sonhos que a Porto Editora dedica aos grandes clássicos da literatura.

 

Os Autores


José António Gomes é professor de Literatura no Instituto Politécnico do Porto e tem trabalhado no âmbito da formação de professores. Fez uma tese de mestrado na Universidade Nova de Lisboa que viria a publicar sob o título de A Poesia na Literatura para a Infância. Colabora em várias publicações como crítico de literatura infanto-juvenil e dirige a Malasartes – Cadernos de Literatura para a Infância e a Juventude. Colaborou em várias obras colectivas ligadas à literatura infanto-juvenil e coordena a colecção Oficina dos Sonhos da Porto Editora.


Ana Biscaia nasceu em 1978. Estudou Design de Comunicação na Universidade de Aveiro e Ilustração e Design Gráfico em Estocolmo. Obteve uma menção honrosa no Concurso Nacional de Jovens Criativos 2009 da Cidade do Montijo.

 

Título: Poesia de Luís de Camões para Todos
Organização: José António Gomes
Nº Págs.: 48
PVP: 14,50€

 

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