Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

planetamarcia

planetamarcia

Outubro 19, 2008

Enquanto Salazar Dormia...

 

Cá está um exemplo de um livro bastante divulgado e apelativo que nunca me tinha dado vontade de ler…não sei porquê…mas há livros que nos chamam e outros que não…
Mas aconteceu. Acabou por me vir parar às mãos.
Tinha uma ideia diferente deste livro. Foi editado numa altura em que se editou tudo ou quase tudo sobre Salazar. Quando é demais chateia e se calhar foi isso que nunca me fez olhar duas vezes para ele.
No entanto numa das minhas visitas ao Blog Viagens Literárias percebi tratar-se de algo para além do que eu pensava…
Depois foram as curiosas coincidências do destino (para quem acredita nelas) que o fizeram chegar até mim. Mesmo sem o pedir um amigo emprestou-mo. Achou que eu iria gostar.
Com todos estes sinais poderia eu não o ler?
Gostei deste livro. Não tanto como muitos que já li mas gostei. A nível literário não é nada de extraordinário mas vale pela história…principalmente porque desconhecia tantas coisas que fiquei agora a saber.
Jack Gil é um espião luso-britânico na Lisboa de 1941. Conta-nos as suas histórias e aventuras, a sua perspectiva da guerra e da política internacional. 50 anos depois regressa a Lisboa para o casamento do neto e recorda tudo o que viveu, as mulheres que amou.
Numa primeira fase partilha com o leitor a sua história de vida…tudo o que se passava “Enquanto Salazar dormia…”. Numa fase posterior é o neto o seu confidente que absorve, maravilhado as histórias de espiões e perseguições protagonizados pelo avô agora com 85 anos.
Uma história de amizade e amor. De família. De guerra.
Descrições de uma cidade que ainda existe mas não da forma que já foi. Leiam!
Sinopse

Lisboa, 1941. Um oásis de tranquilidade numa Europa fustigada pelos horrores da II Guerra Mundial. Os refugiados chegam aos milhares e Lisboa enche-se de milionários e actrizes, judeus e espiões. Portugal torna-se palco de uma guerra secreta que Salazar permite, mas vigia à distância.
Jack Gil Mascarenhas, um espião luso-britânico, tem por missão desmantelar as redes de espionagem nazis que actuavam por todo o país, do Estoril ao cabo de São Vicente, de Alfama à Ericeira. Estas são as suas memórias, contadas 50 anos mais tarde. Recorda os tempos que viveu numa Lisboa cheia de sol, de luz, de sombras e de amores. Jack Gil relembra as mulheres que amou; o sumptuoso ambiente que se vivia no Hotel Aviz, onde espiões se cruzavam com embaixadores e reis; os sinistros membros da polícia política de Salazar ou mesmo os taxistas da cidade. Um mundo secreto e oculto, onde as coisas aconteciam "enquanto Salazar dormia", como dizia ironicamente Michael, o grande amigo de Jack, também ele um espião do MI6. Num país dividido, os homens tornam-se mais duros e as mulheres mais disponíveis. Fervem intrigas e boatos, numa guerra suja e sofisticada, que transforma Portugal e os que aqui viveram nos anos 40.
Casa das Letras, 2007

Outubro 19, 2008

Bookmooch

Aproveitei o fim-de-semana para me registar no Bookmooch.

 

http://www.bookmooch.com/m/bio/marciafb

 

O conceito agrada-me e já andava para fazer o registo há algum tempo.

 

Espero que hajam leitores interessados nos livros da minha lista, e que também me seja possível receber livros de outras pesoas.

 

Convido os visitantes do meu blog que não conhecem o conceito a dar uma volta pelo site:

 

http://www.bookmooch.com/

 

Aos que já conhecem deixo a dica de darem uma vista de olhos pela minha lista de livros.

 

Boas leituras!

 

Outubro 05, 2008

O Tempo dos Amores Perfeitos

 

Tiago Rebelo tem já vários romances editados mas eu confesso que nunca tive muita curiosidade em ler nenhum deles. Não sei bem porquê mas ainda não tinha acontecido…
“O Tempo dos Amores Perfeitos” foi-me emprestado por um amigo e bastante recomendado. Assim sendo não pude deixar de lhe dar o benefício da dúvida. Ainda bem que o fiz pois revelou-se dos melhores livros que li nos últimos tempos, com a vantagem de ser de um autor português (não me agrada muito estar sujeita às subjectividades das traduções…fico sempre desconfiada…não vos acontece???)
O livro lê-se de um fôlego…tem uma história de amor envolvente…tem história, ou seja, a nossa história que, apesar de grandiosa e interessante ando um bocado pelas ruas da amargura do ensino e da cultura geral do nosso povo.
Reconheço a minha total ignorância em relação ao período histórico relatado no livro, ou melhor, o estado de ignorância em que me encontrava pois graças ao “Tempo dos Amores Perfeitos” aprofundei o que era um conhecimento muito básico do “mapa cor-de-rosa”.
Leiam e inspirem-se com a história de amor entre Carlos e Leonor, tremam com as batalhas e as emboscadas, sofram com as injustiças e inspirem-se com a coragem dos bravos que fizeram parte da nossa história. Mas acima de tudo deliciem-se com este fabuloso livro.
Sinopse

Com provas dadas que o apontam como um dos mais promissores autores portugueses da nova geração literária, Tiago Rebelo continua a apostar na área do romance, desta feita incidindo sobre as aventuras de um oficial português em Angola, nos anos que se seguem ao Ultimatum britânico. Com base nas memórias do Tenente Carlos Augusto de Noronha e Montanha, ilustre antepassado do próprio autor, Tiago Rebelo cria um universo de ficção e veracidade históricas, que abre caminho para uma história de amor entre o tenente Montanha, um jovem combatente destacado para Angola, e Leonor, a belíssima e encantadora filha do governador daquela cidade. As longas conversas mantidas entre ambos fazem com que Carlos e Leonor se tornem inseparáveis, chegando por fim a consumar o amor e a planear o casamento. Uma leitura pautada pela magia de África como pano de fundo, devolve o tom e a cor a toda uma época que nos seduz incondicionalmente num ritmo galopante até ao final.


“Sendo um romance passado no final do século XIX nas antigas colónias portuguesas, e retratando o ambiente de guerra vivido nessa altura, não é um livro de catarse dos traumas da guerra colonial. Será mais um romance ao estilo de Guerra e Paz, com um subtil acento mordaz na descrição das limitações das tropas portuguesas e um sabor romanesco na construção das personagens e enredo muito ao gosto de Tolstoi (...) Boa estrutura narrativa; construção e evolução das personagens; enquadramento destas nos respectivos ambientes sociais e psicológicos.”
Luís Robalo de Campos
 
“(...)O Tempo dos amores Perfeitos é um romance que se lê de um só fôlego (...) Neste romance, Tiago rebelo recriou de uma forma interessante uma época particularmente conturbada da história nacional, com o mérito do seu texto não traduzir qualquer preconceito ideológico, numa história onde não há vencedores, mas antes vidas perdidas e existências desfeitas.”
Agripina Carriço Vieira, Jornal de Letras
Presença, 2007