Este livro foi muito para além do que eu podia ter imaginado. É o segundo livro que leio desta autora e, pensando que ía ser impossível superar o fantástico "Para a Minha Irmã", confesso-me fascinada com o "Tudo por Amor".
Jodi Picoult leva as emoções e os sentimentos ao limite, joga com o certo e o errado de uma forma tão hábil que as contradições se diluem, fundem-se e fazem-nos questionar onde estão afinal as diferenças.
É um livro inesperado, cheio de acontecimentos inesperados, a linha condutora da história é várias vezes "reconduzida" num rumo diferente, até oposto.
O que é o bem e o mal quando se trata de proteger um filho? Pode-se ser absolvido por praticar justiça pelas próprias mãos? Mesmo que se conclua que se errou? Mas se se fez por amor a um filho é um erro? Um círculo de dúvidas e de perguntas difíceis... um livro que faz pensar e que abala consciências.
"No seu dia-a-dia de trabalho, Nina Frost, a ambiciosa delegada adjunta do Ministério Público, acusa pedófilos e trabalha afincadamente para garantir que um sistema legal com demasiadas lacunas mantenha estes criminosos atrás das grades. Mas quando o seu próprio filho de cinco anos, Nathaniel, fica traumatizado devido a abuso sexual, Nina e o seu marido, Caleb, um pedreiro reservado e metódico, ficam destroçados, dilacerados por um sistema legal ineficiente que Nina conhece demasido bem. Num piscar de olhos, as verdades absolutas e as convicções de Nina desmoronam-se e esta lança-se num plano de fazer justiça pelas próprias mãos - independentemente das consequências, qualquer que seja o sacrifício."
"(...) Eu sou a mulher que passou dos limites. Aquela que de facto fez o que qualquer pai desejaria fazer nesta situação terrível. Cada jurado naquele júri olha para mim para tentar perceber o que me torna uns monstro ou uma heroína - olho para baixo, sentindo as súbitas picadas das lágrimas. - É algo que ainda estou a tentar perceber. Não consigo dizer-lhes porque é que o fiz. Mas posso explicar-lhes que, quando a vida do Nathaniel muda, a minha vida muda. Que se o Nathaniel nunca ultrapassar isto, eu também não vou ultrapassar. (...)"
"Aqui se encontram as emoções verdadeiras da maternidade, com todas as contradições e toda a intensidade" Washington Post
"Tudo por Amor, em última anélise, é um romance sobre a maternidade e todas as suas complexidades...explora com grande sentimento a profunda crise moral de uma mãe" New York Daily Times
Civilização Editora, 2007