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planetamarcia

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Março 26, 2011

La Coca - Romance de J. Rentes de Carvalho

 

Mais do que uma viagem nostálgica e autobiográfica, La Coca é uma investigação literária e um pequeno tratado sobre os mecanismos da memória. Um romance breve, profundamente irónico e terno. Com a escrita luminosa de J. Rentes de Carvalho.

O encontro do narrador com Manuel Galeano – que sempre tivera «o contrabando no sangue» - é o ponto de partida para uma longa evocação e uma viagem sentimental: cinco décadas de história do tráfico entre o Minho e a Galiza. Negócios de cigarros, uísque, barras de ouro, gado, café e, mais recentemente, droga. 

Fevereiro 10, 2011

Leitores escolhem livro de Alberto Torres Blandina

 

Coisas que Nunca Aconteceriam em Tóquio, de Alberto Torres Blandina, é o vencedor do Prémio Europeu da Mediateca de Bussy Saint-George. Um prémio recente que permite aos leitores participarem activamente na escolha do seu romance europeu preferido, entre seis obras seleccionadas. Este ano, A Viagem do Elefante, de José Saramago era também finalista.
A Quetzal lançou recentemente este romance no mercado. E o autor, Alberto Torres Blandina, participará no XII Encontro Correntes D’Escritas, a convite da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, onde se fará a apresentação do livro.

Sinopse

Salvador Fuensanta é empregado de limpeza de um aeroporto e está às portas da reforma. Este lugar tão impessoal – onde trabalha há mais de vinte anos –  e os milhares de pessoas desconhecidas que diariamente cruzam o seu posto vão desenvolver nele uma capacidade especial – a de modelar a realidade, recriando histórias e julgando adivinhar as vidas dos passageiros anónimos. Além disso, Fuensanta conhece muito bem as outras pessoas que trabalham no aeroporto: Sara, a empregada da cafeteria; Joana, que trabalha no quiosque; Pau, um artista inconformado que inventa um poeta finlandês para se tornar famoso e se apaixona por uma rapariga que sofre de amnésia em consequência de uma acidente aéreo.

Assim, este mundo cheio de conversas e histórias soltas, inacabadas, reais, inventadas, que se mesclam a um ritmo alucinante, vai-se transformando num relato de contornos invulgares, em que cada história oculta ou revela uma outra história. Tradução de Francisco Guedes.

O Autor

Alberto Torres Blandina nasceu em Valencia, em 1976. É ficcionista, professor de literatura, dramaturgo e vocalista do grupo Niñamala. Os seus dois primeiros romances foram finalistas de vários prémios literários, e Coisas Que Nunca Aconteceriam em Tóquio, traduzido agora para português, foi galardoado em 2007 com o prémio de romance  Las Dos Orillas.

Julho 17, 2010

Renascer, hoje.

 

Susan Sontag morreu em Dezembro de 2004 sem deixar instruções em relação ao destino a dar aos seus papéis e escritos inacabados e por coligir. No entanto, quando ainda estava com saúde, vendeu os seus escritos à Universidade da Califórnia, ficando acordado que os diários se juntariam ao espólio, num contrato que não restringia o acesso aos materiais. David Rieff, seu filho, optou por publicar estes cadernos. Se não o fizesse, organizando e apresentado os diários e apontamentos da mãe, alguém o faria mais cedo ou mais tarde.
Já chegou às livrarias a primeiro volume dos diários e apontamentos de Susan Sontag.  Chama-se Renascer. Foi editado e organizado por David Rieff, o filho da autora e, na edição da Quetzal, traduzido por Nuno Guerreiro Josué.

Este é o primeiro dos três volumes de diários e apontamentos de Susan Sontag - e um surpreendente registo da formação de uma grande figura intelectual. O livro começa com os anos da faculdade e as primeiras experiências ficcionais e termina em 1963, quando Sontag já se tornara uma figura de destaque na cena cultural e artística nova-iorquina.
Renascer é o auto-retrato de uma das maiores escritoras do nosso tempo, dotada de uma curiosidade voraz e de um intenso apetite pela vida. Ao longo das suas páginas compreendemos a complexidade da sua escrita de juventude, partilhamos encontos com escritores que tiveram um papel de
destaque na sua formação - e somos arrebatados pelo seu brilho incontestável.
Susan Sontag foi uma das mais importantes e influentes intelectuais norte-americanas da segunda metade do século XX. Foi professora universitária, activista na defesa dos direitos das mulheres e dos direitos humanos em geral, ficcionista e ensaísta.
A sua escrita foi presença assídua em publicações como The New Yorker, The New York Review of Books, The New York Times, The Times Literary Supplement, Art in America, Antaeus, Parnassus, The Nation, e Granta, entre outras. Susan Sontag teve um filho, David Rieff - editor dos diários inéditos, com o título Reborn, cuja publicação a Quetzal agora inicia -, e viveu os últimos tempos da sua vida com a fotógrafa Annie Leibovitz.
Susan Sontag nasceu em 1933 m Nova Iorque, cidade onde morreu, em 2004.
SOBRE O LIVRO:
«Um livro extraordinário: gravidade da escrita, autoridade impressionante, intolerância para com a mediocridade»  Publishers Weekly
«Ela parece estar pelo menos duas vezes mais viva do que nós.» The New York Review of Books
EXCERTOS:
Do Prefácio de David Rieff:
«Apesar da qualidade letal da síndrome mielodisplástica, o cancro sanguíneo que a matou a 28 de Dezembro de 2004, ela continuou a acreditar que iria sobreviver até poucas semanas antes da sua morte. Por isso, em vez de falar sobre o que queria que os outros fizessem com o seu trabalho quando ela já não fosse viva – como provavelmente o teria feito alguém mais resignado à inevitabilidade da morte – ela falava enfaticamente em voltar a trabalhar e sobre tudo o que iria escrever assim que saísse do hospital.»
«A única conversa que tive com a minha sobre os cadernos (...) consistiu numa única frase sussurrada: “Sabes onde estão os diários.” Não me disse nada sobre o queria que eu fizesse com eles.»
«Enquanto leitora e escritora a minha mãe adorava diários e cartas – quanto mais íntimos melhor. Assim, talvez Susan Sontag, a escritora, tivesse aprovado o que eu fiz.»
Dos diários e apontamentos:
«É superficial encarar um diário apenas como um receptáculo dos pensamentos privados e secretos de cada um - como um confidente surdo, mudo e analfabeto. No diário não só me exprimo de uma forma mais aberta do que faria com qualquer pessoa, mas crio-me a mim própria. O diário é um veículo para o meu sentido de individualidade. Representa-me como emocional e espiritualente independente. Em consequência (infelizmente) não é um registo simples da minha vida diária - e em muitos casos - oferece uma alternativa a ela.»

Renascer – Diários e Apontamentos 1947-1963, Susan Sontag
Tradução de Nuno Guerreiro Josué
Serpente emplumada

360 páginas

PVP 18,13 euros 

Julho 01, 2010

Grande Prémio do Conto Camilo Castelo Branco distingue ENCICLOPÉDIA DA ESTÓRIA UNIVERSAL, de Afonso Cruz

 

A Enciclopédia da Estória Universal está organizada por entradas, ordenadas  alfabeticamente, que, felizmente, não passam de ficções curtas, escritas com um rigor que faz justiça aos autores que o inspiraram Afonso Cruz (Borges é o primeiro nome da lista). Trata-se de uma alternativa literária à enciclopédia de Diderot e D’Alembert. Um livro que não cabe nas classificações habituais e que tem sido apreciado por amantes da literatura, interessados em autores nunca lidos e escritores desconhecidos. É caso para dizer: se não reconhecer o nome citado, é muito provável que seja o de alguém que nunca existiu fora dos livros.
Este é um livro de factos – de ficções, burlas, citações – esquecidos ou ignorados pela História e encruzilhados uns nos outros em forma de labirinto. Um espaço entre mordomos e coronéis, metáforas, mentiras, assassínios, deuses duplos, cabalistas fabulosos, ascetas hindus e narrativas absolutamente orientais.
Da imprensa
«O conhecimento, enquanto arrumação global e definitiva, é uma ilusão, e Afonso Cruz, na esteira de Borges, dedica-se a cruzar leituras e ficções, com brio e graça.»  Pedro Mexia, Público
«Com a sua inabalável lógica interna e os seus requintes estilísticos, esta Enciclopédia da Estória Universal é o mais divertido, surpreendente e estimulante dos livros de ficção publicados este ano [2009] por autores portugueses.» José Mário Silva, Ler

Sobre AFONSO CRUZ
Além de escrever, Afonso Cruz é ilustrador, realizador de filmes de animação e compõe para a banda de blues/roots The Soaked Lamb onde canta, toca guitarra, harmónica e banjo). Nasceu em 1971, na Figueira da Foz, e haveria, anos mais tarde, de viajar por mais de sessenta países. Vive com a sua família num monte alentejano onde, além de manter uma horta e um pequeno olival, fabrica a cerveja que bebe. Em 2008, publicou o seu primeiro romance A Carne de Deus – Aventuras de Conrado Fortes e Lola Benites. Em Setembro de 2009 publicou com a Quetzal Enciclopédia da Estória Universal, agora distinguido com o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco – Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão/APE. 

Junho 24, 2010

Novidades Quetzal

   

 

Zeitoun, de Dave Eggers.
O que Dave Eggers encontrou na lama deixada pelo Katrina, e que deu origem a Zeitoun, é a história de uma família que ele conta, acertando em mais alvos e com maior vigos do que os que abordaram os gigantes temáticos e históricos dessa catástofre O resultado é grande narrativa não-ficcional. Zeitoun é o apelido, portanto, da família no meio da tempestade. E Abdulrahman Zeitoun é um sírio-americano de meia-idade, marido de Kathy, oriunda de uma família batista do Sul, pai de quatro filhos e dono de uma empresa de pintura para a construção civil. Zeitoun trabalha e cuida dos seus, na América e na Síria, e é um cidadão exemplar. Quando a tragédia se abate, e Kathy se refugia com os filhos em Baton Rouge, Zeitoun fica para trás, em Nova Orleães, a pretexto de olhar pelo que é seu. A sua permanência terá um desígnio maior e, dia após dia, remará numa canoa pela cidade submersa, salvando dezenas de vidas. No entanto, apesar da sua conduta heróica, Zeitoun será preso pelas autoridades americanas, permanecendo desaparecido durante semanas.
Dave Eggers, que trabalhou a convite do realizador Spike Jnze no guião de O Sítio das Coisas Selvagens, cujo romance homónimo foi publicado em 2009 pela Quetzal, volta com o seu mais recente e mais premiado livro, Zeitoun. Autor de vários romances. Dave Eggers é fundador da McSweeney’s (editora independente), e de 826 Valencia, um centro educativo sem fins lucrativos que promove as competências linguísticas e literárias de alunos dos seis aos dezoito anos.
Tradução de Jorge Pereirinha Pires  | 432 páginas | PVP 19,95 euros

Um Jantar a Mais, Ismaïl Kadaré
Gjirokastër — a cidade de pedra no sul da Albânia — vê desfilar as tropas alemãs que regressam da Grécia ocupada. Quem as comanda é um coronel nazi que em tempos fora colega de um dos dignitários da cidade — o Dr. Gurameto — na Alemanha. O reencontro do coronel von Schwabe com o seu antigo condiscípulo é efusivo e este convida-o para jantar. Mas eis que os resistentes  abrem fogo sobre a frente de blindados alemães, e, como represália, os nazis capturam reféns entre os habitantes da cidade.  Sob pena de passar por traidor aos olhos da população, durante o jantar com o estado-maior alemão, o Dr. Gurameto, tenta persuadir o coronel de os libertar — de entre eles, um farmacêutico judeu. E ganha a causa.
Após o fim da guerra, e depois de instaurado o comunismo, este caso volta à discussão. E no momento em que no bloco comunista a paranoia estalinista  atinge  o seu apogeu, a libertação do farmacêutico judeu pelo coronel nazi transforma Girokäster no centro do complot planetário para a decapitação dos países socialistas… Qual será então a chave do enigma do famoso jantar?
Urdindo um virtuosismo — inigualável na literatura balcânica — com crónicas da cidade natal e cargas tragicómicas contra as ditaduras defuntas — a otomana, a fascista e a comunista — este romance revela Kadaré no melhor da sua arte.
Ismaïl Kadaré nasceu em 1936 em Gjirokastër, no sul da Albânia. Estudou História e Filologia na Universidade de Tirana e, mais tarde, Literatura, em Moscovo. É poeta, ensaísta, e ficcionista. Durante o regime comunista, as suas obras atacaram os totalitarismos e as doutrinas do realismo socialista.
Em 1990 Kadaré pediu asilo político em França. Membro vitalício da  Academia das Ciências Morais e Políticas desde 1996 (onde sucedeu ao filósofo Karl Popper), Kadaré viu a sua obra galardoada com diversos prémios — nomeadamente, o Man Booker International Prize e o Prémio Princípe das Astúrias, entre outros — e tem sido diversas vezes candidato  ao prémio Nobel da Literatura.
Tradução do francês de Ana Cristina Leonardo | 176 páginas | PVP 18,50 euros

 
O Desfile de Primavera, de Richard Yates
Considerado o grande romance de Richard Yates, a par de Revolutionary Road, O Desfile da Primavera conta a história de duas irmãs, Sarah e Emily Grimes. Conhecêmo-las quando ainda são pequenas, com os pais recém-divorciados. Ao longo de quarenta anos, acompanhamos os caminhos que as tornam mulheres muito diferentes, embora  ambas tentando lidar com um mesmo passado difícil. Sarah, a estável, a determinada, fica a viver em Long Island, num casamento infeliz, acabando por sucumbir ao seu desespero silencioso; Emily, a precoce, a independente, vai para Nova Iorque, percorre vários empregos sem interesse, dorme com vários homens, perde a carreira e perde-se no álcool.
Neste sombrio e magistral romance, e com mestria que caracteriza toda a sua obra, Richard Yates reforça a ideia de que não existe aquilo a que se chama uma vida normal.
Richard Yates nasceu em 1926, em Yonkers, Nova Iorque. Após o serviço militar nas Forças Armadas americanas durante a Segunda Guerra Mundial, trabalhou como  publicitário e chegou a escrever os discursos  do senador Robert Kennedy. Os seus contos, muito premiados, começaram a aparecer em 1953, e o seu primeiro romance, Revolutionary Road, foi nomeado para o National Book Award em 1962. Yates é também autor de obras como Perto da Felicidade (Cold Spring Harbor) e Jovens Corações em Lágrimas, ambos publicados em 2009 pela Quetzal. Richard Yates foi casado duas vezes e foi pai de três filhas. Morreu em 1992.
Tradução de Nuno Guerreiro Josué | 248 páginas | PVP  14,95 euros

Junho 13, 2010

Sete títulos antes do solstício

O solstício está a chegar e antes disso chegam sete novos títulos da Quetzal às livrarias, os primeiros da próxima estação:

Promessa, romance inédito de Vergílio Ferreira.
Vergílio Ferreira, tem-se dito nos jornais, deixou o seu espólio preparado para aqueles que vieram estudar a sua obra. Só por isso foi possível encontrar dois inéditos e, entre eles, este romance. Promessa é o seu primeiro romance de ideias, conluído entre Vagão J e Mudança. Em Promessa está já presente o que virá a ser um dos temas fundamentais da obra de Vergílio Ferreira, o herói existencialista: os seus conflitos e dramas interiores, o combate pela liberdade e pela generosidade, o confronto com o racionalismo.
Elza, a Garota, de Sérgio Rodrigues
Estamos em 1936 e o secretário-Geral do Partido Comunista do Brasil tinha uma amante de 16 anos que foi assassinada pelo partido. Sérgio Rodrigues escritor e jornalista escreveu a história de Elza, a Garota.«Um romance com muita imaginação e menos ficção do que parece, que mistura lances de reportagem investigativa, de thriller policial, aventura, suspense, espionagem, reconstituindo todo um clima de época e apresentando uma trama que se desenrola num cenário de delações e intrigas, covardia, tortura, sordidez e suspeição» - disse dele Zuenir Ventura.  
Incêndio no Chiado, de François Vallejo
O Francês conseguira marcar o encontro para as 10 da manhã n’A Brasileira. Mas nessa manhã de 25 de Agosto de 1988, o fogo deflagrara no Chiado e o dia estava escuro, cheio de fumo, abrasado pelas chamas, cheio de gritos e sirenes. O Francês saiu do hotel e deixou-se levar na multidão.
François Vallejo é francês, escreveu sobre o incêndio no Chiado e virá a Lisboa brevemente.  A tradução é de Miguel Castro Henriques.
Um Jantar a Mais, de Ismaïl Kadaré
Urdindo um virtuosismo — inigualável na literatura balcânica — com crónicas da sua cidade natal e cargas tragicómicas contra as ditaduras defuntas — a otomana, a fascista e a comunista — este romance revela Kadaré no melhor da sua arte. A tradução é de Ana Cristina Leonardo.
O Desfile da Primavera – The Easter Pared, de Richard Yates
Considerado um dos grandes romances de Richard Yates, O Desfile da Primavera conta a história de duas irmãs, Sarah e Emily Grimes. Ao longo de quarenta anos, acompanhamos os caminhos que as tornam mulheres muito diferentes, embora  ambas tentando lidar com um mesmo passado difícil. Neste sombrio e magistral romance, e com mestria que caracteriza toda a sua obra, Richard Yates reforça a ideia de que não existe aquilo a que se chama uma vida normal. A tradução é de Nuno Guerreiro Josué.
Zeitoun
O que Dave Eggers encontrou na lama deixada pelo Katrina, e que deu origem a Zeitoun, é a história de carne e osso de uma única família que ele conta acertando em mais alvos e com maior vigor do que aqueles que atacaram os gigantes temáticos e históricos desta catástrofe. O resultado é grande narrativa de não-ficcional. A tradução é de Jorge Pereirinha Pires.
O Regresso de Deus
Se quisermos compreender o mundo e as suas políticas actuais, não poderemos ignorar Deus — quer acreditemos Nele, ou não. O Regresso de Deus analisa o impacto dramático que o crescimento global da fé está a ter no nosso século, iluminando os seus aspectos menos conhecidos.
John Micklethwait é editor do Economist  e Adrian Wooldridge é o chefe do departamento de Washington do mesmo jornal. Esta dupla já escreveu vários livros sobre importantes questões do nosso tempo. A tradução é de Lucília Filipe.

Maio 15, 2010

Novidades Quetzal

   
 

 

Estive em Lisboa e Lembrei-me de ti, de Luiz Ruffato
No interior de Minas, Serginho, um jovem de alma simples e sem grandes aspirações, tenta deixar de fumar. A sua existência resume-se a cervejas, pequenas intrigas e raparigas, que lhe trazem desilusões amorosas e lhe inspiram reflexões sociológicas do género «no Brasil vence o mais bem motorizado». Raparigas é o que não falta em Cataguases, e Serginho aproveita para as namorar amadoristicamente, até que engravida Noemi, acabando por ter de se casar com ela. Mas Noemi não é «boa da cabeça» e, após uma série de conflitos familiares, mais ou menos públicos, o casamento entrará em colapso. A isto segue-se ainda o despedimento de Serginho.É nesta altura que o nosso herói decide emigrar para Portugal, onde supostamente rios de dinheiro esperam os que não têm medo de trabalhar no duro. E o que mais estará à sua espera? O verdadeiro amor? É isso que Serginho irá descobrir, no meio das agruras, provações e humilhações sofridas por um emigrante sem cultura. E, enquanto se vai apossando desta nova realidade, a metamorfose linguística vai tomando conta do seu léxico.
Luiz Ruffato nasceu em Cataguases, Minas Gerais, em 1961. Costuma dizer que já foi «pipoqueiro, caixeiro de botequim, balconista em armarinho, operário têxtil, torneiro mecânico, jornalista, sócio de assessoria de imprensa, gerente de lanchonete, vendedor de livros (…) e novamente jornalista.» Licenciado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora, publicou vários livros, alguns deles aclamados no seu país e no estrangeiro. Está traduzido para o francês, o espanhol e o italiano. Luiz Ruffato foi ainda galardoado com os prémios literários APCA e Machado de Assis.

O Sorriso Enigmático do Javali, de António Manuel Venda
Uma cobra tenta hipnotizar um escritor. A um deputado falta um bocado da cabeça. Uma borboleta pode ter dentro dela o terrível imperador Ming. Um lagarto aparece com a cauda em forma de clave de sol. E muitas, muitas outras coisas: por exemplo, um javali que, de forma enigmática, sorri. São as primeiras aventuras do pequeno Tukie, pelos montados do Alentejo. Uma narrativa sobre a descoberta dos segredos do campo - já chegou o novo livro de António Manuel Venda.
António Manuel Venda nasceu em Monchique, no Sul de Portugal, em 1968. Publicou vários livros de ficção, tendo alguns deles sido premiados por instituições como o Instituto Abel Salazar, o Centro Nacional de Cultura, a Câmara Municipal de Almada, a Sociedade Portuguesa de Autores e o Ministério da Cultura. Vive no Alentejo. Escreve no blogue Floresta do Sul. O Sorriso Enigmático do Javali é o segundo romance que publica na Quetzal.

 

O Jardim dos Finzi-Contini, de Giorgio Bassani
Os Finzi-Contini são uma das mais tradicionais e refinadas famílias da intelligentsia judia de Ferrara, nos anos que antecedem a Segunda Guerra Mundial. Com o fascismo a apoderar-se rapidamente de Itália, os seus domínios em torno da mansão — amplos e murados — são o local de prazer e segurança dos últimos da linhagem. No jardim, as personagens surgem ligadas por um destino comum que as isola do resto do mundo. E o jardim não configura apenas o símbolo de refúgio; é também o derradeiro reduto da resistência contra a barbárie fascista. Mas um clima opressivo pressagia a catástrofe e, surda e implacavelmente, os acontecimentos vão precipitar-se. O Verão no jardim afastará temporariamente a treva. E nesse Verão, entre paixões cruzadas, vai nascer um amor não-correspondido. O Jardim dos Finzi-Contini, a obra-prima de Giorgio Bassani adaptada ao cinema por Vittorio de Sica, é um romance sobre o fim de uma ordem social, que evolui com a lenta cadência da memória.
Giorgio Bassani é um dos grandes escritores europeus do século XX. A sua obra foi galardoada com os prémios literários Veillon, Strega, Campiello, Viareggio e Nelly Sachs. Os seus livros mais importantes estão reunidos numa obra maior que se intitula Il romanzo de Ferrara.
Além de escritor, Bassani foi editor da mítica Feltrinelli, onde publicou nomes como Giuseppe Tomasi di Lampedusa. Segundo o jornal The Guardian, «Giorgio Bassani é uma das grandes testemunhas do século [XX] e um dos seus maiores artistas.»
Tradução de Egipto Gonçalves

 

Sete Pecados Capitais – Uma Nova Abordagem, de Aviad Kleinberg
Não há sociedades sem o bem e o mal. Não há sociedades sem pecado. Mas cada cultura tem a sua lista favorita de transgressões. E a mais famosa de todas, a mais influente, terá sido redigida pela Igreja, no fim da antiguidade: Os Sete Pecados Capitais. A soberba, a ganância, a preguiça, a luxúria, a inveja, a gula, e a ira não são actos proibidos, mas são as paixões que nos conduzem à tentação. Mas, o que haverá de errado em ser-se um pouco preguiçoso? O que seria da alta cozinha sem a gula? Onde estaríamos todos sem a luxúria dos nossos pais? Será que a ira passou de moda no Ocidente? Poderia a nossa cultura do consumo sobreviver sem a inveja e a ganância? E, agora com toda a humildade,  porque não haveríamos de ser orgulhosos? Com grande erudição e um humor implacável, Aviad Kleinberg guia o leitor através dos conceitos de pecado judaico, cristão e greco-romano. Em cada um dos capítulos de Sete Pecados Capitais, o passado e o presente entretecem-se, e a imutabilidade das paixões humanas é examinada. Uma incursão original e divertida pelo que nos faz humanos.
Aviad Kleinberg é um dos mais proeminentes intelectuais em Israel. É professor de História na Universidade de Tel Aviv e autor de vários livros.
Tradução de Miguel de Castro Henriques.

A Fita Vermelha, de Carmen Posadas
Raras vezes a realidade forneceu uma personagem tão intensa e aventureira como Teresa Cabarrús, a dama espanhola que, segundo a lenda, acabou com o Terror na Revolução Francesa. Para os seus detractores, não passava de uma arrivista que fez da frivolidade a sua religião e da sedução uma forma de sobrevivência. Para os admiradores, era uma mulher que conseguiu salvar muitos inocentes da morte, e que mereceu o nome de Nossa Senhora do Bom Socorro. Porém, todos concordam que a turbulenta história de amor que viveu com o revolucionário Tallien foi o momento culminante de uma vida extraordinária: aristocrata, condenada à guilhotina, amante de assassinos e de futuros imperadores, Teresa de Carrabús foi revolucionária, princesa e mãe de dez filhos. Uma mulher assim merece ser a protagonista de um romance memorável: Carmen Posadas resgata-a do esquecimento e recria na primeira pessoa a vida apaixonada desta mulher de uma beleza lendária que, com o marido, teve um papel decisivo na morte de Robespierre.
Carmen Posadas nasceu em Montevideo, Uruguai, em 1953, onde viveu até aos 12 anos.Em 1965 mudou-se para Madrid com a sua família, e viveu em Moscovo, Buenos Aires e Londres, cidades onde o seu pai foi embaixador. Com uma trajectória de mais de vinte anos, depois de, em 1985, ter publicado Manual del perfecto arribista, escreveu ensaios, guiões para o cinema e televisão, livros juvenis e vários romances: Cinco Moscas Azuis (1996); Nada É o Que Parece (1997); Pequenas Infâmias (Prémio Planeta, 1998); A Bela Otero (2001); O Bom Servidor (2003); e Brincadeira de Crianças (2006). É uma das autoras contemporâneas que melhor soube ganhar o aplauso da crítica e dos leitores. Os seus livros encontram-se traduzidos em vinte e uma línguas e foram publicados em mais de quarenta países.

Março 11, 2010

Sexta-feira, 12 de Março, nas livrarias, títulos novos e reedições da Quetzal: Lourenço Mutarelli, José Luís Peixoto, Tom Hodgkinson e Dan Kieran e Susan Sontag

   

 

A Arte de Produzir Efeito sem Causa, de Lourenço Mutarelli
 
Depois de abandonar o emprego e o casamento por motivos que guardam uma infeliz coincidência, Júnior pede abrigo ao pai. Sem dinheiro nem perspectivas, divide os dias entre o velho sofá da sala, o bar onde bebe com desocupados e as conversas com a jovem inquilina da casa, Bruna, que o pai espia por um furo no armário.
Num cenário típico de uma classe-média baixa, Júnior entrega-se a um quotidiano feito de objectivos pequenos e imediatos — a próxima refeição, a ida ao bar da esquina, o dinheiro do cigarro. Mas esta pasmaceira é interrompida quando pacotes misteriosos começam a chegar pelo correio. Lentamente, a realidade ganha contornos distorcidos e Júnior vai sendo arrastado para um na própria consciência — que revelará os seus limites e abismos.

LOURENÇO MUTARELLI nasceu em 1964, em São Paulo. É ficcionista, actor, dramaturgo e autor de livros de banda desenhada. Dois dos seus romances foram adaptados ao cinema. Este livro, o primeiro do autor a ser publicado em Portugal, foi um dos distinguidos com o Prémio PT de Literatura 2009.
Lourenço Mutarelli estará em Portugal para o Encontro LITERATURA EM VIAGEM, em Matosinhos, de 17 a 20 de Abril.
Série língua comum. 232 páginas.
 
Nenhum Olhar, de José Luís Peixoto
 
Numa aldeia do Alentejo, com um pano de fundo de uma severa pobreza, o autor vai tecendo histórias de homens e mulheres, endurecidos pela fome e pelo trabalho, de amor, ciúme e violência: o pastor taciturno que vê o seu mundo desmoronar-se quando o diabo lhe conta que a mulher o engana; o velho e sábio Gabriel, confidente e conselheiro; os gémeos siameses Elias e Moisés, cuja terna comunhão se degrada no momento em que um deles se apaixona; ou o próprio Diabo. As suas personagens são universais, assim como a sua esperança face à dificuldade.

JOSÉ LUÍS PEIXOTO nasceu em 1974, em Galveias, Ponte de Sor. É licenciado em Línguas e Literaturas Modernas (Inglês e Alemão) pela Universidade Nova de Lisboa. A sua obra ficcional e poética figura em dezenas de antologias traduzidas num vasto número de línguas e é estudada em diversas universidades nacionais e estrangeiras. Em 2001, recebeu o Prémio Literário José Saramago precisamente com o romance Nenhum Olhar, que foi incluído na lista do Financial Times dos melhores livros publicados em Inglaterra no ano de 2007. Os seus romances estão publicados em Espanha, Brasil, Estados Unidos, Inglaterra, Itália, França, Finlândia, Holanda, entre outros, estando traduzidos num total de 16 idiomas.
Série língua comum. 224 páginas.
 
O Livro dos Prazeres Inúteis, Tom Hodgkinson e Dan Kieran
 
«O propósito deste livro é mostrar que as melhores coisas da vida não custam dinheiro. Durante dois séculos, o Ocidente laborou no equívoco de que o prazer é um assunto caro. Passamos a vida a trabalhar no duro e a fazer coisas de que não gostamos para ganhar dinheiro e com ele fazermos coisas de que gostamos. Pois o que este livro faz é libertar-nos das confusões e desapontamentos dispendiosos.»
Os Prazeres (alguns, entre muitos outros):
  • Tomar banho
  • Sonhar
  • Apanhar folhas das árvores no ar
  • Deambular pela cidade
  • Fumar
  • Dormir uma sesta
  • Raios de Sol
  • Espetar fósforos em vegetais para fazer vegetais alienígenas
  • A contemplação de coisas que voam
  • O sexo matinal
  • Observar nuvens.
TOM HODGKIBNSON   editor da IDLER (uma revista bianual, em formato de livro, e que faz campanha permanente e em exclusivo contra o trabalho e a ética do trabalho) e autor do bestseller do Sunday Times How to be Idle(Como Ser Inútil); DAN KIERAN é também editor-assistente da revista IDLER e de Crap Towns (uma série de livros humorísticos sobre os piores sítios para se viver).
Tradução de Vasco Teles de Menezes
Série textos breves. 176 páginas.
 
A Doença como Metáfora – A Sida e as Suas Metáforas, de Susan Sontag
 
Em 1978, quando convalescia de cancro, Susan Sontag escreveu A Doença como Metáfora, um notável ensaio sobre a utilização alegórica, e frequentemente culpabilizante, da doença na nossa cultura. Tornou-se num clássico que a revista Newsweek considerou "Um dos livros mais libertadores do seu tempo". O objectivo da autora consiste em retirar ao cancro o estigma alegórico que sobre ele pesa e mostrar que é apenas uma doença. Neste livro, Susan Sontag defende que a maneira mais autêntica de enfrentar a doença - e a maneira mais saudável de estar doente - é resistir a esse pensamento metafórico.

SUSAN SONTAG foi uma das mais importantes e influentes intelectuais norte-americanas da segunda metade do século xx. Foi professora universitária, activista na defesa dos direitos das mulheres e dos direitos humanos em geral, foi ficcionista e ensaista  frequentemente premiada e amplamente traduzida.
A sua escrita foi presença assídua nas publicações The New Yorker, The New York Review of Books, The New York Times, The Times Literary Supplement, Art in America, Antaeus, Parnassus, The Nation, e Granta, entre outras.
Susan Sontag teve um filho, David Rieff – editor dos diários inéditos, com o título Reborn, a publicar em breve pela Quetzal –, e viveu os últimos anos da sua vida com a fotógrafa Annie Leibovitz. Susan Sontag nasceu em 1933 em Nova Iorque, cidade onde morreu, em 2004.
Tradução de José Lima
Série serpente emplumada | Susan Sontag. 192 páginas.