Maio 04, 2015
Planeta - O Dia em que Estaline encontrou Picasso na Biblioteca, de Alice Brito
Um romance histórico que atravessa todo o século XX e termina nas dificuldades que enfrentamos na actualidade, interrogando as responsabilidades das esquerdas e concretamente do estalinismo e evocando episódios históricos como o do Ouro de Moscovo em que, em 1936, durante a Guerra Civil, o governo republicano espanhol enviou para a União Soviética as reservas de ouro do Banco de Espanha (a 4.ª maior reserva de ouro do mundo), para as pôr a salvo.
Reservas que nunca foram devolvidas, com a alegação de que seriam pagamento da ajuda militar soviética ao governo republicano durante a guerra.
«Sou um contentor da História do século XX», diz Juan, em carta à sua neta Dulce. História da Europa e dos seus horrores, utopias e derrotas. História de uma Esquerda de que faltam apurar muitas contas escusas - e escuras - e do soçobrar de um ideal que vem desembocar naquilo que é hoje, para David, Dulce, Nuno e Josefina, a proclamada «inevitabilidade» das nossas vidas.
Juan e Maria Bento, as personagens centrais que constroem os seus próprios destinos, ficarão para a memória leitora como um par improvável e apaixonados já vistos – entre o anarquismo convicto de Juan e a militância inflexível de Maria Bento, que as ligações ao KGB disciplinam, há uma ponte incerta que oscila, baloiça e finalmente se verga ao peso da paixão.
Uma narrativa empolgante, que alterna, no estilo inconfundível e único da autora, as vidas e as escolhas das personagens do século XX com o impasse e a impotência das do século XXI – para terminar num volte-face completamente inesperado.
Alice Brito nasceu em Setúbal, em 1945, e aí reside até hoje. É advogada, militante política e cronista em alguns periódicos regionais e online.
As Mulheres da Fonte Nova (Planeta, 2012) é o seu primeiro romance.
368 páginas, PVP: 17,95 €, Disponível a partir de 06 de Maio