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planetamarcia

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Outubro 23, 2017

Escritaria em Penafiel 2017 - Passeando

Eu sei que me vou repetir, mas não há palavras para o envolvimento e participação da população na Escritaria. Desde a música, ao teatro, às artes plásticas, a intervenção é transversal, e tudo é um modo de (também) mostrar a importância atribuída às artes e à criatividade nesta cidade.

Partilho algumas fotos que o Gil Cardoso foi tirando quando, em modo passeio, nos fomos deixando encantar (sempre) mais um pouco por esta cidade.

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Outubro 21, 2017

Escritaria em Penafiel 2017

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A sala do Museu Municipal parecia pequena para receber, esta sexta-feira, todos os que quiseram assistir à sessão de lançamento (reedição) de “O Planeta Branco”, de Miguel Sousa Tavares. É a Escritaria que invade a cidade, e em Penafiel muitos respondem à chamada, dando vida a esta cidade-cultura que acolhe o festival literário mais peculiar que conheço. Todos os anos, já desde há dez, um escritor ou escritora é escolhido para ser homenageado(a) e, durante os dias do festival, Penafiel enche-se de referências à sua vida e obra.

Miguel Sousa Tavares é o Autor-Escritaria de 2017. Ao Agrupamento de Escolas Joaquim de Araújo coube a abertura da sessão desta noite no Museu Municipal, com uma apresentação inspirada no livro “Ismael e Chopin” bastante apelativa aos sentidos, com jogos de som que tornaram a atmosfera acolhedora e bastante familiar.

Infelizmente Mário Cláudio não esteve presente como anunciado para fazer a apresentação de Vida e Obra de Miguel Sousa Tavares devido a um imprevisto de última hora.

A Escritaria continua até Domingo. Venham que ainda chegam a tempo!

Fotografia de Gil Cardoso.

Outubro 15, 2017

Escritaria com Miguel Sousa Tavares - Obra e Vida do autor do romance português mais vendido no século XXI em destaque na Escritaria, em Penafiel.

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Depois de Urbano Tavares Rodrigues, José Saramago, Agustina Bessa-Luís, Mia Couto, António Lobo Antunes, Mário de Carvalho, Lídia Jorge, Mário Cláudio e Alice Vieira é agora a vez de destacar a vida e a obra de Miguel Sousa Tavares.

Miguel Sousa Tavares, jornalista português, escritor e autor do romance português mais vendido no século XXI, será o homenageado da próxima edição da Escritaria.
A 10ª edição da Escritaria vai decorrer de 20 a 22 de Outubro, sendo que a partir de dia 16 de Outubro decorre em Penafiel uma grande feira do livro com diversas apresentações de livros e uma forte aposta na memória de edições passadas, onde marcaram presença grandes nomes da Literatura Portuguesa contemporânea. Exposições, teatro de rua, música, momentos de leitura, lançamento de livros e objetos que contaminam uma cidade inteira e que prometem interagir com leitores e transeuntes que vão nesta edição ser confrontados com novas experiências.
Miguel Sousa Tavares, filho da poetisa Sophia de Mello Breyner e do advogado e jornalista Francisco de Sousa Tavares, exerceu advocacia antes de se dedicar exclusivamente ao jornalismo.
Estreou-se na ficção com Não te deixarei morrer, David Crockett (2001) um conjunto de contos e textos dispersos. Em 2003, publicou o seu primeiro romance, Equador, que vendeu mais de 400.000 exemplares em Portugal, foi traduzido em 12 línguas e editado em cerca de 30 países, e adaptado para televisão em Portugal e no Brasil.
Ao longo de 20 anos, Miguel Sousa tavares tem 16 livros editados com mais de 1 milhão de exemplares vendidos.


Dez anos. Dez edições da Escritaria. Dez grandes nomes da literatura, num festival que mantém a tónica em homenagear um escritor de língua portuguesa, vivo, e de transformar durante vários dias a cidade de Penafiel na cidade do Escritor(a) a homenagear.

Sigam a página da Escritaria aqui.

 

Dezembro 31, 2014

Não se encontra o que se procura - Miguel Sousa Tavares - Opinião

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Neste livro há um pouco de tudo. Desabafos, memórias, relatos de viagens. Envolvi-me muito com os textos sobre o processo de escrita e o grande prazer de escrever. Por me identificar, por gostar muito de ler e escrever.

Gosto do estilo do Miguel, da forma como se “está nas tintas” para o que pensam dele, e do modo como diz o que pensa e lhe apetece. Por um lado acho sempre os seus livros libertadores, mas por outro questiono a atitude de quem acha que tem sempre razão, ou assim o Miguel aparenta. Gosto da ideia do tipo que faz e diz o que quer, invejo-a às vezes, mas ao mesmo tempo deixa-me um bocado de pé atrás. Esta contradição sempre me impeliu para os livros dele. A rebeldia dá estilo, deve ser isso.

Enfim. Apesar deste “Não se encontra o que se procura” (excelente título, completamente verdade e com diversas aplicações) ser um bocadinho para o morno, está lá o Miguel rebelde, curioso e com sede de conhecer, que corre o mundo em viagens e olhares, a bagagem cultural, a entrega aos livros, a vida mundana, os vícios e os prazeres.

O início é promissor mas depois, infelizmente, vai arrefecendo. Alguns textos saboreiam-se com um sorriso, em algumas ocasiões sente-se mesmo o cheiro das comidas e de outras paragens. Irei certamente reler algumas passagens mais marcantes, mas esperava mais.

“(…) eu escrevo para dar um uso às palavras que todos temos de usar, de deitar cá para fora. Porque, por mais importante que o silêncio seja para mim - e é – há alturas em que o silêncio esmaga e eu preciso combate-lo, escrevendo. Mas também escrevo por prazer – nem sempre, mas em alguns dias ou noites mágicas, em que parece que voamos sobre as páginas, numa espécie de levitação absoluta, que suponho seja aquilo a que se chama inspiração.” (Pág. 104)

Sinopse

“A escrita, a viagem, a memória, a vida fora da espuma dos dias, a descoberta, o apelo do desconhecido, o instante em que tudo pode acontecer, tudo isto está no novo livro de Miguel Sousa Tavares.
Nesta viagem fora do seu quarto, o autor transporta-nos ao seu mundo mediterrâneo, ao sul de Portugal, à Croácia, a Roma, à Sicília, ao Brasil e aos lugares da História por onde passaram figuras gigantes. No regresso a casa, explica a razão da sua escrita. A sós, com as palavras, viaja para dentro de si para partilhar aquilo que só os grandes contadores de histórias sabem fazer, seguindo o lema: "Viajar é olhar".”

Clube do Autor, 2014

Julho 06, 2013

Madrugada Suja - Miguel Sousa Tavares - Opinião

 

A expectativa era muita mas não demasiado elevada. Diversas opiniões que apontam “Madrugada Suja” como um livro abaixo do alcançado com “Equador” ou “Rio das Flores” fizeram com que, inevitavelmente, o considerasse à partida aquém destes exemplos. Talvez por isso me tenha agradado tanto. Não é possível tecer comparações dada a natureza diferente dos livros, “Madrugada Suja” não tem a dimensão nem o alcance de um romance de época do Portugal colonial, mas é, um justíssimo digno de mérito, um exemplo excepcional da escrita de Miguel Sousa Tavares.

De escrita direta e simples, sem artifícios desnecessários, “Madrugada Suja” lê-se de um fôlego. Com entusiasmo e sem paragens, a leitura é muito satisfatória ao longo de todo o livro. Mais uma história de Portugal, de portugueses, do ponto a que chegámos e do caminho percorrido. Do que conseguimos atingir e do que o precipitou. Do actual estado de um país e do percurso de alguns homens que contribuíram para este lastimável presente que vivemos.

Acutilante e duro como o próprio autor, brilhante como alguns dos seus comentários, este é um livro que constantemente nos recorda quem o escreveu. Uma espécie de trama policial que acaba por envolver pessoas da esfera política, com ramificações aos mais diversos interesses pessoais. Como usar o poder em benefício próprio? Como fazer a política do “venha a nós”, passar por cima dos interesses do povo a quem o governo deve servir, sempre em prol de interesses particulares? Interesse sempre comum: dinheiro; interesse sempre pessoal e nunca social.

A história do nosso país nos tempos mais recentes, um conjunto de trafulhices dignas de um filme de terceira categoria que, infelizmente, têm sido o “pão-nosso-de-cada-dia” dos gatunos que nos têm governado.

Um retrato bastante fiel do final século XX em Portugal, uma época de grande desenvolvimento encapuzado, cujos resultados estão à vista.

Penso que semelhanças com a realidade não são pura coincidência.

Obrigatório ler.

“Nesses oito anos como autarca, Luís Morais vira muito e aprendera muito. Fora a época dourada dos grandes dinheiros europeus, em que bastava apresentar um projecto e Bruxelas financiava. Faltava uma piscina municipal no concelho? Bruxelas financiava. Um centro de dia para a terceira idade? Bruxelas financiava. Um centro de saúde, com médico e enfermeira disponíveis 24 horas por dia e para atender não mais do que uma dúzia de doentes ou supostos doentes ao longo de um mês de prontidão? Bruxelas financiava. Aquecimento em todas as salas de aula de todas as escolas, pavilhão gimnodesportivo, criação de novas disciplinas escolares como a “área de projecto”, onde os alunos gastam um ano a fazer trabalhos sobre “as novas culinárias étnicas”? Bruxelas financiava. Uma auto-estrada ao pé de casa para “aproximar o interior do litoral”? Bruxelas financiava. E Bruxelas financiava também submarinos alemães de última geração, destinados a combater as fragatas soviéticas no Atlântico Norte e tornados inúteis pela queda do Muro de Berlim, gatafunhos supostamente paleolíticos descobertos numas rochas de uma aldeia do Douro, aviões F-16 para inexistentes combates aéreos, plantações de frutos tropicais, cursos de formação profissional de cinema, bordados de linho e criação de mirtilos em estufa, abate de barcos de pesca ou inquéritos de opinião sobre as vantagens da democracia. Bruxelas financiava tudo. Os governos projectavam, construíam, mostravam, ganhavam eleições. A banca intermediava, comissionava, cobrava, prosperava. O PIB crescia, os imigrantes afluíam e não havia credores à vista: só os parvos desconfiavam de tanto “desenvolvimento”. Foi a época dourada do poder local: sem grande esforço, Luís Morais fez-se eleger e reeleger presidente da câmara de Riogrande, prometendo e fazendo, voltando a prometer e voltando a fazer.” (Pág. 201)

“Todos estavam endividados, mas felizes: o Estado, as autarquias, os cidadãos. Todos viviam em casa própria, mas que, de facto, pertencia ao banco que lhes emprestara dinheiro a 30 anos e também emprestara para as férias do Brasil, Cuba, República Dominicana, mais o carro e os brinquedos electrónicos dos filhos.” (Pág.203)

Sinopse

No princípio, há uma madrugada suja: uma noite de álcool de estudantes que acaba num pesadelo que vai perseguir os seus protagonistas durante anos. Depois, há uma aldeia do interior alentejano que se vai despovoando aos poucos, até restar apenas um avô e um neto. Filipe, o neto, parte para o mundo sem esquecer a sua aldeia e tudo o que lá aprendeu. As circunstâncias do seu trabalho levam-no a tropeçar num caso de corrupção política, que vai da base até ao topo. Ele enreda-se na trama, ao mesmo tempo que esta se confunde com o seu passado esquecido. Intercaladamente, e através de várias vozes narrativas, seguimos o destino dessa aldeia e em simultâneo o dos protagonistas daquela madrugada suja e daquela intriga política. Até que o final do dia e o raio verde venham pôr em ordem o caos aparente.

Clube do Autor

Maio 2013

Agosto 01, 2009

No teu Deserto - Miguel Sousa Tavares

 

Iniciei esta leitura nas primeiras horas do dia, com a casa ainda mergulhada em silêncio. Foram as condições adequadas para um livro com o qual me identifiquei por dois motivos: fala do deserto, que não conheço mas que me fascina, e do silêncio. Do silêncio como uma coisa boa, como uma necessidade, da forma como duas pessoas que o entendem e procuram se podem sentir confortáveis sem palavras ou ruídos.

Há medida que a luz do sol incidia na minha sala, e eu avançava nas páginas do livro, senti que me identificava com tantas coisas…com a paixão pelas viagens e pelo conhecimento, com o facto de que o que importa não é o chegar mas sim o caminho percorrido.
Este livro é mais do que uma história de amor entre um homem e uma mulher. É a descrição de uma partilha de momentos que tiveram o seu lugar no tempo, foram vividos sem pensar num futuro, para ficarem guardados nesse tempo, registados como uma fotografia na qual permanecemos sempre com a mesma cara e com a mesma idade.
Guardo comigo o sonho de ir ao deserto, observar uma imensidão de nada, de ninguém. Ficar em silêncio a registar mentalmente todas as coisas que um dia poderei vir a dizer ou escrever. Tal como nesta passagem que, apesar de curta, diz muito:
“Escrever é usar as palavras que se guardaram: se tu falares de mais, já não escreves, porque não te resta nada para dizer.”
Não são necessárias mais do que um par de horas para ler este livro, mas penso que tem várias passagens que podem ser apreciadas por muito mais tempo do que aquele que dura a sua leitura. Marcou-me de muitas formas esta leitura breve. Um livro importante não se mede pela sua dimensão, mas si pela dimensão do que deixa em nós. Senti que foi um prazer escrever este livro, apesar de algumas passagens de dor.
Aqui deixo algumas palavras que quero recordar por bastante tempo:
“Na verdade, o deserto não existe: se tudo à sua volta deixa de existir e de ter sentido, só resta o nada. E o nada é o nada: conforme se olha, é a ausência de tudo, ou, pelo contrário, o absoluto. Não há cidades, não há mar, não há rios, não há sequer árvores ou animais. Não há música, nem ruído, nem som algum, excepto o do vento de areia quando se vai levantando aos poucos – e esse é assustador.” Pág.49
“Tu não respondeste nada. Os teus olhos azuis, ainda estremunhados, o teu cabelo espalhado ao vento em todas as direcções, a tua cara de sono, de menina pequena, respondiam por ti – e, caramba, como tu ficavas bonita assim, sem precisares de dizer o que quer que fosse! Apenas a olhar em frente, como te tinha visto fazer todos aquelas dias, no banco ao lado do meu no jipe. Tu falavas pouco e essa era uma das coisas que eu gostava em ti. Quando tudo era bonito de mais ou duro de mais, tu ficavas calada a olhar silenciosamente. Falámos sobre isso uma vez, e eu disse-te que a vida me tinha ensinado que fácil era o ruído, as conversas sem sentido, a banalidade das palavras ditas sem necessidade alguma. De nós os dois, tu eras, sem dúvida alguma, a mais calma, a mais feliz tranquilamente. A mais atente, a mais disponível para o vazio e o silêncio.” Pág.115
“Hoje já ninguém vai ao nosso deserto, Cláudia. (…) A razão principal é que já não há muita gente que tenha tempo a perder com o deserto. Não sabem para que serve e, quando me perguntaram o que há lá e eu respondo “nada”, eles riscam mentalmente essa viagem dos seus projectos. Viajam antes em massa para onde toda a gente vai e todos se encontram. (…) Todos têm terror do silêncio e da solidão e vivem a bombardear-se de telefonemas, mensagens escritas, mails e contactos no Facebook e nas redes sociais da Net, onde se oferecem como amigos a quem nunca viram na vida. Em vez do silêncio falam sem cessar; em vez de se encontrarem, contactam-se, para não perder tempo; em vez de se descobrirem, expõem-se logo por inteiro: fotografias deles e dos filhos, das férias na neve e das festas de amigos em casa, a biografia das suas vidas, com amores antigos e actuais. E todos são bonitos, jovens, divertidos, “leves”, disponíveis, sensíveis e interessantes. E por isso é que vivem esta estranha vida: porque, muito embora julguem poder ter o mundo aos pés, não aguentam nem um dia de solidão. Eis porque já não há ninguém para atravessar o deserto. Ninguém capaz de enfrentar toda aquela solidão.” Pág.119
Recomendo este livro. Aos sonhadores. Aos viajantes. Aos apaixonados pela vida e pelo conhecimento. Aos descobridores. E até àqueles que não apreciam o autor, que são bastantes ao que consta, percam-se neste deserto.
Oficina do Livro, 2009

 

Janeiro 05, 2008

Rio das Flores

Está concluído o primeiro livro que li este ano! Sinto que será dificil superá-lo!

 

Apesar das mais de 600 páginas lê-se muito rápido, a vontade de virar cada página e avançar na história é enorme.

Este livro é composto de várias coisas que me agradam: conta a história de uma familia durante 30 anos, com personagens vivas que crescem evoluem ao longo da narrativa, e que parece que ficam connosco a cada vez que se fecha o livro; faz um enquadramento histórico-social excelente tanto a nível nacional como mundial.

 

Aprofundei alguns conhecimentos que tinha e fiquei a saber coisas que nem imaginava da nossa história recente. Destaco uma das que considerei uma descrição interessante de Salazar, entre muitas outras imperdíveis:

 

"E assim, todas as noites ao serão, no Palácio de S. Bento - onde criava galinhas e patos como se ainda vivesse na aldeia e sempre assistido em tudo pela sua governanta dos tempos da Universidade de Coimbra -, aquele desconfiado beirão sentava-se na sua poltrona de sempre, descalçava as botas de polaina do século passado que insistia em usar ainda, substituía-as por umas pantufas de lã e ficava a ler e a responder a correspondência diplomática que lhe chegava dos seus embaixadores espalhados pelo mundo. Aos 47 anos de idade, fizera de si próprio o primeiro ministro dos Negócios Estrangeiros que nunca tinha posto um pé no estrangeiro." in Rio das Flores pág. 571

 

Diogo é o personagem que me diz mais, calculo que se passe o mesmo com a maioria das pessoas que se identifique com esta história.

A sua vontade de sair do país, de conhecer o mundo e de encontrar locais e pessoas com que se identifique prendeu-me desde o inicio do livro, ou não fosse eu também uma criatura sedenta de saber e de novas vivências.

 

Recomendo este livro a toda a gente.

 

Nem tudo o que vende muito é mau, até porque nós leitores não somos parvos!

Pensem lá os críticos o que quiserem dos tops, há mais livros maus que não vendem do que bons, ou não?

 

Oficina do Livro, 2007