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planetamarcia

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Novembro 12, 2017

Uma Coluna de Fogo - Ken Follet

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Há livros que correspondem ao que esperamos deles, e não nos colocam nos braços as desilusões habituais quando as expectativas são demasiado elevadas. Não que não tivesse boas expectativas em relação a este livro, não é isso, mas Ken Follet sabe jogar com a sua própria receita vencedora. E muito bem.

“Uma Coluna de Fogo” é um livro competente, fruto de uma pesquisa exaustiva e metódica que, além de nos apresentar os factos históricos, lhes encaixa habilmente a ficção narrativa. Regressamos a Kingsbridge, o que é fantástico, dado que “Os Pilares da Terra” continua a ser dos meus preferidos do autor, e mesmo voltando ao mesmo local pela terceira vez (“Um Mundo sem Fim” foi a primeira sequela), trabalhando a mesma fórmula que orienta o progresso das personagens, continua a ser um prazer ler um livro (desculpem, um calhamaço) de 767 páginas.

Séculos XVI e XVII, de Kingsbridge para o mundo (mesmo). Os Tudor, guerras religiosas, traição, violência, morte e, claro, amor. Ned e Margery amam-se desde muito novos, sabemos desde a primeira página que vão ser separados (não é spoiler, é óbvio) mas, apesar dos seus percursos diferentes a tantos níveis, não irá o leitor torcer por eles até à última réstia de esperança? É assim gostar de Ken Follet, leva-se umas sovas com as reviravoltas, a tristeza chega quando as hipóteses estão contra o herói, mas há qualquer coisa que nos faz acreditar sempre no impossível. E isso é saber contar uma história.

Sinopse

“Natal de 1558. O jovem Ned Willard regressa a Kingsbridge e descobre que o seu mundo mudou. As velhas pedras da catedral de Kingsbridge contemplam uma cidade dividida pelo ódio de cariz religioso. A Europa vive tempos tumultuosos, em que os princípios fundamentais colidem de forma sangrenta com a amizade, a lealdade e o amor. Ned em breve dá consigo do lado oposto ao da rapariga com quem deseja casar, Margery Fitzgerald.

Isabel Tudor sobe ao trono, e toda a Europa se vira contra a Inglaterra. A jovem rainha, perspicaz e determinada, cria desde logo o primeiro serviço secreto do reino, cuja missão é avisá-la de imediato de qualquer tentativa quer de conspiração para a assassinar, quer de revoltas e planos de invasão. Isabel sabe que a encantadora e voluntariosa Maria, rainha da Escócia, aguarda pela sua oportunidade em Paris. Pertencendo a uma família francesa de uma ambição brutal, Maria foi proclamada herdeira legítima do trono de Inglaterra, e os seus apoiantes conspiram para se livrarem de Isabel.
Tendo como pano de fundo este período turbulento, o amor entre Ned e Margery parece condenado, à medida que o extremismo ateia a violência através da Europa, de Edimburgo a Genebra. Enquanto Isabel se esforça por se manter no trono e fazer prevalecer os seus princípios, protegida por um pequeno mas dedicado grupo de hábeis espiões e de corajosos agentes secretos, vai-se tornando claro que os verdadeiros inimigos, então como hoje, não são as religiões rivais. A batalha propriamente dita trava-se entre aqueles que defendem a tolerância e a concórdia e os tiranos que querem impôr as suas ideias a todos, a qualquer custo.”

Editorial Presença, 2017

Tradução de Isabel Nunes e Helena Sobral

Setembro 09, 2017

Novo romance de Ken Follett num regresso ao universo de "Os Pilares da Terra" e de "Um Mundo Sem Fim"

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No próximo dia 12 setembro chega às bancas o novo livro de Ken Follett, Uma Coluna de Fogo, num regresso ao universo de Os Pilares da Terra e Um Mundo Sem Fim.

Sinopse

"Natal de 1558. O jovem Ned Willard regressa a Kingsbridge, e descobre que o seu mundo mudou. As velhas pedras da catedral de Kingsbridge contemplam uma cidade dividida pelo ódio de cariz religioso. A Europa vive tempos tumultuosos, em que os princípios fundamentais colidem de forma sangrenta com a amizade, a lealdade e o amor. Ned em breve dá consigo do lado oposto ao da rapariga com quem deseja casar, Margery Fitzgerald.
Isabel Tudor sobe ao trono, e toda a Europa se vira contra a Inglaterra. A jovem rainha, perspicaz e determinada, cria desde logo o primeiro serviço secreto do reino, cuja missão é avisá-la de imediato de qualquer tentativa quer de conspiração para a assassinar, quer de revoltas e planos de invasão.
Isabel sabe que a encantadora e voluntariosa Maria, rainha da Escócia, aguarda pela sua oportunidade em Paris. Pertencendo a uma família francesa de uma ambição brutal, Maria foi proclamada herdeira legítima do trono de Inglaterra, e os seus apoiantes conspiram para se livrarem de Isabel.
Tendo como pano de fundo este período turbulento, o amor entre Ned e Margery parece condenado, à medida que o extremismo ateia a violência através da Europa, de Edimburgo a Genebra. Enquanto Isabel se esforça por se manter no trono e fazer prevalecer os seus princípios, protegida por um pequeno mas dedicado grupo de hábeis espiões e de corajosos agentes secretos, vai-se tornando claro que os verdadeiros inimigos, então como hoje, não são as religiões rivais.
A batalha propriamente dita trava-se entre aqueles que defendem a tolerância e a concórdia e os tiranos que querem impor as suas ideias a todos, a qualquer custo."

Ken Follett tinha 27 anos quando escreveu The Eye of the Needle, o premiado thriller que veio a tornar-se um aclamado bestseller internacional. Na década seguinte, em 1989, surpreendeu os leitores com Os Pilares da Terra, uma magnífica obra sobre a construção de uma catedral em plena Idade Média, que continua a cativar milhões de leitores em todo o mundo; em 2007, surgiu a muito aguardada sequela, Um Mundo Sem Fim, que chegou ao topo das listas dos livros mais vendidos nos EUA, no Reino Unido e em toda a Europa. Mais recentemente, escreveu a aclamada trilogia O Século, de que fazem parte os volumes A Queda dos Gigantes, O Inverno do Mundo e No Limiar da Eternidade. O seu romance mais recente, Uma Coluna de Fogo regressa à saga dedicada ao ciclo de Kingsbridge.

Saibam mais sobre Uma Coluna de Fogo no site da Editorial Presença.

Outubro 05, 2014

No Limiar da Eternidade - Ken Follett - Opinião

Virei a página 1020. Está concluída a leitura da trilogia “O Século”. Quatro anos depois do primeiro volume, e quase três mil páginas lidas, estou francamente feliz por o Sr. Follett ter escrito uma saga histórica do passado recente da Humanidade, de forma simples e acessível a todos. Talvez comercial seja palavra adequada, não sei. Que certamente é de arrepiar o cabelo aos eruditos críticos, não há grandes dúvidas. Mas que oferece o que de mais importante um livro pode ter para dar, horas de leitura interessante e empolgante, com o entusiasmo de chegar ao fim, e a tristeza de fechar a última página. Um livro escrito para os leitores.

Não vou descrever personagens ou acontecimentos. São tantas personagens. Históricas e de ficção, envolvidas de forma bem pensada para tornar mais próximos os factos históricos, mais reais, fazendo as personagens participar em momentos cruciais de mudança, alterando não só o percurso das suas vidas, mas também das vidas de todos.

“No Limiar da Eternidade” é sem dúvida o meu favorito dos três. Talvez por o passado mais recente aguçar o meu interesse de outra forma, por não ser tão frequentemente palco de livros de ficção histórica, por me lembrar, ainda que observadora infantil, de uma parte do que aconteceu.

Aprendi algumas coisas. Nunca sabendo muito bem se a captar a essência da verdade ou a verdade para o Sr. Follett. Quando se escreve sobre política é-se isento? Quer ser-se isento? Não sei. Cada um sabe no que acredita. A mim convenceu-me.

Aguardei por esta leitura com ansiedade e expectativa e não me senti defraudada, o que é excelente. Foi de encontro ao que desejava, o que não é pouco. Envolvi-me de forma intensa e viciante. Triste sempre que tinha de fechar o livro, e constantemente a pensar na próxima vez que poderia ler uma quantidade decente de páginas de seguida.

Há, quanto a mim, um elemento principal. Não poderei referir-me como personagem, mas é em seu redor que é alimentada uma parte significativa da trama. Ou pelo menos a parte que mais me envolveu. É o Muro. De Berlim. É construído na primeira parte e marca o final do livro. E marca profundamente as vidas que separou. Li o final acompanhada pelas memórias das imagens televisivas da queda do muro. Dos trechos mais emocionantes e reais que li, assim o senti, e uma ou duas lágrimas não mo permitiram esconder.

Nunca ou raramente choro. O livro deve ser bom.

Sinopse

“Enquanto as decisões tomadas nos corredores do poder ameaçam extremar os antagonismos e originar uma guerra nuclear, as cinco famílias de diferentes nacionalidades que têm estado no centro desta trilogia O Século voltam a entrecruzar-se numa inesquecível narrativa de paixões e conflitos durante a Guerra Fria.
Quando Rebecca Hoffmann, uma professora que vive na Alemanha de Leste, descobre que anda a ser seguida pela polícia secreta, conclui que toda a sua vida é uma mentira. O seu irmão mais novo, Walli, entretanto, anseia por conseguir transpor o Muro de Berlim e ir para Londres, uma cidade onde uma nova vaga de bandas musicais está a contagiar as novas gerações. Nos Estados Unidos, Georges Jakes, um jovem advogado da administração Kennedy, é um ativo defensor do movimento dos Direitos Civis, tal como a jovem por quem está apaixonado, Maria. Juntos partem de Washington num autocarro em direção ao Sul, numa arriscada viagem de protesto contra a discriminação racial. Na Rússia, a ativista Tania Dvornik escapa milagrosamente à prisão por distribuir um jornal ilegal. Enquanto estas arriscadas ações decorrem, o irmão, Dimka Dvornik, torna-se uma figura em ascensão no seio do Partido Comunista, no Kremlin.
Nesta saga empolgante que agora se conclui, Ken Follett conduz-nos, em No Limiar da Eternidade, através de um mundo que pensávamos conhecer, mas que agora nunca mais nos parecerá o mesmo.”

Presença, 2014

Outubro 14, 2012

O Inverno do Mundo - Ken Follett - Opinião

Gosto tanto de Ken Follett e já escrevi sobre todos os livro que li dele. Escrevo sempre coisas boas, extremamente positivas pois é um dos meus autores favoritos. Os seus livros prendem-me de uma forma única, arrebatadora e envolvente. Mais uma vez, depois da leitura do segundo volume da trilogia “O Século” só posso falar bem.

Mas decidi não me alongar, não demasiado, que isto de se falar bem também se torna maçador. A verdade é que gosto de tudo, das personagens com as suas histórias envolventes e da forma como interagem e se relacionam, das histórias de amor, do romance, da intriga política, da pesquisa histórica e da forma como nos apresenta factos verídicos, com algumas personagens reais rodeadas de ficção. Sou fã, apesar de não gostar de ser fã de nada, mas é assim, uma espécie de paixão louca por ler mais e mais livros de Ken Follett e enamorar-me por todos.

Estou a escrever uma opinião lamechas? Talvez. Tendenciosa? Isso certamente. Mas não é sempre que um livro de mais de 800 páginas me sabe a pouco e me deixa na ansiedade de saber mais, de querer eu própria pressionar o Sr. Follet a “despachar” o terceiro volume antes que eu tenha um ataque de ansiedade!

Mas para que este texto não seja completamente despropositado vou falar um pouco sobre o livro. Imprescindível ter lido o primeiro volume “A Queda dos Gigantes” pois as personagens são as mesmas, ou melhor, as personagens vão dando espaço a outras, suas descendentes. Estava com algum receio de já não me lembrar de todo o intricado de histórias e enredos mas foi muito fácil recordar. Nas primeiras páginas temos (uma vez mais) uma espécie de descrição das personagens principais. Comecei por comparar os dois livros e fui logo relacionando nomes e recordando tudo o que se tinha passado. Entrei logo no ritmo da narrativa.

“O Inverno do Mundo” tem o peso de descrever a II Guerra Mundial, os acontecimentos na sua origem, o sofrimento e pânico vividos nos piores anos, e um mundo desfeito após o final e a descoberta de todos os crimes cometidos contra a humanidade.

Já li vários livros sobre esta época, por interesse pessoal e, principalmente por incompreensão, por não conseguir entender como é que o mundo permitiu tal barbárie, como pôde a condição humana ter tão pouco valor. Não me refiro exclusivamente às políticas de extermínio de Hitler, mas sim ao sofrimento geral da população durante o período da Guerra, a falta de bens de necessidade mais básicos, a ignorância do povo Alemão em relação ao que realmente acontecia a pessoas que nunca mais apareciam, as mortes inexplicáveis, a violência e o medo. Follett aposta em descrições muito bem conseguidas de terror psicológico, desenvolve de forma exímia o tema da espionagem e contra-espionagem, destaca-se de outros livros que já li sobre este período por não se focar exclusivamente na perseguição aos Judeus, mas aborda de forma facilmente percetível o estado do Mundo (sim, temos ação em vários países), até porque a humanidade só teve verdadeira consciência da dimensão do Holocausto no fim da guerra.

Resta-me esperar por mais. Ansiosamente. E, claro, recomendar esta trilogia, pelo menos os dois primeiros livros. Mas quase que aposto que o terceiro ainda vai ser melhor.

Sinopse

“Depois do extraordinário êxito de repercussão internacional alcançado pelo primeiro livro desta trilogia, A Queda dos Gigantes, retomamos a história no ponto onde a deixámos. A segunda geração das cinco famílias cujas vidas acompanhámos no primeiro volume assume pouco a pouco o protagonismo, a par de figuras históricas e no contexto das situações reais, desde a ascensão do Terceiro Reich, através da Guerra Civil de Espanha, durante a luta feroz entre os Aliados e as potências do Eixo, o Holocausto, o começo da era atómica inaugurada em Hiroxima e Nagasáqui, até ao início da Guerra Fria. Como no volume anterior, a totalidade do quadro é-nos oferecido como um vasto fresco que evolui a um ritmo de complexidade sempre crescente.”

Presença, 2012

Agosto 18, 2012

Nome de Código Leoparda - Ken Follett - Opinião

Impossível cansar-me de Ken Follet! Já li vários livros dele (quase todos os editados cá) e consegue sempre surpreender. Sim, existe uma fórmula pela qual ele se rege, mas não cansa. Pelo menos a mim (ainda) não me cansou. Consegue sempre arrebatar-me a cada livro que leio. Este foi mais um exemplo de um livro que me “agarrou” por horas a fio, algumas vezes pela noite dentro.

Numa altura em que falta cerca de 1 mês para a edição do 2º livro da Trilogia “O Século”, “O Inverno do Mundo” tem previsão de edição para 18 de Setembro, decidi pegar num dos livros que tenho na estante há algum tempo, sempre uma reserva positiva, uma aposta de leitura ganha.

“Nome de Código Leoparda” não é exceção e proporcionou-me horas de adrenalina, suspense e muita mas mesmo muita vontade de ler sem parar. Talvez dos livros de Follett o que mais me tenha agradado dentro do género espionagem/conspiração da época da II Guerra Mundial, época muitas vezes palco dos seus romances.

Capítulos curtos, com a ação a intervalar entre diversos cenários que acontecem ao mesmo tempo, dou por mim a percorrer as páginas avidamente sempre com vontade de saber o que se vai passar nas “cenas” que foram ficando para trás. Sempre atenta a pormenores, dada a minha vontade de deslindar os mistérios e tentar antecipar desfechos.

Mulheres são as heroínas de uma missão secreta quase no final da Guerra, a poucas horas do “Dia D”. Uma corrida contra o tempo e, acima de tudo a vontade das forças da Resistência em acabar com o domínio alemão na Europa, dão origem a um plano perigoso levado a cabo pelo que se pode chamar de “refugo” de operacionais. Flick, uma espia inglesa anda há anos a fazer-se passar por francesa, arriscando diariamente a própria vida e a dos agentes que a acompanham, organiza o ataque a uma central telefónica alemã, posicionada estrategicamente em França. É então recrutado um grupo de mulheres que, fazendo-se passar por empregadas de limpeza, irão entrar no castelo de Sainte-Cécile onde se situa a central telefónica.

Com a guerra a durar há 5 anos, as baixas reduziram muito o nº de operacionais dos serviços secretos disponíveis para estas missões. A operação terá de ser levada a cabo apenas por mulheres de modo a não levantar suspeitas. Flick não tem alternativa senão, num prazo de horas encontrar 6 mulheres especializadas em diversos campos: alguém que domine técnicas de explosivos, uma Engenheira Eletrotécnica, e todas a saberem lidar com armas e identidades falsas, cair de para-quedas, e, acima de tudo, lidar com a pressão e o terror da constante perseguição da Gestapo, com a muito provável hipótese de serem capturadas e torturadas até à morte.

O recrutamento é feito com candidatas que já tinham sido recusadas pelos serviços secretos. É partindo destas bases de dados de fracassos que Flick vai treinar, em dois dias, as companheiras da missão mais importante e perigosa da sua vida.

A acrescentar que “Nome de Código Leoparda” é baseado em factos verídicos. A personagem de Flick foi construída a partir da história de Pearl Witherington membro do EOE (Executivo de Operações Especiais). Infelizmente a sua prestação e influência para o fim da Guerra nunca foi devidamente reconhecida por ser mulher, e não serem atribuídas condecorações a mulheres. Foi agraciada com o título de membro civil da Ordem do Império Britânico, que recusou com toda a dignidade alegando que a sua prestação não foi civil. Corajosa e determinada. Vale a pena conhecer a sua história através de alguma pesquisa. Como ponto de partida sugiro: http://en.wikipedia.org/wiki/Pearl_Witherington

Sempre com um enquadramento histórico consistente e facilmente percetível, acompanhado por um leque de personagens cativantes que seduzem o leitor e o levam a entrar nas suas vidas, dramas e paixões, Follett cria mais uma vez um romance magnífico que proporciona uma leitura entusiástica até à última página.

Não posso deixar de o recomendar sem qualquer reserva.

Sinopse

“Cinquenta mulheres foram enviadas para França como agentes secretas pelo executivo de operações especiais durante a Segunda Guerra Mundial. Trinta e seis sobreviveram à guerra. As outras catorze deram as suas vidas. 
Maio de 1944, duas semanas antes do Dia D: a Resistência francesa empreendeu um ataque falhado a um castelo que alberga uma central telefónica alemã, vital para os movimentos das suas tropas. Impõem-se medidas drásticas e Flick Clairet, uma jovem agente britânica, surge com um plano ousado: lançar-se de pára-quedas, em França, acompanhada por uma equipa exclusivamente feminina (Jackdaws) com o objectivo de disfarçarem-se de empregadas de limpeza francesas e... entrarem no castelo. 
Delirante ou não, o plano parece ser a única alternativa. O certo é que Rommel nomeou o implacável coronel Dieter Franck para esmagar a resistência francesa. E ele já tem o seu primeiro alvo: Flick Clairet…”

Casa das Letras, 2011

Setembro 22, 2011

O Vale dos Cinco Leões - Ken Follett - Opinião

 

Ken Follett levou-me mais uma vez por páginas de muitas aventuras e emoções, com muita adrenalina. Do que li até hoje do autor nunca saio desiludida, é brilhante no romance histórico mas com um talento especial para teorias da conspiração e histórias de espionagem. Aprecio muito os romances longos de vários volumes, mas sou uma fã dos livros isolados em que a acção se desenrola em 300/400 páginas, lidas de forma compulsiva e sedenta.

“O Vale dos Cinco Leões”é mais um romance cheio de mistérios e intriga. A acção decorre no Afeganistão na década de 80. Jane é um dos vértices de um triângulo amoroso, nos outros extremos estão Ellis e Jean-Pierre, que não só lutam pelo amor de Jane mas são também rivais em termos politico/ideológicos. Ellis é um agente da CIA e Jean-Piere espião do KGB. Jane deixa Ellis quando descobre qual a sua “profissão”, casa com Jean-Pierre sem fazer ideia dos seus segredos, para ela Jean-Pierre é médico.

No meio de todas estas mudanças, Jane acompanha o marido que parte para o Afeganistão, muda completamente a sua vida julgando que está a participar numa acção humanitária quando o papel de médico de Jean-Pierre é um disfarce para as suas actividades de espião. A trama adensa-se quando Ellis parte também para o Afeganistão, numa missão da CIA para combater o domínio Russo. Ellis nunca esqueceu Jane mas quando a revê ela está casada há um ano e tem uma filha.

A partir deste momento não pude parar de ler, entre os movimentos de espionagem e o reencontro de Elis e Jane não sei qual das situações me prendia e me aguçava mais a curiosidade. A determinada altura a vida dupla de Jean-Pierre é exposta a Jane, que se sente enganada pela segunda vez. A partir daqui tem início uma fuga complexa, se calhar um bocadinho exagerada recheada de pormenores impossíveis, mas como os heróis não existem na vida real, é bom viver com os livros estas situações de emoção ao limite.

Uma leitura que me proporcionou bons momentos de entretenimento, me divertiu, emocionou e por vezes me levou os nervos aos píncaros! Tenho em casa mais dois livros de Ken Follet para ler… ainda bem!

Sinopse

“Jane, uma inglesa corajosa e sensual, é apanhada num triângulo amoroso mortífero, entre os espiões rivais Ellis e Jean-Pierre. Amor, ódio e engano levam-nos de conspirações terroristas em Paris à guerra e aos guerrilheiros no Afeganistão.”

Bertrand, 2010

Julho 17, 2011

A Ameaça - Ken Follet - Opinião

 

Já o referi diversas vezes: Ken Follet não desilude!

É esta a sensação após a leitura de “A Ameaça”, um livro de muita emoção sobre o assalto a um laboratório e o roubo de um vírus mortal. Conspiração, terrorismo e muita acção, só deixam que o livro se feche na última página.

Apesar de preferir o trabalho do autor no registo do Romance Histórico, são inegáveis as suas capacidades de criar ambientes de suspense, argumentos inteligentes e personagens interessantes.

Dou por mim sem muitas palavras para acrescentar, dado já ter lido vários livros de Ken Follet e todos merecerem, quanto a mim rasgados elogios. Adoro e pronto! Quando pego num livro dele já sei que vou gostar e absorver informação sobre qualquer que seja o tema. Ler é conhecer, viajar e aprender!

Quero ler todos os livros dele, dos vários géneros, deixar-me levar pelas vidas e percursos de personagens sempre cativantes e cheias de características particulares.

“A Ameaça” não foi dos que gostei mais mas é, como seria de esperar, excelente. Não me vou alongar, quem quiser ler só tem a ganhar se pouco ou nada souber. Para se entusiasmarem deixo a sinopse, não demasiado reveladora (ainda bem!)

Sinopse

“Unanimemente considerado um dos mestres actuais do policial, Ken Follett tem a capacidade única de, a cada novo romance, reinventar o próprio thriller. Em A Ameaça, um poderoso agente antiviral desaparece misteriosamente das instalações da Oxenford Medical, uma empresa farmacêutica que está a desenvolver um antivírus para uma das mais perigosas variedades do Ébola. Quem o poderá ter roubado? E com que obscuras intenções? Toni Gallo, responsável pela segurança da empresa, está profundamente consciente da terrível ameaça que o seu desaparecimento pode significar. Mas o que Toni, Stanley Oxenford, o director da empresa, e a própria polícia vão encontrar pela frente é um pesadelo capaz de ultrapassar os seus piores receios… Traições, violência, heroísmo e paixão num thriller absolutamente brilhante.”

Presença, 2011

Junho 05, 2011

Um Mundo Sem Fim - Volume II - Ken Follett - Opinião

 

Na sequência da leitura do primeiro volume de “Um Mundo sem Fim” chego ao fim do segundo volume muito satisfeita com mais uma excelente criação de Ken Follet. No total dos dois volumes são mais de 1000 páginas de puro deleite literário, de um enredo que se adensa, muda de rumo, complica, simplifica e, acima de tudo, atrai e prende o leitor.

Continuamos a acompanhar a vida de Caris e Merthin. Apesar de haverem muitas mais (e interessantes) personagens, confesso-me rendida a este casal tão particular, tão à frente do seu tempo em pleno século XIV. A verdade é que toda a desenvoltura e particularidade se deve a Caris, personagem feminina bastante determinada, confiante no seu poder de mudar mentalidades e desafiar preconceitos. A vida de Caris é pautada por imensas dificuldades e entraves às suas ideias, claramente avançadas para a época. A título de exemplo vou citar a importância que ela dá à carreira em detrimento do casamento e dos filhos, continuamente adiados; interpreto esta personagem como uma abordagem precoce ao feminismo, numa época em que o papel da mulher na sociedade era perfeitamente secundário e mesmo inexistente no que tocava a decisões e/ou opiniões.

Caris é uma interessada pela medicina, mas obviamente só os homens têm hipótese de se dedicar aos estudos, e dentro destes apenas os pertencentes ao Clero. Numa época em que a Europa foi assolada pela Peste Negra as populações estão nas mãos dos membros com conhecimentos médicos que, sabemos hoje, são perfeitamente ridículos. Caris apela a outro género de abordagem como por exemplo segregar os pacientes para evitar contágio, manter o espaço asseado e suprimir algumas técnicas utilizadas que apenas funcionavam para fragilizar ainda mais os doentes. Sempre encarada com desconfiança, numa época em que tudo o que fosse diferente era de imediato considerado bruxaria, Caris consegue de facto impor algumas mudanças e salvar vidas. Uma fase em que sem dúvida a humanidade fez alguns avanços médicos, pautados pela necessidade de sobreviver. São aprofundados novos conhecimentos sobre doenças e formas de tratamento, bem como novos métodos de receber doentes; penso que possa haver um pequeno mote do que poderá vir a tornar-se a intervenção da iniciativa privada na saúde – dado os apoios que os comerciantes de Kingsbridge dão à construção de um novo Hospital.

Um livro do qual poderia falar horas dada a imensidão de temas que aborda e a profundidade a que explora as vidas das personagens, continuamente entrelaçadas no tempo e no espaço. De qualquer modo, e porque me é cada vez mais difícil encontrar adjectivos novos para os livros de Ken Follett que me agradam sempre tanto, vou apenas recomendar que leiam mais este livro brilhante.

Sinopse

“À semelhança de Os Pilares da Terra Ken Follett volta ao registo do romance histórico, numa obra dividida em duas partes graças às quase mil páginas que a compõem. A Presença publica agora o primeiro volume de Um Mundo Sem Fim, que se prevê repetir o sucesso de Os Pilares da Terra. O autor sentiu-se bastante motivado a escrever este novo livro já que desde Os Pilares da Terra, publicado em 1989, os leitores de todo o mundo clamavam insistentemente por uma sequela. Finalmente Follett inspirado e com coragem e determinação, sem esquecer uma enorme dedicação, lançou-se na escrita de Um Mundo Sem Fim, a continuação de Os Pilares da Terra, onde recorre a elementos comuns do primeiro livro e dá vida a descendentes de algumas personagens. Recuperando a mesma cidade Kingsbridge, o cenário é ambientado dois séculos mais tarde onde nos transporta até 1327. Aí iremos ao encontro de quatro crianças que presenciam a morte de dois homens por um cavaleiro. Três delas fogem com medo, ao passo que uma se mantém no local e ajuda o cavaleiro ferido a recompor-se e a esconder uma carta que contém informação secreta que não pode ser revelada enquanto ele for vivo. Estas crianças quando chegam à idade adulta viverão sempre na sombra daquelas mortes inexplicáveis que presenciaram naquele dia fatídico. Uma obra de fôlego com a marca assinalável e absolutamente incontornável de Ken Follett.”

Presença, 2011

Maio 29, 2011

Um Mundo Sem Fim - Volume I - Ken Follett - Opinião

 

Depois do fabuloso “Os Pilares da Terra”, voltei a Kingsbridge graças a “Um Mundo sem Fim”. Ken Follett não desilude e este é, quanto a mim, mais um livro brilhante! Confesso que iniciei esta leitura com alguma hesitação, dado que li algumas opiniões de leitores que o consideram bastante inferior ao “Pilares da Terra”. Quanto a mim é uma sequência na mesma linha, uma narrativa empolgante, personagens interessantes, muita acção, plena de reviravoltas.

As mais de 500 páginas não assustam e percorrem-se de forma ávida, sempre com vontade de conhecer o desfecho. 200 anos depois as personagens são outras mas o palco é o mesmo, tratam-se dos descendentes de Tom, de Jack e de Aliena. No entanto achei que é perfeitamente possível ler e compreender “Um Mundo sem Fim” sem ter lido “Os Pilares da Terra”.

Follet continua a oferecer ao leitor um rol de personagens únicas e envolventes, neste ponto, em que ainda me falta ler o segundo volume, estou completamente rendida a Caris, uma mulher à frente no seu tempo, empreendedora e com vontade de ser diferente. Interessada pelos negócios e com vocação para a medicina, vê-se completamente ostracizada num mundo de homens; e porque tudo o que é diferente causa estranheza (seja em que época for), a acusação de bruxaria é sempre apropriada para satisfazer a necessidade de o clero se ver livre de alguém, nomeadamente alguém que, pelas suas ideias inovadoras, poderá colocar em causa a ignorância generalizada do povo.

Caris ama Merthin e é correspondida. Vivem uma história de amor sinuosa devido ao temperamento desta mulher brilhante que não quer viver apenas por viver, que tem necessidade de esmiuçar e compreender o mundo que a rodeia. Caris é um raio de luz numa época de trevas tão bem descrita pelo autor.

Outras personagens há, demasiadas para referir, desde fora-da-lei a cavaleiros, trabalhadores, feirantes, monges, freiras, bispos, pobres, ricos. Todos contribuem para tornar este livro de um realismo tal que me senti lá, no meio das discussões sobre as obras a desenvolver em igrejas e pontes, nos negócios da Feira do Velo, motor da economia de Kingsbridge, a estudar as alternativas quando algo corria mal (e corre tanta coisa mal).

Continuo a sentir que Follett fez uma acentuada pesquisa sobre técnicas de construção da época, já o sabia desde “Os Pilares da Terra”, um livro escrito devido à sua paixão por igrejas e catedrais. Follett descreve com uma precisão que eu não tenho conhecimentos para avaliar, mas que acredito ser verdadeira, a forma como eram feitos os estudos e cálculos de arquitectura; ficamos a conhecer alternativas numa época em que não era utilizado papel, tudo chega até nós pela mão de Merthin, descendente de Jack de quem herdou o talento para criar, construir e inovar.

Sei que Ken Follet pretende voltar a Kingsbridge, e prevê que tal aconteça em 2014, altura em que espera ter concluído a Trilogia “O Século”. Quanto a mim parece-me uma excelente ideia; para já vou dedicar-me ao II Volume de “Um Mundo sem Fim”, do qual não posso esperar nada menos do que aquilo a que ao autor já me habituou.

Sinopse

“À semelhança de Os Pilares da Terra Ken Follett volta ao registo do romance histórico, numa obra dividida em duas partes graças às quase mil páginas que a compõem. A Presença publica agora o primeiro volume de Um Mundo Sem Fim, que se prevê repetir o sucesso de Os Pilares da Terra. O autor sentiu-se bastante motivado a escrever este novo livro já que desde Os Pilares da Terra, publicado em 1989, os leitores de todo o mundo clamavam insistentemente por uma sequela. Finalmente Follett inspirado e com coragem e determinação, sem esquecer uma enorme dedicação, lançou-se na escrita de Um Mundo Sem Fim, a continuação de Os Pilares da Terra, onde recorre a elementos comuns do primeiro livro e dá vida a descendentes de algumas personagens. Recuperando a mesma cidade Kingsbridge, o cenário é ambientado dois séculos mais tarde onde nos transporta até 1327. Aí iremos ao encontro de quatro crianças que presenciam a morte de dois homens por um cavaleiro. Três delas fogem com medo, ao passo que uma se mantém no local e ajuda o cavaleiro ferido a recompor-se e a esconder uma carta que contém informação secreta que não pode ser revelada enquanto ele for vivo. Estas crianças quando chegam à idade adulta viverão sempre na sombra daquelas mortes inexplicáveis que presenciaram naquele dia fatídico. Uma obra de fôlego com a marca assinalável e absolutamente incontornável de Ken Follett.”

Presença, 2011