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planetamarcia

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Outubro 11, 2015

Elsinore - O Que Vemos Quando Lemos, de Peter Mendelsund

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O que Vemos Quando Lemos é uma exploração singular e deslumbrante, inteiramente ilustrada, acerca da fenomenologia da leitura: como visualizamos imagens a partir da leitura de obras literárias?

O que vemos quando lemos? Tolstoi chegou a descrever Anna Karénina? Herman Melville alguma vez nos revelou a aparência exata de Ismael?

O conjunto de imagens fragmentadas numa página — uma orelha elegante ali, uma madeixa rebelde acolá, um chapéu posicionado de determinada maneira — e outras pistas e significantes ajudam-]nos a imaginar uma personagem. Mas, na verdade, a sensação de conhecermos intimamente uma personagem tem pouco que ver com a nossa capacidade de imaginarmos as figuras literárias que amamos (ou odiamos).

Peter Mendelsund, um dos mais conceituados designers editoriais contemporâneos, combina uma carreira artística premiada com a sua primeira paixão, a literatura, num dos mais provocadores e invulgares exercícios acerca da forma como compreendemos o ato de ler.

Nas livrarias a 12 de Outubro.

Outubro 08, 2015

Bem-vindo ao inferno da vida real - "Arranha-Céus" de J. G. Ballard - Elsinore

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«Mais tarde, sentado na varanda a comer o cão, o Dr. Robert Laing refletiu sobre os estranhos acontecimentos que nos últimos três meses tinham ocorrido no interior do prédio enorme.»
É assim que arranca «Arranha-Céus», romance inédito em português de J. G. Ballard, autor de culto e sem fronteiras, especialista em diagnosticar e antecipar o mal-estar futuro. Num imponente edifício de quarenta andares, o último grito da arquitetura contemporânea, vive Robert Laing, um bem-sucedido professor de medicina, e duas mil pessoas. Para desfrutarem desta vida luxuosa, não precisam sequer de sair do prédio: ginásio, piscina, supermercado, tudo se encontra à distância de um elevador. Mas alguma coisa estranha borbulha por baixo desta superfície de rotina.
Primeiro vandalizam-se os automóveis do parque de estacionamento, depois assaltam-se os habitantes. Um incidente conduz a outro e, acossados, os habitantes separam-se por pisos. Quando aparecem as primeiras vítimas, a festa mal começou. O realizador de documentários Richard Wilder resolve avançar, de câmara em punho, numa viagem por esta inexplicável orgia de destruição, testemunhando o colapso do que nos torna humanos.
Entre a alucinação e a anarquia, a visão futurista de J. G. Ballard oferece-nos o retrato demencial, lógico de como a vida moderna nos pode empurrar, não para um estádio mais avançado na evolução, mas para as mais primitivas formas de sociedade.
«Arranha-Céus» (High Rise no original) assinala a estreia de Ballard no catálogo Elsinore. Muito em breve poderemos ver a adaptação deste romance cheio de arestas ao cinema.
Em suma: seja bem-vindo ao inferno da vida moderna.
«Arranha-Céus» de J. G. Ballard (224 pp, 16,99€). À venda a 12 de outubro.
«O melhor romance de Ballard. Um triunfo.» - The Times
«Ballard é o mais imaginativo dos sucessores de H. G. Wells.» - Kingsley Amis
«Inventivo. Arranha-Céus é um bestiário intenso e vívido, que permanece, incómodo, na nossa mente.» - Martin Amis

Setembro 07, 2015

ELSINORE - IMUNIDADE: A Corrente Antivacinação e os Seus Perigos

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Num ensaio surpreendente, e partindo quer de obras científicas, quer dos próprios mitos ocidentais, Eula Biss questiona a ansiedade e o que nos faz resistir à imunização, numa defesa da vacinação e do corpo de cada um de nós que é simultaneamente uma defesa deste enorme corpo que é a sociedade. Imunidade (Elsinore l 216 pp l 16,59€), já está à venda em todo o país.

Poliomielite, varíola, sarampo, difteria, rubéola: um sem-número de doenças erradicadas, ou cujos efeitos a ciência minimizou, parecia ter caído no esquecimento. E, ignoradas as sequelas e as mortes que estas doenças provocaram, a ciência acabou vítima do seu próprio êxito. Depois de ser mãe, Eula Biss mergulhou no debate, entretanto convertido em combate ideológico, que se travado em nome da liberdade de escolha: de um lado, os defensores das vacinas; do outro, a corrente antivacinação, que ocupa um espaço cada vez maior no palco mediático. Esta luta não é só científica, alimenta-se de metáforas ocultas, perigosas, que alastram com vírus. Enquadrando esta luta no que é a História das conquistas científicas dos últimos séculos, Eula Bliss não analisa a vacinação como resultado da ciência moderna, mas antes como sua precursora.

Eula Biss foi professora do ensino público em Nova Iorque e é atualmente professora em Chicago, na Northwestern University. Afirmou-se nos últimos anos como uma das mais reconhecidas autoras norte-americanas de não ficção.

Os seus ensaios foram editados em antologias e periódicos prestigiados, entre os quais se contam The Best American Nonrequired Reading, The Touchstone Anthology of Contemporary Nonfiction, The Believer e Harper’s. Assinou até à data três obras: The Balloonists (2002), Notes from No Man’s Land: American Essays (2009, Prémio de Não-Ficção da Graywolf Press e vencedor do National Book Critics Circle Award) e Imunidade (2014), considerado pela New York Times Book Review um dos dez melhores livros publicados em 2014 e finalista do National Book Critics Circle Award. É casada com John Bresland, de quem tem um filho, Juneau, e com quem forma a banda STET Everything.