Finalmente peguei num dos meus presentes do último Natal, estava muito curiosa com este “Gritos do Passado” pois gostei muito do “Princesa de Gelo”, o primeiro livro de Camila Läckberg editado por cá. “Teia de Cinzas”, mais um livro da autora, saiu estes dias para o mercado; acho que este lançamento me fez tirar “Gritos do Passado” da estante.
A verdade é que adoro policiais, mistérios, conspirações e afins. Uma história empolgante dá-me entusiasmo para ler com afinco até que se acabem as páginas. Foi o que aconteceu neste caso, que me vi a fechar o livro madrugada fora. Acho mesmo que gostei mais deste do que do livro anterior, é estranho porque neste caso antevi o desfecho e resolução do caso e em “Princesa de Gelo” estive à nora até ao fim. Penso que me envolvi mais desta vez, talvez por já estar familiarizada com a maioria das personagens, pois continuamos a acompanhar a história de amor de Erica e Patrick, os dramas de Anna, e o palco dos acontecimentos continua a ser Fjällbacka.
Em relação á autora mantenho a mesma opinião: acho-a muito criativa e gosto da forma como os seus livros não são apenas policiais, são ao mesmo tempo uma espécie de romances em que as personagens vivem vidas reais fora dos cenários de crime. Apaixonam-se, discutem, zangam-se, fazem as pazes, saem com amigos, tem vidas como qualquer um de nós, acho que é uma forma de aproximar o leitor, de dar realismo a situações que de outra forma seriam demasiado frias e técnicas. Esta situação proporciona um livro completo, em que não há momentos mortos, e em que todas as situações proporcionam uma leitura interessante que não cansa mesmo que se leiam muitas dezenas de páginas de seguida.
Não vou entrar em pormenores sobre a história para não correr o risco de revelar demais; para aguçar o apetite apenas vou transcrever a sinopse. Resta-me acrescentar tratar-se de um livro excelente, com uma estrutura bem construída e uma escrita viciante. Recomendo muito!
Sinopse
“Numa manhã de um Verão particularmente quente, um rapazinho brinca nas rochas em Fjällbacka - o pequeno porto turístico onde decorreu a acção de A Princesa de Gelo - quando se depara com o cadáver de uma mulher. A polícia confirma rapidamente que se tratou de um crime, mas o caso complica-se com a descoberta, no mesmo sítio de dois esqueletos. O inspector Patrick Hedström é encarregado da investigação naquele período estival em que o incidente poderia fazer fugir os turistas, mas, sem testemunhas, sem elementos determinantes, a polícia não pode fazer mais do que esperar os resultados das análises dos serviços especiais. Entretanto, Erica Falk, nas últimas semanas de gravidez, decide ajudar Patrick pesquisando informações na biblioteca local e novas revelações começam a dar forma ao quadro: os esqueletos são certamente de duas jovens desaparecidas há mais de vinte anos, Mona e Siv. Volta assim à ribalta a família Hult, cujo patriarca, Ephraim, magnetizava as multidões acompanhado dos dois filhos, os pequenos Gabriel e Johannes, dotados de poderes curativos. Depois dessa época, e de um estranho suicídio, a família dividiu-se em dois ramos que agora se odeiam.”
D. Quixote, 2010