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planetamarcia

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Fevereiro 11, 2015

A Esfera dos Livros - Humberto Delgado - Biografia do General Sem Medo

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No próximo da 13 passam 50 anos desde que Humberto Delgado foi alvo de uma emboscada e cobardemente assassinado às mãos de um grupo de agentes da PIDE, liderado por Rosa Casaco. Para assinalar esta data, a Esfera dos Livros volta a publicar - agora numa versão reduzida -  “Humberto Delgado, Biografia do General Sem Medo”, da autoria de Frederico Delgado Rosa. O autor, neto do general, revela factos novos, relata pormenores intimistas e lança novas pistas sobre o assassinato que marcou o país.

Chamaram-lhe terramoto e furacão. Uns apelidaram-no de general-dinamite, outros de cowboy e de general Coca-Cola. Ele próprio se retratou como um «Tufão sobre Portugal», mas foi outro o epíteto que ficou para a posteridade e no coração do Povo: Humberto Delgado, o General Sem Medo. Esta é a primeira biografia do homem que desafiou Salazar ao proferir a célebre frase: «Obviamente demito-o!». Candidato à Presidência da República em 1958, Humberto Delgado galvanizou multidões de Norte a Sul, tendo sido vítima de uma das maiores fraudes eleitorais da História. A sua morte às mãos da PIDE, em 13 de Fevereiro de 1965, foi o principal assassínio político da ditadura e marcou indelevelmente a memória colectiva. Mito do Século XX, Humberto Delgado renasce neste livro, que narra passo a passo o romance de aventuras da sua vida, desde a infância no Ribatejo até à cilada de Badajoz. Escrita por Frederico Delgado Rosa, neto de Humberto Delgado, a presente biografia desvenda factos totalmente desconhecidos até hoje, relata pormenores intimistas vedados aos historiadores e faz surpreendentes revelações sobre o assassinato, lançando uma nova luz sobre o «Caso Delgado».

Fevereiro 10, 2015

A Esfera dos Livros - O Monstro de Monsanto, de Pedro Jardim

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Uma rapariga encontrada morta na floresta de Monsanto. Um delicado vestido azul a cobrir o corpo. O cabelo cuidadosamente penteado. Uma máscara de papel branco com um poema de Florbela Espanca sobre o rosto. É este o cenário que Isabel Lage, inspetora da Brigada de Homicídios da Polícia Judiciária, encontra no local do crime. A primeira vítima de um serial killer que não deixa pistas, que habilmente se move pela floresta e que parece conhecer todos os passos da polícia. Isabel está apostada em resolver este mistério e fazer justiça em nome das mulheres que morrem às mãos de um assassino frio e calculista. Mas todas as pistas levam a João, o seu antigo companheiro de patrulha, e com quem partilhou mais do que aventuras profissionais.

Pedro Jardim, chefe de polícia com experiência em investigação criminal, traz-nos no seu romance de estreia um thriller empolgante e arrebatador que nos prende até à última página. Pode haver um monstro em qualquer um de nós...

 

Novembro 28, 2014

O Que é Que os Portugueses Têm na Cabeça?

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Da inveja, à fatalidade, da falta de pontualidade ao improviso, do chico-espertismo à mania da grandeza e dos doutores, Marisa Moura fala-nos, num tom bem-humorado e acutilante de todas estas características nacionais, reunindo exemplos concretos do nosso passado e presente. Estereótipos ou realidade? Este trabalho traz-nos material para reflectir e pensar.

A jornalista Marisa Moura mergulhou em textos de pensadores portugueses e estrangeiros de hoje e de outros tempos, analisou estatísticas, estudou comportamentos e questionou especialistas para tentar encontrar uma resposta para esta incómoda pergunta. O que é que os portugueses têm na cabeça? Haverá características comuns a todos nós, habitantes deste país com nove séculos de história, recordista no consumo de antidepressivos? Somos marcados pelo fado e pela fatalidade. À pergunta «como tem passado?» segue-se uma sentida lengalenga, como se fôssemos empurrados pela vida. A palavra pontualidade não consta no nosso dicionário, ao ponto de o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, ter-se atrasado 31 horas e 27 minutos na entrega do Orçamento de Estado para 2009. Derretemo-nos por um canudo, doutor ou engenheiro é à escolha do freguês e cai o Carmo e a Trindade quando um ministro ousa pedir que o tratem por «Álvaro, simplesmente Álvaro». Fazemos estádios megalómanos e estradas que não acabam, mas não é de agora. Já D. João V tinha estoirado o ouro do Brasil em obras como o Convento de Mafra, enquanto endividava o país. E como esquecer o improviso, aquela maneira de dar a volta à situação, de contornar o problema, tão comum nos Portugueses? Marisa Moura reune exemplos concretos da nossa história passada e presente, numa tentativa de organizar ideias e ilustrar a nossa (in)consciência coletiva.

Março 13, 2014

"Capitãs de Abril" de Ana Sofia Fonseca

 

Para assinalar os 40 anos do 25 de Abril a Esfera dos livros publica Capitãs de Abril de Ana Sofia Fonseca.

A autora conta-nos a Revolução dos Cravos no feminino, com os seus heróis revelados na intimidade da família. Este é um livro original sobre as mulheres dos militares de Abril, que lutaram com as armas que tinham, cada uma à sua maneira, e que foram protagonistas na sombra de um dos mais importantes acontecimentos do século XX português.

Conheça a história de mulheres como: Aura Costa Martins, Dina Carvalho, esposa de Otelo, Natércia Salgueiro Maia, Teresa Alves, esposa de Vítor Alves e Gabriela Melo Antunes.

SINOPSE

O amor colocou-as no centro da revolução que derrubou 40 anos de ditadura em Portugal. E elas cumpriram o seu papel. Em casa, para que a liberdade chegasse à rua. Lutaram nas fileiras da conspiração, dando cobertura a reuniões clandestinas, passando à máquina manifestos, instigando a revolta ou simplesmente “assobiando” para o lado como quem não vê o golpe em marcha. Esta é a história das mulheres dos capitães de Abril.

Dina Carvalho foi à guerra, soldado sem bala, com os três filhos à mercê de bombardeamentos. Ateou o mais que pôde o movimento dos capitães. Depois, ajudou Otelo a preparar o plano de operações – ela a tricotar no carro para ele tirar as medidas ao forte de Caxias. Natércia Salgueiro Maia passou a noite de 24 de Abril colada ao rádio. Tantas tardes, ela e Fernando a trautearam Zeca Afonso, e agora a canção como ordem na parada. Pela janela, viu a coluna deixar Santarém. Teresa Alves tremeu a madrugada inteira, não havia cobertores capazes de calarem o frio. A ironia da vida congelava-lhe as entranhas, era filha do Chefe de Estado-Maior da Armada e mulher de um dos líderes do movimento. Aura Costa Martins passou a noite no Mini do namorado, os dois às voltas pela cidade, granadas e uma metralhadora no banco de trás. Gabriela Melo Antunes, menina da fina-flor açoriana, andava nos escritos da PIDE, por comungar “dos ideais” do marido era suspeita. Esta é também a história da única mulher que leu um comunicado do MFA e da mulher que, sem saber, deu nome à revolução, com os seus cravos nos canos das armas. A jornalista Ana Sofia Fonseca, autora de Angola Terra Prometida, conta-nos a revolução dos cravos no feminino, com os seus heróis revelados na intimidade da família. Os momentos decisivos, a última noite, o primeiro dia de liberdade. Num país de homens, as mulheres dos militares de Abril lutaram com as armas que tinham. São personagens de um dos mais importantes acontecimentos do século XX português. Todas elas, cada uma à sua maneira, protagonistas na sombra.

Ana Sofia Fonseca, jornalista freelancer, trabalhou na revista Grande Reportagem e no semanário SOL. Tem realizado reportagens para diversos órgãos de comunicação social, como o Expresso, Público, Sábado e Diário Económico. Foi autora de duas rubricas no Expresso. Actualmente colabora com a SIC, onde tem assinado reportagens e documentários. Alguns dos seus trabalhos foram premiados em Portugal e no estrangeiro. Entre outro, recebeu o prémio Gazeta e o prémio Direito Humanos e Integração da UNESCO. Publicou os livros Angola Terra Prometida, editado pela Esfera dos Livros Barca Velha - Histórias de um vinho e o romance Como Carne em pedra quente.

Fevereiro 01, 2014

Maria José Morgado e Vicente Jorge Silva apresentam "O Assassino do Aqueduto" de Anabela Natário

 

Fique a saber quem foi Diogo Alves…O cruel assassino que aterrorizou Lisboa na primeira metade do sex. XIX.

Através da consulta de jornais da época e de peças do processo, a autora recria um dos primeiros julgamentos mais mediáticos. Através deste fascinante romance faça o roteiro, pela cidade de Lisboa, que Diogo Alves criou para encontrar as suas vítimas. 

Outubro 31, 2013

Novidade Esfera dos Livros - "Espiões em Portugal durante a II Guerra Mundial" de Irene Flunser Pimentel

 

Entre Lisboa e o Estoril, nos lobbies de entrada e nos bares dos hotéis como o faustoso Hotel Palácio ou o Hotel Atlântico, circulavam, durante a II Guerra Mundial, espiões dos principais campos beligerantes, Alemanha e Grã-Bretanha, mas não só. Também os serviços secretos italianos, franceses, norte-americanos, e ainda polacos, checos e romenos, e até soviéticos, atuaram em Portugal, e nas suas Ilhas atlânticas e nas suas colónias de África, na Índia e em Timor. Enquanto o resto da Europa estava a ferro e fogo, Portugal, durante a II Guerra Mundial, foi «terra franca» para os serviços de propaganda e espionagem e palco de alguns episódios verdadeiramente novelescos como a tentativa de rapto dos duques de Windsor pelo SS Walter Schellenberg, dos serviços secretos alemães. A historiadora Irene Flunser Pimentel, autora do livro Os Judeus em Portugal durante a II Guerra Mundial, traz-nos uma investigação única, baseada em documentos inéditos até agora mantidos em segredo, que nos revelam como o nosso país foi, graças à sua neutralidade e situação geográfica, um local importante de plataforma de negociações políticas, bem como de trocas de informações, comerciais, económicas e financeiras, entre os dois lados beligerantes. A situação atlântica, quer de Portugal, quer das suas ilhas e colónias, fez com que a principal espionagem, de ambos os lados, fosse a deteção de comboios de navios, para serem objeto de bombardeamentos aéreos ou de submarinos. Pelo nosso país passaram agentes secretos como os agentes duplos, do XX Comiittee, Juan Pujol, mais conhecido por «Garbo» e Dusko Popov, nome de código «Tricycle», que conseguiriam enganar os alemães sobre o verdadeiro destino do desembarque aliado na Europa, em junho de 1944, desviando as suas atenções das praias da Normandia, onde ele ocorreu realmente, para a zona do Pas-de-Calais. Popov terá ainda fornecido informações aos serviços britânicos do possível ataque a Pearl Harbour. Também o escritor e agente secreto inglês Ian Lancaster Fleming se alojou no Estoril ao serviço do Naval Intelligence Department, e terá sido neste ambiente de guerra e espionagem que se inspirou para criar a figura de James Bond. Mas também os portugueses, quer os elementos da Legião Portuguesa quer os da PVDE, se viram envolvidos nas teias da espionagem estrangeira, chegando mesmo a estar ao serviço, à vez ou em simultâneo, dos dois campos beligerantes.

Irene Flunser Pimentel, congratulada com o Prémio Pessoa em 2007, é licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, mestre em História Contemporânea (século XX) e doutorada em História Institucional e Política Contemporânea, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Elaborou diversos estudos sobre o Estado Novo, o período da II Guerra Mundial, a situação das mulheres e a polícia política durante a ditadura de Salazar e Caetano. É investigadora do Instituto de História Contemporânea (FCSH da UNL), coordenando neste momento o projeto, financiado pela FCT, «Justiça Política na Transição para a democracia em Portugal (1974-2008)». Neste momento está a realizar um projeto de pós-doutoramento, aprovado pela FCT, intitulado «O processo de justiça política relativamente à PIDE/DGS, na transição para a democracia em Portugal».

Julho 20, 2013

Como o Capitalismo Acabou com a Classe Média, de Santiago Camacho

 

Afogadas em impostos, austeridade, cortes salariais vítima do desemprego, as pessoas que outrora viviam confortavelmente hoje são os chamados novos pobres. Porque é que o dinheiro da Troika é injetado nos bancos, grandes causadores desta crise, e a classe média não vê um cêntimo deste dinheiro?

O jornalista Santiago Camacho, autor da obra A troika e os 40 ladrões, põe o dedo na ferida e analisa de forma crua e objetiva o modo como o capitalismo e os interesses políticos atuais, colocam em causa a estabilidade económica e social mundial, principalmente nos países do Sul da Europa.

Uma profunda reflexão para tentarmos perceber e pensar esta crise económica e  quem beneficia com o fim da classe média. Observar de forma crítica a Alemanha, olhar para as economias emergentes, como o Brasil ou a poderosa China, que tenta roubar o protagonismo aos Estados Unidos, no plano económico mundial.

«É absolutamente utópico encontrar uma solução para os males que afetam a economia quando se ignoram sistematicamente as suas causas, que não são o défice público, nem a dívida, nem evidentemente que os cidadãos vivam acima das suas possibilidades, mas a natureza essencialmente corrupta de uma parte substancial do sistema financeiro e a sua relação com os poderes políticos que o deveriam regular.»

O capitalismo está a matar a classe média. O desemprego não para de crescer, as desigualdades entre ricos e pobres acentuam-se, quem ainda tem trabalho perdeu o poder de compra, afogado em impostos e em cortes salariais, a bem da austeridade, há uma redução no acesso a serviços públicos outrora garantidos e surgem os chamados, novos-pobres, pessoas que até há algum tempo viviam confortavelmente, e que hoje não têm o que comer. O medo instalou-se na nossa sociedade. A vida como a conhecíamos é agora uma miragem longínqua. Mas afinal para que servem os sacrifícios dos portugueses? O jornalista Santiago Camacho põe o dedo na ferida. Apesar de serem o pilar fundamental da sociedade e o motor da economia, estas pessoas não foram beneficiadas por resgastes financeiros, nem por injeções de capital, linhas de crédito e outras regalias como os bancos, um dos principais causadores da atual situação. Portugal negociou com a Troika um empréstimo financeiro de 78 mil milhões de euros, dos quais 12 mil milhões são destinados exclusivamente à recapitalização da banca... Então, porque é que há dinheiro para entidades financeiras, manchadas por negócios duvidosos enquanto a classe média paga a fatura sem ver um cêntimo? Porque é que esta classe luta para sobreviver, enquanto as classes altas conseguem escapar às rigorosas medidas de austeridade, nomeadamente através da transferência de avultadas quantias de dinheiro para paraísos fiscais, que continuam por fiscalizar, mas que representam o esconderijo de um quarto da riqueza privada mundial? Numa linguagem direta e arrojada, o jornalista Santiago Camacho, autor da obra A troika e os 40 ladrões, analisa o modo como o capitalismo, através de jogadas económicas e financeiras arriscadas e dos interesses políticos dominantes, coloca em causa a estabilidade económica e social mundial, principalmente nos países do Sul da Europa. É preciso pensar esta crise económica, quem beneficia com o fim da classe média. Observar de forma crítica o papel que a Alemanha tem vindo a desempenhar, olhar para as economias emergentes, como o Brasil ou a poderosa China, que tenta roubar o protagonismo aos Estados Unidos, no plano económico mundial. E delinear cenários difíceis, mas possíveis, para um futuro que os políticos nos teimam em esconder…

Santiago Camacho, escritor e jornalista, colabora em vários meios de comunicação social espanhóis como a Cadena SER, Rádio Nacional e as revistas Más Allá, Año Cero, Generación XXI e Ajoblanco. Os seus artigos e reportagens obedecem sempre a um denominador comum: a denúncia e a polémica. Uma grande parte do seu trabalho centra-se em temas heterodoxos, como as sociedades secretas, os serviços de inteligência e as teorias da conspiração. É autor da obra A troika e os 40 ladrões, editada por A Esfera dos Livros, em 2012.

Maio 18, 2013

As Experiências de Quase Morte explicadas pelo psiquiatra José Miguel Gaona

 

O autor de Uma Luz ao Fim do Túnel  baseou-se na sua experiência científica e nos testemunhos de crentes e não-crentes que passaram pelo «efeito túnel», analisa os elementos que fazem parte desta viagem de ida e volta: os sons da morte, a luz, as sensações prazenteiras que sentimos e que segundo recentes descobertas podem ser partilhadas pelos familiares que assistem à morte, as viagens astrais, as visitas de familiares anteriormente falecidos que nos confortam neste processo.

Este livro é especialmente dedicado a quem trabalha directamente com a saúde, médicos, enfermeiros, pessoas ligadas aos cuidados paliativos, uma vez que nesta obra irão encontrar algumas explicações que podem ajudar junto dos doentes terminais.

A morte representa a dor, a perda, mas também o fascínio e o mistério para muitas pessoas. O que existe para além da morte? Uma luz intensa mostra-nos sempre o caminho? Todos atravessamos um túnel comprido para retornar à vida? O que sentimos e o que conseguimos ver nesse caminho? Com quem nos encontramos? O reconhecido psiquiatra José Miguel Gaona explica-nos, baseado na sua experiência científica, mas de uma forma divulgativa, o que são e em que consistem as chamadas Experiências de Quase Morte. Gaona escreve: «Aquilo que está em causa ao tentarmos compreender em que consistem as Experiências de Quase Morte não é apenas se existe vida para além da presente, mas também se conseguimos compreender os complexos modelos de consciência, incluindo a perceção sensorial ou a memória, já que estes processos podem chocar com os conhecimentos atuais da neurofisiologia.»

Como nos diz Raymond Moody, autor bestseller de Vida depois da Morte, «os investigadores de todo o mundo começam a descobrir que as profundas experiências espirituais dos moribundos são difíceis de explicar». Ao longo das páginas deste livro, um verdadeiro bestseller em Espanha, vai ficar a conhecer, entre outros fascinantes temas:

- Experiências de viagens astrais e saídas fora-do-corpo

- A forma como quando estamos no limiar da morte, vemos a nossa vida em filme, a andar para trás.

- Técnicas para se aproximar de uma experiência de quase morte.

- Sensações de presença que sentimos. Existe um anjo protetor?

José Miguel Gaona Cartolano nasceu em Bruxelas. Licenciado em Medicina com distinção, especializou-se em Psiquiatria na Universidade Complutense de Madrid, possui um mestrado em Psicologia Médica e é especialista em Psiquiatria Forense. Recebeu o Prémio Jovens Investigadores da Comunidade de Madrid e é membro da Associação Europeia de Psiquiatria (AEP), lecionou a cadeira de Psiquiatria na Faculdade de Medicina da UCM e foi diretor da revista Educar bien. Niños.

Foi assessor técnico do Defensor do Menor da Comunidade de Madrid, responsável pela área de saúde mental na guerra da Bósnia para a ONG Médicos do Mundo e membro da Comissão de Honra da Fundação Altarriba de proteção animal, da qual certos membros são figuras de destaque como José Saramago, Josep Carreras ou Eduard Punset, entre outros.

Nos últimos anos trabalhou na área da neuro-teologia, ciência que analisa os fenómenos místicos e espirituais do ponto de vista neurológico. Nesta linha, dirige o Projeto Túnel, um local de encontro para pessoas que sofreram experiências de quase-morte (EQM) e que pretendem partilhar essas experiências ou abordá-las de uma perspetiva terapêutica. Atualmente é um dos diretores do IANDS Espanha (International Association of Near-Death Studies) e colabora em projetos na área das EQM juntamente com o Dr. Bruce Greyson, da Unidade de Estudos Percetuais da Universidade de Virgínia Ocidental e com a Dra. Holden, da North Texas University. 

Maio 12, 2013

1937 O Atentado a Salazar. A frente popular em Portugal de João Madeira

 

O historiador João Madeira conta-nos, ao longo destas páginas, a extraordinária história, quase cinematográfica, do único atentado contra a vida de António de Oliveira Salazar. O atentado frustrado, a que Salazar escapou ileso, por pura sorte ou por milagre, acaba por favorecer o regime, com campanhas de propaganda, manifestações e artigos de jornais. Montou-se uma verdadeira caça ao homem, porque era preciso encontrar culpados, a todo o custo.

 

Domingo, 4 de julho de 1937, 10h20. Rua Barbosa du Bocage. António de Oliveira Salazar preparava-se para sair da sua viatura oficial, um Buick, frente à casa do seu amigo pessoal Josué Trocado, em cuja capela privativa costumava assistir à missa dominical. De repente, uma enorme explosão atroa os ares e esventra a rua. Fumo, pedras, lajes e placas voam pelos ares. Abre-se uma cratera larga e funda na rua. A perplexidade é total. Ouve-se gritos, gente que foge, pessoas que acorrem a ver o sucedido. Trocado precipita-se para a viatura. Ileso, sacudindo a poeira que o cobrira, o ditador sai da viatura pelo seu próprio pé, olha para os lados e aparentemente indiferente, frio, diz: «Vamos assistir à missa.» Esta é a extraordinária história, quase cinematográfica, do único atentado contra a vida de António de Oliveira Salazar, que o historiador João Madeira nos conta ao longo destas páginas. Reconstituindo factos, segue a investigação policial que imediatamente foi montada com exames, inspeções, denúncias e teses contraditórias e se torna numa verdadeira caça ao homem. É preciso encontrar culpados, a todo o custo. Surge então o fantástico «grupo terrorista» do Alto do Pina. Mas a trama é mais complexa do que parece. Este é um acontecimento que se enquadra no contexto da guerra civil de Espanha e das ações de solidariedade desenvolvidas pela Frente Popular Portuguesa em convergência com os anarquistas.

Os jornais da época, as conversas de boca em boca à saída das igrejas, todos falavam em milagre. Mas na realidade, uma sucessão de episódios de circunstâncias inesperadas e de erros, nomeadamente no fabrico do tubo metálico, demasiado curto, que serviria de bomba, fez com que esta detonasse em sentido contrário do local preciso onde o carro estacionara. Por pura sorte, António de Oliveira Salazar escaparia sem um arranhão deste atentado. No final, enquanto uns lhe pediam repouso, mantendo a pose bem afivelada, sorriu e respondeu «Como fiquei vivo terei de continuar a trabalhar».                                                                                        

João Madeira nasceu em Lisboa em 1955. Doutorado em História Institucional e Política Contemporânea pela Universidade Nova de Lisboa. Investigador do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Autor de Os Engenheiros de Almas. O Partido Comunista e os Intelectuais, Estampa, 1996; de Vítimas de Salazar (coordenação), Esfera dos Livros, 2007; Tribunais Políticos (em coautoria), Temas e Debates, 2009. Tem apresentado comunicações a colóquios, conferências e encontros no país e no estrangeiro; comissariado exposições e sido consultor em documentários para televisão. O Partido Comunista, as oposições ao Estado Novo e a violência política têm constituído temas de investigação a que se dedica.

Maio 12, 2013

Rainha D. Amélia. Factos desconhecidos sobre a sua vida numa biografia reveladora

 

José Alberto Ribeiro, diretor da Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, um apaixonado pela figura da rainha D. Amélia, traz-nos uma biografia reveladora de factos e acontecimentos até agora ignorados ou silenciados sobre a sua vida.

Após anos de pesquisa em arquivos nacionais e estrangeiros e da leitura dos diários privados da rainha, a que o autor teve acesso, faz-nos uma reconstituição da vida e do quotidiano de D. Amélia, da sua infância, do casamento, da relação com D. Carlos e com os filhos, dos seus gostos, da sua curiosidade pelas novidades da ciência, pela cultura e das suas acções de solidariedade, passando pelos seus desencantos e tristezas, o exílio forçado.

A rainha deixou expresso que após a sua morte estes diários deveriam ser queimados, o que não veio acontecer. José Alberto Ribeiro foi o único historiador a ter acesso, na sua totalidade, a estes diários, bem como a um conjunto de imagens desconhecidas. D. Amélia morre a 25 de outubro de 1951, na sua cama gravada com as armas de França e dos Bragança. Tinha então 86 anos. As suas últimas palavras foram: «Levem-me para Portugal, adormeço em França mas é em Portugal que quero dormir para sempre. No presente, Deus está comigo.»

 

«Nunca compreendi o que é que se passou no Terreiro do Paço. Porquê tanto ódio, tanto sangue? Porque é que fizeram aquilo? Eu que não pensava a não ser no bem do meu povo?...(...) Foi necessário eu sofrer tanto para que vocês me amem tanto, mulheres do povo. Vós, mulheres, viúvas como eu, que eram jovens quando eu também era jovem, ofereceram-me flores e lágrimas… Quem sabe se quando fizer a minha última viagem a Portugal elas me irão oferecer flores de novo?».

Amada por uns, odiada por outros, D. Amélia de Orleães, a última rainha de Portugal, viveu num mundo em grandes transformações políticas, sociais e culturais. Princesa de França, mas portuguesa de coração, assistiu ao assassinato do marido e do filho, príncipe herdeiro, a tiro de carabina em pleno Terreiro do Paço e ao fim da monarquia num país que a havia acolhido com entusiasmo. Rumou ao exílio primeiro em Inglaterra depois em França, viveu a Primeira Guerra Mundial, resistiu contra a ocupação nazi, recusando deixar o país que a acolhera e que também era seu. Contudo, apesar da tragédia que marcou o seu quotidiano, D. Amélia orientou a sua vida pela divisa que escolheu para si: Esperança. José Alberto Ribeiro, diretor da Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, um apaixonado pela figura desta rainha alta e de personalidade forte, traz-nos uma biografia reveladora de factos e acontecimentos até agora ignorados ou silenciados sobre a sua vida. Após anos de pesquisa em arquivos nacionais e estrangeiros, nomeadamente no Arquivo Nacional de França, em Paris, da leitura dos diários privados da rainha, escritos ao longo de 65 anos, desde que chegou a Portugal até ao fim dos seus dias, o autor reconstituiu a vida e o quotidiano de D. Amélia. Da sua infância, passando pelo seu casamento, a relação com D. Carlos e com os filhos de quem sempre foi uma mãe extremosa, os dias comuns e os dias de grande gala, os seus gostos, a sua curiosidade pelas novidades da ciência, pela cultura e as suas ações de solidariedade, passando pelos seus desencantos e tristezas, o exílio forçado, o calvário da morte de mais um filho, D. Manuel, as questões de sucessão do trono português, e a sua relação de correspondência com António de Oliveira Salazar que a convida a visitar Portugal. A rainha deixou expresso que após a sua morte estes diários deveriam ser queimados, o que não veio acontecer.

José Alberto Ribeiro nasceu a 22 de Agosto de 1971 em Luanda, é licenciado e mestre em História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e doutorando pela mesma universidade, com uma tese doutoral dedicada à Rainha D. Amélia de Orleães e à sua obra mecenática e artística. Foi assistente convidado da Faculdade de Letras entre 2002 e 2009. Técnico de museus da Direcção-Geral de Património Cultural, onde dirige, desde 2006, a Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves. Quer em estudos publicados quer em catálogos de exposições tem orientado as suas investigações nos campos da Museologia e da arte portuguesa dos séculos XIX-XX, com particular atenção aos membros da Casa Real Portuguesa e as suas práticas culturais e artísticas.