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planetamarcia

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Novembro 28, 2015

Uma Noite Caiu uma Estrela - Escrito por David Machado, Ilustrado por Paulo Galindro - Opinião

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Há adultos que compram livros infantis para crianças e há adultos que compram livros infantis para si. Eu pertenço aos dois grupos, mas confesso que vou para casa de alma cheia quando compro um livro infantil para mim. 

Uma Noite Caiu uma Estrela é de um bom gosto irrepreensível. A história lê-se com prazer e as ilustrações são fabulosas. A preto e branco, é um livro que emana uma luz especial. A luz desta estrela que caiu do céu, que cega os olhos de sorrisos cada vez que o livro é aberto.

Trouxe a estrela para casa e vou visitar o Óscar muitas vezes. Eu acho que ele, afinal, não tem medo de nada.

Recomendo que esta estrela vos caia na estante.

Sinopse

“Uma noite, cai uma estrela na terra. Um menino resolve guardá-la sem saber que a luz emitida pela estrela vai impedir toda a gente de dormir. É uma história sobre coragem, sobre superação de adversidades, sobre a aventura que é ser-se criança.”

Alfaguara, 2015

Novembro 25, 2015

A Vida Amorosa de Nathaniel P. - Adelle Waldman - Opinião

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Haverá outro livro como este? Sobre os amores e dasamores de um homem?

Escrito na terceira pessoa, mas do ponto de vista de Nathaniel (ou Nate), Adelle Waldman, não só oferece uma viagem à vida amorosa de Nate, com livre trânsito aos seus pensamentos, como cria um ritmo próprio mantendo o interesse até ao final.

Nate é um homem peculiar. Para começar, deve ser dos poucos que tem um livro só seu, para divagar, não sobre mulheres, carros, desporto ou ferramentas, mas sobre amor e relações. Nate é conduzido pela mão de Waldman num percurso de dúvidas sobre as suas perspectivas e sentimentos. Não é comum atribuir o papel de pensador exaustivo a um homem. Os estereótipos estão marcadamente definidos na nossa sociedade, e o papel de filósofas das relações vai normalmente para as mulheres. Normalmente estas mulheres consomem-se em dúvidas e são facilmente descritas como neuróticas e ansiosas, tal é o peso que o amor, a sua constante busca e o receio de falhar assumem para elas. Assim são, na sua maioria, os romances de costumes. Sexistas e limitados.

Desde os jantares e tertúlias com os amigos, às ex-namoradas, passando pelos objectivos profissionais, Nate é um ser humano bastante completo. E complexo. Como somos todos, homens e mulheres. Na verdade, a narrativa tem um ritmo tão bom, a escrita é tão limpa e objectiva que, durante a leitura não meditei seriamente sobre nenhuma das temáticas que refiro neste texto. Envolvi-me e deixei-me levar pelos passos de Nate no dia-a-dia das vidas normais, como a minha ou as vossas, vidas com dias iguais, alguns vazios, outros dignos de serem eliminados, outros felizes e memoráveis. Descrições de coisas tão banais, por nos pertencerem a todos, que não posso deixar de me surpreender pela forma como a leitura do dia-a-dia, do que até poderia chamar de não-tema por ser tão trivial e por vezes, obrigatoriamente vazia, vai sendo habilmente construída, obviamente com detalhes com que nos identificamos, mantendo o interesse na busca de Nate. Que é, na verdade, a busca das buscas, aquilo que todos procuramos. O amor.

Desafio-vos a conhecerem o Nate. Descubram-no, odeiem-no e adorem-no.

Sinopse

“Nathaniel (Nate) Piven é uma estrela em ascensão. O seu primeiro livro vai ser publicado por uma editora importante, a sua reputação como crítico literário é irrepreensível, as mulheres adoram-no. Vive em Brooklyn há alguns anos, mas em termos sociais é como se tivesse acabado de chegar. Com estrondo.
Nate deveria, pensamos, estar feliz.
Mas ele é demasiado obsessivo para se limitar a apreciar a vida.
Uma noite, ao sair de casa, Nate é (mais uma vez) vítima desse campo minado de ex-amantes que é Nova Iorque.
Entre acusações e tentativas de fuga, Nate prevê (correctamente) que "a noite acabará como tantas outras, em lágrimas". Mas é nessa ocasião que conhece Hannah Leary.
Como ele, Hannah vai ter a sua obra publicada por uma editora de renome. Nate fica fascinado. Ela é atraente, culta e sofisticada. Melhor do que todas as outras. Uma mulher, acredita, à sua altura. Hannah é já o objecto do seu desejo. Será também aquilo que ele realmente quer?”

Teorema, 2015

Tradução de Luís Rodrigues dos Santos

Novembro 21, 2015

Passatempo - A Hora Solene, de Nuno Nepomuceno

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Depois dos passatempos para os livros “O Espião Português”, e “A Espia do Oriente” de Nuno Nepomuceno, começa hoje o passatempo para o último volume da Trilogia Freelancer.

Mais uma vez com o apoio do autor, que desde já agradeço, podem ganhar 1 exemplar autografado do livro “A Hora Solene”.

Eu já li os dois livros anteriores, podem ler-se separadamente, apesar de, pessoalmente, eu achar que o leitor ganha em ler os dois livros pela ordem. Podem ler as minhas opiniões aqui e aqui. “A Hora Solene” é a minha leitura actual. Convido-vos a participar e a ficarem fãs desta Trilogia.

A acção deste livro decorre em várias cidades. Digam-me uma delas e considerem-se candidatos a ganhar este livro.

O Passatempo decorre até às 23h59 do próximo dia 29 de Novembro.

As respostas deverão ser enviadas para o e-mail marciafb@net.sapo.pt , sempre com informação de nome e morada. O nome do premiado será anunciado aqui no blogue; o vencedor será também informado por e-mail.

Serão apenas aceites participações de residentes em Portugal; podem participar as vezes que quiserem.

O envio do prémio é da responsabilidade do autor.

Boa sorte a todos! Participem!

Novembro 15, 2015

Descobri que Estava Morto - J. P. Cuenca

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Cuenca descobre que está morto. Ou melhor, há um morto que tem o nome dele. É ou não uma premissa espectacular para um livro? É. E Cuenca escreve o livro. Escreve sobre alguém que descobriu que está morto, coisa que por acaso lhe aconteceu.

Não sei em relação a vocês, mas eu comecei logo a imaginar aquelas reportagens dramáticas de pessoas que perdem o cartão do cidadão, e a sua identidade perdida vai por aí comprando casas e carros, e deixando os lesados de cabelos em pé.

Mas não. Aqui não há dramas desses. Ele só descobre que está morto. Há documentos que o provam. Eu só não percebi que tipo de morto é ele. Se está morto por estar burocraticamente morto, ou porque a vida de excessos é tão cansativa e ele já está mais morto que vivo.

Bom, seja como for, eu esperava muito mais deste livro. O autor escreve que é uma maravilha, é uma delícia passar os olhos por estas linhas de realidade cruel bem observada e trabalhada, e foi isso mesmo que me fez ler o livro. E depois vem o que me deixou lixada. Um gajo que escreve que é um mimo e tem um tema soberbo, escreve um livro que não me chegou a aquecer.

As descrições são boas, o sentido de humor está lá (e bem medido), mas chego ao fim sentindo que tudo não passou de uma crónica. Uma crónica impecável, é certo, mas uma crónica. Para crónica a coisa tem páginas a mais.

Ou então fui eu que não percebi. Também pode ser isso.

Seja como for quero ler mais coisas do autor. Com este nível de escrita acho que é de insistir.

Sinopse

“Descobri que Estava Morto é um romance sobre a morte, «real», do autor. Ou melhor, sobre a famosa questão da "morte do autor" no sentido real e no literário.
A ação passa-se num atualíssimo Rio de Janeiro pré-olimpíadas 2016; onde a «expulsão» e a «pacificação» dos favelados e outros excluídos da sociedade carioca «deixa permanecer» uma corrupta e endinheirada classe média e alta que tanto sai beneficiada como se «perde» na turbulência da cidade.”

Caminho, 2015

Novembro 15, 2015

Chegou a hora das respostas - A Hora Solene, Trilogia Freelancer

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A Trilogia Freelancer está completa cá em casa. A curiosidade é muita e A Hora Solene passou à frente das outras leituras. Já estou embalada porque o início é muito bom. Nuno, espero que partas a loiça toda e que te aguentes à bomboca por mais 400 páginas (as que me faltam, coisa pouca), porque isto começou mesmo muito bem.

Como o Nuno, esse santo milagreiro, conseguiu pôr o Gil a ler (dois livros este ano senhores, é de aplaudir), e como ele acabou ontem A Espia do Oriente, prevejo que vamos ter leitura a quatro mãos, a coisa é capaz de assumir contornos de perseguição e espionagem. Neste momento levo 89 páginas de avanço. Se eu ficar muito tempo sem postar contactem as autoridades por favor. Hum… o melhor é ir ler mais umas páginas para o ir provocando…hihihi!

E para vocês, que querem saber como a Trilogia termina, estejam atentos que vamos ter passatempo para um exemplar de A Hora Solene em breve.

Novembro 12, 2015

Gente Feliz com Lágrimas - João de Melo - Opinião

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Há livros que nos esmagam, com os quais a leitura é uma luta em que nos sentimos perdedores.

O percurso foi longo. Pensei em desistir. Para não encarar a dor.

Mas a grandeza de um livro como este revela-se nas páginas percorridas, na forma marcante como foi ficando em mim.

Fica o prazer da escrita perfeita, que obriga a crescer. O avistar da última página é inesquecível, pela sensação de chegar à meta. E por saber que, como leitora, não serei a mesma.

Sinopse

“Uma saga que irresistivelmente arrasta o leitor ao longo de cinco mundos, vividos e pensados através da obsessiva busca da felicidade que move os seus protagonistas. Concebida polifonicamente como a descrição dos vários modos de viver a amargura que medeia entre o abandono da terra e o retorno ao domínio do que é familiar, esta peregrinação possível em tempos de escassez de aventura é a definitiva lição de que o regresso se não limita a perfazer o círculo e constitui uma visão fascinante do Portugal que todos, de uma maneira ou de outra, conhecemos.”

D. Quixote, 2000

Novembro 11, 2015

Revista Gerador #6 - Patrimónios

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A Revista Gerador #6 já está à vossa espera. Comprem-na no site Gerador, ou nos vários pontos de venda como a Fnac ou a Vida Portuguesa.

Descubram os nossos Patrimónios com os óculos postos! Esta edição é a 3D e é muito melhor lida com os óculos que a acompanham. Este número, original e diferente de tudo, leva a cultura para outra dimensão.

Eu também lá estou, escrevi sobre Os Maias, esse enorme Património Literário.

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Novembro 10, 2015

Bem-vindos a esta noite branca, de Gonçalo Naves

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"Há pessoas que se vão embora de nós. Se calhar é-nos isso pior que morrerem, não que se deseje a morte a alguém mas a verdade é que quando alguém se vai embora de nós e continua presente nos outros é como se nos passasse a flutuar por cima da cabeça e nos acompanhasse para tudo o que é sítio. Flutua-nos em cima e carrega pedaços de tempo que nos faltam, há tempos que nos faltam, há tempos que me faltam, tempos que me hão de faltar e que por muito que os disfarce com contentamentos de vária ordem sempre aqui estarão espalhando-me grãos de saudade por todo o corpo e lembrando-me das minhas desatenções passadas. Penso nisso com pena, ao menos que me previnam de desatenções futuras, nunca é tarde para se ser melhor do que se foi ontem."

“Bem-vindos a esta noite branca” é o primeiro livro de Gonçalo Naves e está á venda em formato e-book. Podem encontrá-lo aqui:

Leyaonline

Kobo

Amazon

 Sinopse

"Bem-vindos a esta noite branca" mostra-nos o percurso de uma família portuguesa assolada pela doença aparentemente incurável de um filho acabado de nascer. A partir desse ponto, os seus membros entram em colisão uns com os outros, traem, mentem, deixam de se encontrarem a eles mesmos, percorrem uma espiral recessiva que nos faz duvidar do próprio sentido que damos à palavra família. O romance traz-nos o sofrimento dos hospitais, a dor da morte, da velhice, as consequências da ignorância do Homem. Todavia, é também um espelho de amor, de amizade, da ingenuidade juvenil e, em último ponto, de nós mesmos. "Bem- vindos a esta noite branca" mostra-nos a ignorância de ser pessoa, a incapacidade de lidar com o diferente e oferece-nos um pequeno olhar sobre as diferenças de tratamento entre as classes. É, assim, capaz de nos trazer o melhor e pior da espécie Humana, podendo ser considerado como um redondo falhanço.