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planetamarcia

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Setembro 29, 2015

Os Números que Venceram os Nomes - Samuel Pimenta - Opinião

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Os números já venceram os nomes.

No livro de Samuel Pimenta tudo acontece no futuro. Mas todos sabemos. Todos sentimos. Que somos números.

Pode não ser no sentido literal, pois todos temos (ainda) os nossos nomes, mas a verdade é que os números já lhes levam um grande avanço. E é sobre isto que Samuel escreve, não só acerca da perda de identidade, mas, acima de tudo desse caminho sem volta como pequenas peças numeradas na sociedade.

O trabalho é um bom exemplo, talvez dos melhores. Cada vez mais sentimos que somos apenas máquinas programadas a executar tarefas, de quem se esperam resultados de acordo com os objectivos “propostos”; muitas vezes os nossos e-mails já nem têm os nossos nomes de modo a poderem ser “reutilizados” pelo próximo número, aquele que nos vai substitui se for preciso apagar a nossa passagem. Sabemos que é assim. Que nos devemos defender não criando laços, não fazendo amigos, não envolvendo sentimentos que possam atrapalhar o nosso bom profissionalismo. Participamos do lado dos números, por defesa mas em consciência, no apagamento dos nomes.

Está visto que o que mais gostei neste livro foi o tema. Pela actualidade (futurismos à parte); pela lucidez do autor, um observador que constrói (ou desconstrói) e trabalha uma boa ideia que, quanto a mim, poderia ser mais profundamente abordada. Ou seja, eu queria mais deste “ Os Números que Venceram os Nomes”. Queria que não tivesse terminado tão rápido, a fluidez da escrita leva-nos num instante até à última página. Queria, portanto, mais páginas, maior complexidade com (ainda) mais achas para esta fogueira polémica. Este livro é um ponto de partida para discussões que não se gastam, não terminam e enriquecem aqueles que, apesar de tudo, insistem em viver de olhos abertos.

Agora, Samuel, é continuar.

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Sinopse

“Num futuro distante, comprovada matematicamente a existência de Deus, os homens são obrigados a trocar os seus nomes por números. Ergue-se uma ditadura global, em que todos são controlados e descaracterizados, uma sociedade de uma única religião, em que os algarismos definem tudo – pessoas, países, ruas, animais -, em detrimento da essência de cada um.

Os Números Que Venceram os Nomes, Samuel Pimenta consegue, com uma destreza literária que nos prende do início ao fim, contar uma história empolgante, que, embora passando-se num futuro imaginário, questiona muitos dos problemas das sociedades contemporâneas – a substituição estéril de um mundo espiritual por uma realidade puramente material.”

Marcador, 2015

Setembro 21, 2015

Marcador - Os Números que Venceram os Nomes, de Samuel Pimenta

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Em Os Números Que Venceram os Nomes, Samuel Pimenta consegue, com uma destreza literária que nos prende do início ao fim, contar uma história empolgante, que, embora passando-se num futuro imaginário, questiona muitos dos problemas das sociedades contemporâneas – a substituição estéril de um mundo espiritual por uma realidade puramente material.

Num futuro distante, comprovada matematicamente a existência de Deus, os homens são obrigados a trocar os seus nomes por números. Ergue-se uma ditadura global, em que todos são controlados e descaracterizados, uma sociedade de uma única religião, em que os algarismos definem tudo – pessoas, países, ruas, animais -, em detrimento da essência de cada um.

SAMUEL PIMENTA nasceu a 26 de Fevereiro de 1990, em Alcanhões, Santarém. Começou a escrever com dez anos e licenciou-se em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa. Em 2012, venceu o Prémio Jovens Criadores na vertente de Literatura, promovido pelo Governo de Portugal e pelo Clube Português de Artes e Ideias. Recebeu, em 2014, a Comenda Luís Vaz de Camões, atribuída pela “Literarte – Associação Internacional de Escritores e Artistas”, no Brasil, assim como o Prémio Liberdade de Expressão 2014, atribuído pela Associação de Escritores de Angra dos Reis, Brasil. Tem participado em diversas conferências e encontros literários nacionais e internacionais e tem colaborado com publicações em Portugal, Brasil, Angola, Moçambique e Galiza. Atualmente, divide-se entre Lisboa e o Ribatejo, é cronista e escreve regularmente para o seu blog pessoal.

Setembro 15, 2015

VOGAIS: Portugueses nos Campos de Concentração Nazis, da jornalista Patrícia Carvalho

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Portugal adotou uma posição neutral durante a Segunda Guerra Mundial, mas isso não significa que os seus cidadãos se tenham mantido à margem do conflito que devastou a Europa pela segunda vez no mesmo século, depois da guerra de 1914–1918. Ao mesmo tempo que, no território nacional, se desenvolviam as contradições de uma política espartilhada entre alguma simpatia por Adolf Hitler e a antiga amizade com Inglaterra, com Salazar a fazer tudo para manter o país fora do conflito, os portugueses que tinham emigrado para França sentiam na pele os efeitos da ocupação, dos bombardeamentos e das prisões.

Enquanto Lisboa era solo fértil para os espiões, e os refugiados que conseguiam ultrapassar os entraves da política salazarista aguardavam por um barco que os levaria para outros destinos, havia portugueses a juntarem-se à Resistência ou a serem apanhados em buscas a aldeias francesas, que culminavam na detenção de todos os homens que não fossem jovens ou velhos demais para trabalhar a favor do esforço de guerra alemão. Enquanto Portugal era palco de trocas de prisioneiros de guerra, alguns portugueses desapareciam no sistema de campos de concentração nazis.

Portugueses nos Campos de Concentração Nazis resulta de uma investigação que deu também origem à reportagem homónima vencedora, entre outros, do prémio Melhor Reportagem Multimédia atribuído em 2014 pelo Observatório do Ciberjornalismo. O objetivo dessa reportagem foi, em primeiro lugar, descobrir se tinham existido portugueses nos campos de concentração e, em segundo, confirmada a sua existência, contar as suas histórias.

Este é um trabalho fundamental, que dá a conhecer factos inéditos sobre os portugueses que, nascidos de norte a sul do país, tiveram passagem, muitas vezes fatal, pelos infames campos disseminados pelo nazismo.

Patrícia Carvalho é jornalista desde 1997 e trabalha no jornal Público desde 2008. Antes, trabalhou em vários jornais e revistas, como O Comércio do Porto, a Grande Reportagem, a Visão ou a Sábado.

O seu primeiro contacto com o jornalismo foi, contudo, com o Jornal de Letras, Artes e Ideias, onde estagiou e com o qual colaborou durante algum tempo. Nascida em 1975, no Porto, mudou-se para Lisboa para se licenciar em Ciências da Comunicação, na Universidade Nova. No final do curso quis regressar a casa e é a partir do Porto que tem exercido a sua atividade profissional. Este é o seu primeiro livro.

Setembro 15, 2015

Porto Editora - João Pedro Marques - "Do Outro Lado do Mar", uma viagem por Angola, Brasil e Portugal

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A 21 de setembro, a Porto Editora publica Do Outro Lado do Mar, um novo romance de João Pedro Marques, que nos leva numa viagem impiedosa, de África ao Brasil. Tendo como pano de fundo a escravatura na primeira metade do século XIX, João Pedro Marques faz um retrato duro deste universo, tema em que baseou grande parte da sua carreira de investigador, acrescentando-lhe uma dose de histórias de intriga, vingança e romance.

Tudo começa na Primavera de 1833. Profundamente abalado por um desgosto de amor, o doutor Vasco Lacerda decide abandonar Lisboa para tentar curar o coração ao sol de uma nova vida, nos trópicos. Contudo, no decurso da sua viagem, vê-se arrastado, contra vontade, para o mundo da escravatura e toma contacto direto com realidades de que já ouvira falar, mas que nunca tinha sentido e percebido na sua verdadeira natureza. E trava, também, conhecimento com a gente que, para o melhor e o pior, povoa esse bárbaro mundo.
Do Outro Lado do Mar leva-nos numa viagem emocionante por esse universo, dos sertões de Angola às fazendas do Brasil, do ventre do navio negreiro à fábrica de açúcar, e mostra-nos como mesmo nos sítios mais improváveis e nas situações mais extremas podem nascer e crescer a solidariedade, a abnegação e fortíssimas relações de amor.

Setembro 12, 2015

Mulheres de Cinza, o novo livro de Mia Couto

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A Editorial Caminho acaba de enviar para impressão o romance Mulheres de Cinza, o novo livro de Mia Couto

Este romance – Mulheres de Cinza - é o primeiro livro de uma trilogia, “As Areias do Imperador”, sobre os derradeiros dias do chamado Estado de Gaza, o segundo maior império em África dirigido por um africano. Ngungunyane (ou Gungunhane como ficou conhecido pelos portugueses) foi o último dos imperadores que governou toda a metade Sul do território de Moçambique. Derrotado em 1895 pelas forças portuguesas comandadas por Mouzinho de Albuquerque, o imperador Ngungunyane foi deportado para os Açores onde veio a morrer em 1906. Os seus restos mortais terão sido trasladados para Moçambique em 1985.

Existem, no entanto, versões que sugerem que não foram as ossadas do imperador que voltaram dentro da urna. Foram torrões de areia. Do grande adversário de Portugal restam areias recolhidas em solo português.

A editora prevê publicar em 2016 e 2017 os dois restantes romances desta trilogia. O livro Mulheres de Cinza chega às livrarias no dia 17 de outubro.

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