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planetamarcia

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Novembro 24, 2013

Passatempo - Os Anjos Morrem das Nossas Feridas, de Yasmina Khadra

 

Há algum tempo arredada dos passatempos, regresso com “Os Anjos Morrem das Nossas Feridas” de Yasmina Khadra.

Com o apoio da Bizâncio, que desde já agradeço, podem ganhar 1 exemplar de “Os Anjos Morrem das Nossas Feridas”, uma das novidades deste mês.

Por favor digam qual o romance do autor que recebeu o Prémio de melhor livro do ano 2008 para a Lire.

O Passatempo decorre até às 23h59 do próximo dia 30 de Novembro.

As respostas deverão ser enviadas para o e-mail marciafb@net.sapo.pt , sempre com informação de nome e morada. O nome do premiado será anunciado aqui no blogue; o vencedor será também informado por e-mail.

Serão apenas aceites participações de residentes em Portugal, e uma por participante e residência.

Boa sorte a todos! Participem!

Novembro 24, 2013

O Último Livro - Zoran Zivkovic - Opinião

 

Li “O Último Livro” com entusiasmo moderado. Sempre expectante num desenvolvimento surpreendente ou num final inesperado, confesso que foi uma leitura muito “morna” para as expetativas criadas.

Altamente recomendado e alvo de opiniões muito positivas, foi com alguma tristeza que, chegada ao fim do livro, me senti um pouco indiferente a este policial livresco passado numa livraria e que até tem um polícia bibliófilo a investigar os crimes. Tem todos os ingredientes de que eu gosto, lê-se muito bem e revela uma grande criatividade por parte do autor, mas de alguma forma não chegou até mim como eu gostaria.

Umas horas de bom entretenimento mas não mais do que isso. De qualquer modo, como quero ler “O Escritor Fantasma”, não vou desistir já de Zoran Zivkovic.

Sinopse

“Uma série de mortes misteriosas na Livraria Papyrus conduz o inspector Dejan Lukic, aficionado por literatura, a uma investigação. Aqui ele encontra a atraente proprietária, Vera Gavrilovic, e descobre que a única relação existente entre as vítimas é o facto de momentos antes das suas mortes estarem a ler o mesmo livro – "O Último Livro".

Com a multiplicação do número de mortes aparentemente sem explicação, envolvem-se no caso a Agência de Segurança Nacional – uma seita secreta e apocalíptica, e um exótico salão de chá; ao mesmo tempo a crescente ligação entre Dejan e Vera é ameaçada por pesadelos e uma eminente sensação de perigo. Estará um louco apaixonado por literatura à solta, assassinando leitores de acordo com o método apresentado em "O Nome da Rosa"?

Numa corrida contra o tempo, o inspector Lukic precisa de descobrir o segredo do Último Livro e também porque sente que já leu algures tudo o que lhe está a acontecer. O desenlace extraordinário revela verdades escondidas sobre o choque de diferentes realidades, e o incrível poder da imaginação.”

Cavalo de Ferro, 2011

 

Lido através da  Roda dos Livros – Livros em Movimento

Novembro 17, 2013

Morte na Arena - Pedro Garcia Rosado - Opinião

 

Bastante diferente de “Morte com Vista para o Mar”, “Morte na Arena” representa um salto qualitativo em relação ao romance anterior. Pedro Garcia Rosado continua a surpreender-me, e desta vez o nível de detalhe e realismo das descrições elevou bastante a fasquia do propósito de um policial. Muita emoção, situações limite e confirmam-se as cenas chocantes do aviso da capa.

Adequado a quem não se impressiona com muita morte, pois neste livro a pestilência salta das páginas para o nosso nariz. Um nível de detalhe que impressiona mas não desagrada, pelo menos quem aprecia o estilo e gosta de muita emoção, de ler muitas páginas como se não houvesse amanhã. Neste caso houve, pois li o livro em dois dias.

Não é fundamental que se leia “Morte na Arena” na sequência de “Morte com Vista para o Mar” mas é conveniente que assim seja, dado que esta é mais uma investigação de Gabriel Ponte. A vida pessoal de Gabriel tem novamente um grande peso neste romance e alguns desenvolvimentos surpreendentes.

Em Setembro passado participei num passeio pelas “cenas do crime” deste livro, numa iniciativa da editora e do autor, o grupo de que fiz parte conheceu todos os locais-chave da trama, o que me permitiu uma visualização da história de uma forma completamente diferente mas muito mais real. Pudemos também visitar e saber mais sobre o subsolo da Baixa de Lisboa, que me deu uma perspectiva excelente das cenas passadas nos subterrâneos, e me permitiu perceber o que motivou o autor a criar uma cidade debaixo da cidade que conhecemos. Uma ideia interessante mas muito assustadora.

Um livro que me convenceu e que me agradou. E que confirma Pedro Garcia Rosado com um talentoso escritor de policiais, sem receio de explorar alguns limites dos nossos medos.

Sinopse

“Quatro homens aparecem mortos num prédio devoluto, ao lado de um braço decepado que não pertence a nenhum deles. Com o passar dos dias começam a surgir outros membros humanos espalhados por Lisboa, até ser evidente que são partes do corpo de uma jovem de dezasseis anos, filha de um dirigente político, que foi assassinada e que estava desaparecida havia meses. 
As investigações destes casos estão a cargo da inspetora-coordenadora da PJ, Patrícia Ponte, ex-mulher de Gabriel Ponte, que enfrenta agora obstáculos dentro da própria PJ, além da pressão do ex-marido, que quer informações sobre o caso, e da jornalista Filomena Coutinho, que foi a causa da separação deles. 
Os três acabam por descobrir um inferno escondido nos túneis subterrâneos de Lisboa: uma arena onde especialistas em combate corpo a corpo massacram homens e mulheres, numa imitação dos combates de gladiadores da Roma Antiga.”

Topseller, 2013

 

Lido através da Roda dos Livros - Livros em Movimento

Novembro 17, 2013

A Misteriosa Mulher da Ópera - Afonso Cruz, Alice Vieira, André Gago, Catarina Fonseca, David Machado, Isabel Stilwell e José Fanha

 

Um desafio. Sete autores. Catorze mãos. Sete personagens inesquecíveis. Uma história única.

Uma trama arrebatadora, passada entre as avenidas de Paris, a Rua Heróis de Quionga, o Teatro Nacional de São Carlos, o cais de Xabregas e um cacilheiro que parte para Veneza deixando um cadáver para trás.

Caríssimos leitores, uma recomendação que vai direita ao vosso coração: lede e não tenhais receio de chorar pois as páginas que ireis devorar levaram um tratamento psicoquímico que as deixa totalmente imunes à bendita humidade das vossas lágrimas.

Nas livrarias a 26 de Novembro

Novembro 15, 2013

O Lago Avesso - Joana Bértholo - Opinião

 

Uma experiência de leitura completamente diferente. Um livro bonito e muito visual, que conta uma história que se pode ler e ver. Uma capa fantástica que me atraiu de imediato. Esteticamente convenceu-me logo, coisa rara e perigosa, pois que num livro (e em tudo) a beleza não é o mais importante.

Sou uma leitora compulsiva. Leio livros avidamente, muitas vezes com pressa, não só por a história ser boa mas com vontade de ler mais, sempre mais livros.

“O Lago Avesso” fez-me ler com calma desde há muito tempo. Saboreando e relendo passagens que me agradavam, aproveitando a escrita da autora que considero ser profunda e de grande qualidade. Um estilo urbano feito de retalhos, de pedaços intemporais que o leitor vai juntando, por vezes fazendo esforço para perceber, por vezes perceber passa para segundo plano pois que em primeiro está aproveitar para ver, ouvir, cheirar e sentir tudo o que está escrito.

Por vezes complexo e confuso. Intenso. Um livro que manda no leitor, marcando o seu próprio ritmo.

“Lá de cima, goza de uma inigualável panorâmica sobre a cidade, de onde comtempla a cada dia o diálogo entre a comprida língua verde de um jardim e o seu estreito lago ao centro, que Ella imagina ser gigante e erroneamente apequenado pela distância. Consegue passar tempo imenso só a observar este lago: a imaginar a temperatura da água sobre a pele despida, e as diferentes tonalidades que ganhará nos diferentes dias de sol, chuva, neblina ou neve. Mas nunca lá foi. É que entre Ella e esse lago estende-se aquele jardim amplo, aberto – quase obsceno -, e estende-se a decisão de não o atravessar.” (Pág. 80)

“A sua presença só é relevante graças à sua ausência. Ele só aqui está porque um dia se negou a estar, ou melhor, ele só aqui fica porque um dia se foi. A sua maior pertinência é porventura a de se ter recusado a ser pertinente, e esse é o gesto mais radical que um personagem pode ter numa história – quando se recusa a deixar-se narrar.” (Pág. 136)

“Quando oficialmente sai da cama é para ir dançar, lá para baixo. Ou então para se deixar ficar horas a fio pela varanda, tendo o azul do céu como teto: o lago ao fundo, do palco, no seu avesso.” (Pág. 165)

“Não se torna com isto num homem extraordinariamente bom, nem particularmente justo, nem excepcionalmente ético. É, como todos os outros, mais um ninguém a verter café ensonado na oleada engrenagem urbana, perpetuamente atrasado para qualquer coisa importante, e desnecessária. Não inicia uma ONG que salva muitas vidas, nem dá aulas de yoga num centro de gente quase-quase-iluminada.” (Pág. 305)

Sinopse

“Ella Bouhart, coreógrafa consagrada, vive num sexagésimo quarto andar, no centro de uma metrópole, de onde avista um enorme jardim, ao fundo do palco, observa a cada dia as diferentes tonalidades de um lago. Esse lago representa o seu horizonte, até onde não é capaz de ir, os territórios da sua vida que se sente incapaz de ocupar. Isso, e o seu avesso.”

Caminho, 2013

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