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planetamarcia

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Julho 28, 2012

Contos do Nosso Tempo - Vários Autores - Esfera do Caos

Em traços livres e desassombrados, esta colectânea alimenta-se da matriz que nos deixaram os Grandes Mestres do Conto: o fulgor narrativo e a essencialidade da linguagem.
“O conto é uma forma literária encantadora”, disse Trindade Coelho, acrescentando: “E o maior assunto, ou o mais complexo, cabe no conto, pela mesma razão que nas proporções delicadas de uma miniatura pode caber, desafogado, um grande quadro.”
Nesta obra, cada autor, cada história, cada conjunto de histórias, assumiu o risco da sua própria liberdade criativa, assim como o desejo de escrever pelo puro prazer de escrever e a vontade de partilhar.
EMOÇÕES INTENSAS E DIVERSIDADE DE ABORDAGENS, EM PEQUENAS HISTÓRIAS PARA ENTRETER E FAZER SONHAR.
OS AUTORES:
Álvaro Gomes • Ana Fonseca da Luz • Ana Maria Domingues • António J. de Oliveira • Carlos Almeida • Carlos Vilela • Catarina Coelho • Cecília Vilas Boas • Cristina Correia • Daniela Pereira • Emílio Miranda • Humberto “Jimmy David” Oliveira • João Carlos Silva • João Pedro Duarte • Maria Eugénia Ponte • Maria Helena Almeida Lopes • Miguel Almeida • Nanda Rocha • Rúben De Brito • Sérgio Sá Marques • Vítor Fernandes
SOBRE O COORDENADOR:
Miguel Almeida. É autor de Um Planeta Ameaçado: A Ciência Perante o Colapso da Biosfera (Esfera do Caos, 2006), A Cirurgia do Prazer: Contos Morais e Sexuais(Esfera do Caos, 2010), O Templo da Glória Literária: Versão Poética (Esfera do Caos, 2010), Ser Como Tu(Esfera do Caos, 2011), Chireto: Uma Semana de Histórias para Contar ao Deitar (Lua de Marfim, 2011) e O Lugar das Coisas (Esfera do Caos, 2012). Publicou também, desta vez em co-autoria, Já não se fazem Homens como antigamente (Esfera do Caos, 2010) e coordenou a obraPalavras Nossas: Colectânea de Novos Poetas Portugueses(Esfera do Caos, 2011).

384 pp

Formato: 16 cm x 23,50 cm
PVP: 19,90 euros

Julho 25, 2012

Resultado do Passatempo "A Arca"

Já foi escolhido o vencedor do passatempo “A Arca”. Muitos parabéns ao Mário Dimas da Póvoa de Santo Adrião que enviou o seguinte texto:

 

“A Arca” acarreta em si a expectativa de nos conduzir num imaginário narrativo denso e rico de dramatismos pungentes, cruzados entre a Ásia Menor e a Grécia, entre conflitos, percas e fugas que farão cruzar os destinos improváveis de gentes nascidas em geografias tão díspares e longínquas.

Quando alguém decide abrir “A Arca” para contar a história dos seus antepassados e se depara com as memórias e os dramas religiosamente guardados como tesouros, revelando as mais íntimas motivações das personagens, cumprirá a sua missão central de nos fascinar, arrastando-nos para o âmago do romance, envolvendo-nos nas histórias e assim devolvendo definitivamente a memória às existências virtualmente esquecidos no fundo do baú do tempo?

Vou esperar (ansioso) para abrir “A Arca” da Victoria Hislop …”

 

Agradeço a todos os participantes e, claro, à Civilização Editora por apoiar e tornar possíveis estas iniciativas.

O vencedor foi contactado por e-mail. Boas leituras!

Julho 25, 2012

Porque choramos quando cortamos uma cebola? Hoje no Pavilhão do Conhecimento e amanhã lançamento oficial

A Esfera dos Livros, Teresa Firmino e Filomena Naves, autoras do livro Porque choramos quando cortamos uma cebola, juntaram-se ao Pavilhão do Conhecimento para comemorar os seus 13 anos de existência.

Hoje os visitantes do Pavilhão poderão disfrutar de actividades inspiradas no livro Porque choramos quando cortamos uma cebola às 10h30 e às 17h30. A entrada é gratuita. Aproveite para levar os seus filhos à  descoberta da ciência e do conhecimento.

Amanhã, 26 de Julho, a obra é apresentada na Bertrand do Chiado. 

Julho 24, 2012

... há sempre um caminho que nos leva de volta a casa.

A Casa dos Dias Felizes é o novo livro de Nancy Thayer, a autora do romance do verão passado A Praia da Memória. Juntando três gerações de mulheres fortes, cada qual debatendo-se com decisões cruciais, o luminoso romance de Nancy Thayer prova ao leitor que, independentemente dos caminhos por onde a vida os conduz, o amor arranja sempre forma de os guiar até casa. 

«Este romance está recheado de um encanto realista e a sua escrita revela uma imensa ternura.»  The New York Times

«Se quer um bom livro para ler na praia, agarre num exemplar de A Casa dos Dias Felizes.»  Armchair Interviews

«Thayer tem a capacidade de criar personagens cativantes que se debatem com problemas com que muitos leitores se identificarão.»  The Boston Globe

Tradução de Eugénia Antunes

PVP: 16,90 € 

384 Páginas

Julho 24, 2012

Novo romance de Júlio Magalhães - "Não nos Roubarão a Esperança"

Não nos roubarão a esperança é o título do mais recente romance de Júlio Magalhães. Depois dos anteriores bestsellers, o jornalista e escritor Júlio Magalhães leva-nos até ao cenário da Guerra Civil Espanhola para nos contar a história de dois portugueses, dois irmãos, sangue do mesmo sangue, separados por convicções diferentes. Duarte e Pedro, que partem para o país vizinho, para combater em diferentes lados da barricada. Um ao lado dos nacionalistas e o outro dos republicanos. Contudo, para além da violência e do drama do conflito, estes dois irmãos irão encontrar o amor.

Baseado numa rigorosa investigação histórica, este romance narra o nascimento de um grande amor que terá de provar ser mais forte do que o ódio. 

Júlio Magalhães é atualmente diretor-geral do Porto Canal. Jornalista, foi pivot e diretor de informação da TVI. É autor de Os Retornados – Um Amor Nunca se Esquece, Um Amor em Tempos de Guerra, Longe do Meu Coração, Por Ti, Resistirei, bestsellers com mais de 150 mil exemplares vendidos.

Nascido no Porto a 7 de fevereiro de 1963, foi para Angola com sete meses, tendo vivido um ano em Luanda e onze em Sá da Bandeira (Lubango). Em 1975 regressou para Portugal, mais precisamente, para a cidade do Porto.

Julho 24, 2012

Dom Quixote e Goethe-Institut trazem Herta Müller a Lisboa em Setembro

A escritora Herta Müller, vencedora do Prémio Nobel da Literatura em 2009, estará em Lisboa, de 10 a 14 de Setembro, a convite da Dom Quixote e do Goethe-Institut, para apresentar o romance Já Então a Raposa Era o Caçador. A sessão de apresentação da obra está marcada para dia 13 de Setembro, às 18h30, no Goethe-Institut, e será seguida por uma conversa com a escritora Lídia Jorge, moderada por João Barrento.

Antes disso, a partir do dia 6 de Setembro, estará patente, na Biblioteca Camões, a exposição O Círculo Vicioso das Palavras, que documenta o percurso da autora, desde a sua infância na Roménia até à atribuição, em 2009, do Prémio Nobel da Literatura.

A obra literária de Herta Müller está atravessada pelos horrores do totalitarismo e os efeitos que os mecanismos de manipulação e opressão provocam na vida de cada indivíduo. Herta Müller, nascida em 1953 numa aldeia de minoria alemã na Roménia, escreve sobre uma realidade que ela conhece desde pequena: o seu pai fora oficial das SS, a sua mãe pertenceu aos milhares de romenos alemães que foram deportados para os campos de trabalhado forçado na União Soviética e até o seu nome próprio deve-se a uma amiga da mãe que morreu à fome no Gulag. Em jovem, Herta Müller fez parte de um grupo de autores contestatários do regime, intitulado “Banat” e, mais tarde, veio a perder o seu emprego como tradutora numa fábrica de máquinas por se ter recusado a colaborar com a polícia secreta do regime, a Securitate.

A sua estreia literária, em 1982, com o livro de contos Niederungen, que descreve a vida asfixiante numa aldeia de minoria alemã, a partir do olhar de uma criança, foi de imediato censurada pelo governo comunista da época. Mesmo depois de se ter exilado em 1987, na Alemanha, a escritora continuava a receber ameaças de morte.

No romance Já Então a Raposa era o Caçador, que a Dom Quixote agora publica, e que chegará às livrarias a 10 de Setembro, a Nobel da Literatura recria o ambiente opressivo e angustiante, durante os últimos dias do regime totalitário de Nicolae Ceaucescu. A acção decorre num subúrbio na Roménia e a história gira em torno da professora Adina e a sua amiga Clara, uma operária fabril que se apaixona por um agente da polícia secreta. Quando o agente manda vigiar o grupo de músicos do qual Adina faz parte, a amizade entre as duas mulheres desfaz-se. É então que, em casa de Adina, aparece uma pele de raposa que progressivamente vai sendo mutilada e a professora sabe que está a ser ameaçada pela polícia secreta romena.

No âmbito da vinda a Lisboa de Herta Müller, o Goethe-Institut organizou a exposição O Círculo Vicioso das Palavras, que poderá ser visitada entre os dias 6 e 28 de Setembro na Biblioteca Camões. Esta mostra reúne documentos e fotografias pertencentes ao património da família de Herta Müller e contempla ainda entrevistas onde a escritora fala sobre a sua vida na Roménia e na Alemanha, sobre a sua emigração e a sua escrita. A exposição integra ainda documentos dos serviços secretos da Securitate e colagens de Herta Müller, criadas a partir dos anos 80 e que revelam uma faceta menos conhecida da sua vida e obra.

Herta Müller ganhou notoriedade internacional a partir dos anos 90, quando os seus trabalhos começaram a ser traduzidos para mais de 20 idiomas. Para português foram traduzidos os livros O Homem é um Grande Faisão Sobre a Terra e A Terra das Ameixas Verdes.

Com a chancela da Dom Quixote, recorde-se, foram publicados os seguintes romances:

Tudo o Que Eu Tenho Trago Comigo (Junho 2010)

Roménia no fim da guerra. A população alemã vive com medo. “Eram 3 da madrugada do dia 15 de Janeiro de 1945 quando a patrulha me foi buscar. O frio apertava, estavam -15º C.” O jovem narrador começa assim o seu relato. Tem cinco anos diante de si, dos quais ainda nada sabe. Cinco anos, ao fim dos quais regressa um homem diferente. Herta Müller relata experiências que marcam os sobreviventes para toda a vida. Foi a partir de muitas conversas com Oskar Pastior, e outros sobreviventes do campo de trabalho, que a escritora reuniu o material que está na base deste grande romance. “Os livros de Herta Müller desencadeiam uma torrente poética que arrebata a mente do leitor”, escreveu Andrea Köhler no jornal Neue Zürcher Zeitung, “a sua linguagem é talhada numa outra cepa, diferente da plantinha mimada que caracteriza largos sectores da literatura alemã contemporânea”. Através da história profundamente individual de um homem jovem, consegue narrar-nos, com a força de imagens inesquecíveis, um capítulo ainda quase desconhecido da história europeia.

Hoje Preferia Não Me Ter Encontrado (Agosto 2011)

“Fui intimada.” Na viagem de eléctrico que a leva às instalações da Polícia Secreta, hora marcada, dez em ponto, a jovem narradora vê a sua vida passada em revista: a infância na cidade de província, a fixação semierótica do pai, a deportação dos avós, o casamento ingénuo com o filho do “comunista perfumado”, a felicidade precária que vive com Paul, apesar do fardo que a bebida impõe ao amor que ela lhe dedica. No exterior: marcações intransigentes, paragens, passageiros que entram e saem, o desfilar das ruas. Tudo pretende distrair a sua atenção, que constantemente regressa ao ponto de partida: “Fui intimada.” Quase chegada ao destino, levanta-se de repente uma altercação no carro eléctrico que leva o guarda-freio a saltar precisamente a paragem em que devia sair. Vê-se então numa rua desconhecida, onde descobre Paul com um velho de aspecto suspeito. Decide então não comparecer ao interrogatório.

Em Hoje Preferia Não Me Ter Encontrado, Herta Müller interroga tudo, de forma dura e sem piedade, não se colocando no exterior do objecto de análise. Todos são vítimas e culpados da alienação da liberdade individual. Os vigiados também vigiam e os vigilantes têm medo de ser vigiados.

Herta Müller, nascida em 1953, em Nichidorf (Roménia), vive em Berlim desde 1987. Estudou Filologia alemã e romena em Temeswar e, desde 1995, é membro da Academia Alemã de Língua e Literatura de Darmstadt, Antes de ir para a Alemanha, Herta Müller esteve exposta continuamente aos interrogatórios, registos domiciliários e ameaças da Securitate, o Serviço Secreto romeno.

Entre os prémios que recebeu, destacam-se o Impac Dublin Literary Award, em 1998, o de Literatura de Berlim 2005, o Würth de Literatura Europeia 2005, o de Literatura de Walter Hasenclever 2006, o Franz Werfel de Direitos Humanos 2009, o Prémio Nobel de Literatura, em 2009, e o Hoffmann von Fallersberg 2010.

Julho 22, 2012

A Arca - Victoria Hislop - Opinião

Victoria Hislop é uma exímia contadora de histórias, já o sabia desde que li “A Ilha”, romance belíssimo que me marcou e encantou.

“A Arca” segue a linha da construção de um romance interessante e muito cativante, com uma forte componente histórica, na qual se enquadram os percursos das personagens. Por vezes, mais do que a história das personagens, “A Arca” é a história de uma cidade: Tessalonica é, no decorrer de 90 anos, o palco de encontros e desencontros, catástrofes naturais, guerras, viagens e da busca constante do que realmente importa.

Maravilhou-me, confesso. No decorrer desta leitura senti que fazia parte de toda esta ação. Acho mesmo que supera “A Ilha”, que tinha colocado a fasquia muito alta antes de ler este livro. Interessam-me muito os relatos acerca da II Guerra Mundial, as descrições das perseguições ao povo Judeu e o horror vivido consequência do extermínio. Nunca tinha lido nada sobre a ocupação da Grécia pelos nazis, portanto ficar a conhecer esta vertente histórica foi para mim muito compensador. Mas no decorrer de 90 anos muita coisa acontece, e apesar da fase da ocupação Alemã ter sido a mais marcante, A Grécia já tinha vivido situações de guerras e dificuldades antes disso. Não se poderá falar numa perseguição tão feroz como a que foi feita aos Judeus, mas “a troca” de habitantes que se verificou entre Cristãos e Muçulmanos, obrigando a uma ocupação diferente da Grécia e da Ásia Menor, já tinha provocado, anos antes, o primeiro colapso entre povos que habitavam em harmonia a mesma cidade, apesar das suas distintas opções religiosas.

Em tempos, Tessalonica foi habitada por Cristãos, Muçulmanos e Judeus. Interessante a forma como a autora descreve o dia-a-dia de famílias de origens tão diferentes que vivem e criam laços de amizade sem nunca se deixarem perturbar pelas suas diferenças. A verdade é que a separação é orientada sempre por motivos sociopolíticos, que obrigam ao afastamento definitivo de pessoas que viviam quase como família, que em algumas situações dependiam uns dos outros por motivos profissionais; no fundo demonstra que o preconceito e o racismo estiveram sempre na base de decisões que arrasaram por diversas vezes a cidade. Pois, apesar das catástrofes descritas, como o incêndio logo no início, foi possivelmente a desertificação provocada pelos sucessivos abandonos (forçados) da grande massa dos seus habitantes, que vieram a provocar o caos social e económico, os anos de extremas dificuldades, a fome.

Sabemos desde o início que Katerina e Dimitri são o par romântico desta narrativa, na medida em que tudo começa em 2007, quando ambos começam a contar o seu percurso ao neto. Pelo que, acompanhei todo o livro expectante por saber como acabariam por ficar juntos, dado todos os acontecimentos e infortúnios, não só políticos como também familiares. De origens muito diferentes, Dimitri nasceu e cresceu com uma situação económica muito confortável, ao contrário de Katerina que chegou a Tessalonica perdida da família, num dos barcos do que pode ser chamado de “êxodo social forçado” que já referi.

Adorei acompanhar o crescimento, não só de Katerina e Dimitri, mas também das outras crianças suas amigas. Num cenário multicultural sustentado pela verdadeira amizade, pude constatar como o ser humano pode enriquecer se não se deixar levar por teorias preconceituosas ocas, e como tem a ganhar de desejar aprender, se quiser construir pontes em vez de muros. Dei por mim tantas vezes a pensar como os mais sérios problemas do mundo têm na sua base a mesquinhez e tacanhez humana.

O símbolo da superioridade que o ser humano pode alcançar é, neste caso, a arca. Um objeto que guarda ao longo dos anos o que restou dos tempos verdadeiramente felizes destas pessoas, e cujos guardiães, movidos pela nobreza da amizade, desejam um dia entregar aos seus justos donos.

Impossível citar todos os pormenores fantásticos que, conjugados, fazem de “A Arca” uma leitura tão completa. Gostei da sensação que Katerina transmite quando está trabalhar. É algo que sinto que deixámos de procurar, retirar prazer de aprender um ofício e desempenhá-lo cada vez melhor. Com um talento inato para a costura e bordados, Katerina é verdadeiramente feliz no seu trabalho, rapidamente se torna a melhor “modistra” da cidade. O reconhecimento aliado à vontade que ela tem de ser sempre melhor é algo reconfortante e que pode levar-nos a meditações sobre a melhor forma de ocupar o nosso tempo, e de investirmos em nós próprios. O gosto aliado à perfeição do trabalho; o esforço aliado ao sucesso.

Por outro lado Dimitri passa a quase todos os anos ausente, fugido. Desde cedo com ideais radicalmente opostos ao do seu pai, com uma mãe submissa no casamento, Dimitri vai em busca daquilo em que acredita, sempre com um conceito muito definido de justiça e pátria. O que faz é pelo seu país, mas acaba por se ver encurralado pelas suas próprias ações nobres dada a instabilidade política e constantes mudanças de regime.

Hislop oferece uma leitura constante e consistente, continuamente interessante. Não há uma única página maçadora, são 400 páginas de uma conjugação equilibrada e brilhante de Romance e História. “A Arca” fica com o leitor muito depois de se fechar a última página. Eu tenho a certeza que vai ser assim comigo.

Recomendado sem qualquer reserva.

Sinopse

“Tessalonica, 1917. No dia em que Dimitri Komninos nasce, um incêndio devastador varre a próspera cidade grega, onde cristãos, judeus e muçulmanos vivem lado a lado. Cinco anos mais tarde, a casa de Katerina Sarafoglou na Ásia Menor é destruída pelo exército turco. No meio do caos, Katerina perde a mãe e embarca para um destino desconhecido na Grécia. Não tarda muito para que a sua vida se entrelace com a de Dimitri e com a história da própria cidade, enquanto guerras, medos e perseguições começam a dividir o seu povo. Tessalonica, 2007. Um jovem anglo-grego ouve a história de vida dos seus avós e, pela primeira vez, apercebe-se de que tem uma decisão a tomar. Durante muitas décadas, os seus avós foram os guardiões das memórias e dos tesouros das pessoas que foram forçadas a abandonar a cidade. Será que está na altura de ele assumir esse papel e fazer daquela cidade a sua casa?”

Civilização Editora, 2012

Julho 22, 2012

O Exílio do Último Liberal - De Coimbra a Londres, dos divodignos ao roubo de cadáveres: eis o novo romance histórico de Sérgio Luís de Carvalho

 

«Naquele ano de 1832 erguiam-se forcas em Portugal e fábricas em Inglaterra. Irmanadas na paz, na guerra e na mútua desconfiança por um velho tratado de cinco séculos, as duas nações pareciam agora unir-se também pelas artes da construção civil e da engenharia. Porém, enquanto na pátria de D. Miguel eram toscos cadafalsos que se erguiam nas praças e nas encruzilhadas, na terra de Guilherme IV eram oficinas, minas e usinas que distribuíam a riqueza e a pobreza em doses desiguais.

Enfim, num lado reprimia-se a Revolução Liberal; no outro, impunha-se a Revolução Industrial. A verdade, todavia, é que pereciam mais pessoas nas fábricas do que nas forcas; e dentro daquele espírito prático tão próprio dos países prósperos, até os mortos ingleses tinham a sua utilidade. Afinal, como afirmaria poucos anos depois um escritor que consumia as insónias deambulando pelos becos de Londres: «Era o melhor dos tempos, era o pior dos tempos.» in Prólogo

Baseado em factos reais, O Exílio do Último Liberal parte do mistério dos divodignos – uma sociedade secreta criada por estudantes de Coimbra que os partidários absolutistas de D. Miguel perseguem com encarniçado ódio – e das lendárias histórias de roubos de cadáveres para mergulhar o leitor num ambiente marcado pela Revolução Industrial, pelas brumas de uma nação envolta em progresso e em miséria.

É aí que vive Salvador, um jovem português que se torna assistente de um médico anatomista do hospital londrino de São Tomás. Necessitado de dinheiro, o exilado liberal aceita tornar-se ressurrecionista, isto é, ladrão de cadáveres. O seu quotidiano é assim passado entre os bairros pobres, entre os seus pares que também anseiam pela queda de D. Miguel, e entre as suas tarefas no hospital. Contudo, Salvador esconde um segredo que lhe atormenta a alma; um segredo capaz de comprometer o seu regresso a Portugal e que ele tenta, em vão, esquecer.

Na confluência destes dois mundos e com o rigor histórico a que já habituou os seus leitores, Sérgio Luís de Carvalho construiu os pilares de uma história ora trágica ora pícara que, envolta no fog londrino, dá a conhecer um pouco melhor este período da História nacional.

Sérgio Luís de Carvalho nasceu em Lisboa em 1959. Em 1990 publicou o seu primeiro livro – Anno Domini 1348 – a que se seguiram As Horas de Monsaraz (1997), El-Rei Pastor (2000), Os Rios da Babilónia (2003), Retrato de S. Jerónimo no seu Estúdio (2006), Os Peregrinos sem Fé (2007), O Retábulo de Genebra (2008), O Destino do Capitão Blanc (2009) e O Segredo da Barcarrota (2011).

Em 1989 recebeu o Prémio Literário Ferreira de Castro (Portugal); em 2004 foi finalista ao Prémio Jean Monnet de Literatura Europeia (França) e em 2005 foi finalista ao Prémio Amphi de Literatura Europeia (França).

Alguns dos seus romances estão publicados em França e em Espanha.

Mais infomação no site do autor em http://www.sergioluisdecarvalho.com/

PVP: 15,80 € 

332 Páginas

Julho 22, 2012

Novidades D. Quixote para Agosto

                    

 

O Feitiço da Índia - Miguel Real

O Feitiço da Índia narra a história de três homens:

José Martins, o primeiro português a tocar solo indiano, ido como degredado na armada de Vasco da Gama. Casado em Alfama com a moura Rosa, apaixonou-se por Rhema em Cochim, casou-se de novo e morreu em Goa, enfeitiçado pela Índia;

Augusto Martins, o único português (não luso-indiano) a permanecer em território de Goa após a invasão das tropas da União Indiana em 18 de Dezembro de 1961. Casado em Lisboa com a mulher-a-dias Rosa, apaixonou-se em Salcete pela menina Rhema, filha de um brâmane, gerando Sumitha, morrendo em Goa enfeitiçado pela Índia;

A história do narrador, descendente de José Martins e filho de Augusto Martins, que, em 1975, após o reatamento das relações entre Portugal e a União Indiana, partiu para Goa à procura do pai e ali permaneceu até hoje, vivendo com Rhema e Sumitha, enfeitiçado pela Índia.

Nas livrarias a 27 de Agosto

 

A Vida não é Aqui - Milan Kundera

Milan Kundera chegou a pensar dar a este romance o título A Idade Lírica. A idade lírica, segundo ele, é a juventude, e este romance é, acima de tudo, uma epopeia da adolescência, uma epopeia irónica que corrói ternamente valores sagrados: a infância, a maternidade, a revolução e, até mesmo, a poesia. Com efeito, Jaromil é poeta. Foi a sua mãe que o fez poeta, e é ela que o acompanha (figurativamente) aos seus leitos de amor e (literalmente) ao seu leito de morte.

Personagem ridícula e comovente, horrível e de uma inocência total («a inocência com o seu sorriso sangrento»!), Jaromil é, ao mesmo tempo, um verdadeiro poeta. Não é um canalha, é Rimbaud. Rimbaud apanhado na armadilha da revolução comunista, na armadilha de uma farsa negra.

De assinalar que a capa deste livro, que ganhou o Prémio Médicis, é da autoria do próprio Milan Kundera.

Nas livrarias a 31 de Agosto

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