Exemplo de um livro que, na minha opinião, foi lançado com uma capa pesada e antiquada que dificulta o seu manuseamento.
Pelo menos eu assim achei ao cabo das horas consecutivas que fiquei “agarrada” a ele. Li-o em dois dias, mas a verdade é que a maior parte foi lida hoje…quando aparece um livro deste género que não se consegue largar sinto-me super-realizada como leitora.
Bom, tinha boas expectativas em relação a este livro mas foram largamente superadas.
A melhor descrição é aquela que se encontra na capa: “Uma canção de amor a Cuba”. De facto todo ele é uma dedicatória de amor e paixão a esse país que tantos tiveram de abandonar e onde outros tantos ficaram a assistir a destruição e a viver na miséria.
Além de ter um bom enquadramento histórico é a narração da amizade e dos fortes laços entra as duas primas, Nora e Alicia, que comove o leitor e faz pensar nas vidas tão diferentes que duas pessoas de origens semelhantes tiveram por “optarem” viver em países distintos.
Tem passagens revoltantes, emocionantes e também momentos de pura alegria. A união familiar é uma das ideias chave, tantas vezes abalada pelas dificuldades de comunicação e pela distância mas ao mesmo tempo sempre reforçada pela dor.
Curiosamente visitei Cuba este ano, o que se tornou interessante pois não tive de imaginar todos os locais descritos no livro, alguns estão ainda bem presentes na minha memória.
“Uma história comovente de separação, amor e redenção, contada através das vidas de duas primas que sofrem as consequências da revolução cubana.
Cuba, 1956: Nora e Alicia, primas adolescentes e inseparáveis, estão habituadas a uma vida de privilégios: jantares faustosos, dias inteiros na praia, bailes e vestidos. Mas eis que a ascensão de Fidel Castro ao poder vira do avesso o seu idílio: a comida começa a escassear, a religião é subitamente proibida, as casas divididas por várias famílias. Nora consegue um visto para os Estados Unidos e parte, enquanto Alicia permanece em Havana. Mas as identidades de ambas são postas à prova quando procuram adaptar-se às mudanças impostas.
Em Cuba a situação deteriora-se e Alicia vive com dificuldades crescentes enquanto Nora assimila penosamente a cultura americana. As cartas entre as primas traçam, de resto, os seus difíceis percursos até ao reencontro, num momento em que Nora sente que é a única que pode salvar o destino da prima e decide regressar a Havana. Mas o que encontra não é, obviamente, o que deixou. Coração Fantasma é um romance poderoso sobre a amizade, o amor e o desejo íntimo de regresso à pátria. Nele, Cecilia Samartin faz uma análise comovente do equilíbrio entre esperança e mágoa que molda o coração daqueles que são obrigados a deixar o seu país, e expõe as dificuldades quotidianas num clima de agitação política.”
“Uma história que nos transporta para um universo de inesquecíveis paladares, cores e paisagens cubanas. Uma homenagem aos que vivem longe do seu país.” Javier Serra
Quidnovi, 2008